Prefeito quer reduzir ritmo de crescimento
O prefeito Vítor Lippi (PSDB) quer reduzir o ritmo de crescimento da cidade. Está disposto a encaminhar para outros municípios da região os industriais interessados em investir aqui. "Com o ritmo de 10% ao ano estamos crescendo até duas vezes mais do que a média nacional. Daqui a pouco vamos estar maior do que Campinas e não sei se isso é o melhor", declara Lippi. Considera que se crescer cerca de 5% ou 6% ao ano "já será maravilhoso". O prefeito afirma que Sorocaba reduziu o número de desempregados e hoje falta mão de obra. Ele deseja que a cidade mantenha o atual porte para preservar a qualidade de vida e que tenha atividades voltadas para o conhecimento e tecnologia.
Líderes sindicais concordam que há falta mão de obra qualificada para alguns setores, mas opõe-se quanto à decisão de reduzir a atração de indústrias. Enfatizam que em Sorocaba ainda há desempregados sem oportunidade de estudo que permanecem fora do mercado de trabalho por falta de qualificação. Lippi reconhece que será preciso aumentar a velocidade de formação e qualificação de mão de obra. "Nós estamos procurando fazer mas essa velocidade e complexidade das indústrias também traz desafios nesse sentido", justifica.
Na opinião de Lippi, a manutenção do atual ritmo de crescimento gera desconfortos como a extrema valorização do metro quadrado de terreno, a acelerada especulação imobiliária e dificuldades na contratação de trabalhadores. Diz que todos os setores enfrentam problemas para encontrar profissionais, inclusive alguns segmentos do comércio. Argumenta que até a Prefeitura está impedida de aumentar a velocidade nas obras devido à falta de trabalhadores para a construção civil.
"Estou absolutamente convencido de que o melhor crescimento é o regional para Sorocaba compartilhar com as outras cidades essa oportunidade de ser competitiva", diz o prefeito. Considera como ideal que, além do parque industrial que tem, a cidade concentre as melhores universidades da região e que o futuro parque tecnológico gere conhecimento, negócios e desenvolvimento industrial, mas sem que as indústrias necessariamente estejam funcionando em território sorocabano. "Não estamos competindo para ter mais indústrias, estamos procurando fazer uma cidade que ofereça qualidade de vida", resume.