ECONOMIA

Procura de emprego ganha nova dinâmica com página de emprego


André Moraes
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Uma iniciativa voluntária de um jovem sorocabano tem ajudado bastante gente da cidade e região a conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho. Há cerca de 11 meses, Péricles Régis, de 27 anos, decidiu criar uma página e um grupo no Facebook, para divulgar vagas de emprego disponíveis. Atualmente, 56,5 mil pessoas participam desses meios de comunicação on-line e muitos deles já tiveram um retorno positivo. De acordo com Régis, somente no mês passado, 200 usuários da rede social conseguiram um novo trabalho, graças à publicação na página ou no grupo. "Não tem como mensurar realmente isso, mas alguns postam comentários na página, dizendo que se empregou por causa de algum anúncio. Eu faço o levantamento por meio de quem me agradece", revela.

Régis conta que teve a ideia de montar essa página a partir de e-mails que ele recebia de agências de emprego, divulgando as vagas disponíveis na cidade. "Eu recebia um informativo de vagas em PDF por e-mail e, por ser um anexo, eu pensava que o pessoal não abria, por medo de ser vírus. Aí comecei a postar essas vagas que recebia dentro de um grupo, onde coloquei todos os meus amigos, que foram adicionando outros amigos. Então ele foi crescendo e virou um viral, por isso decidi tornar público com a página", diz ele. O grupo era fechado somente a usuários, já a página, qualquer um pode acessar as informações, ao pressionar o "curtir" na rede social.

A página, intitulada "Vagas de Emprego em Sorocaba e Região" (que pode ser acessada pelo link http://on.fb.me/15XjJRg), tem anúncios de empregos para as mais diversas áreas de atuação. As oportunidades divulgadas por lá são para procurar pessoas que têm desde o Ensino Médio completo, até aquelas que já são formadas em cursos técnicos e de graduação. De acordo com o administrador, os anúncios são coletados por meio de empresas que enviam as vagas a ele, pessoas que trabalham em algum local e sabem que está havendo recrutamento e também agências de empregos, que sempre enviam as informações por meio dos comentários da página. "Tudo passa pela minha aprovação, porque o que tem de spam também é brincadeira. Quase todas as empresas de RH de Sorocaba postam vagas ali, pois é um meio muito bom para elas, pois aqui é jogo rápido", diz ele.

Voluntário

O jovem não recebe nada pelo trabalho que ele desenvolve administrando essa página. A satisfação de ajudar os outros e ver que muitas pessoas estão conseguindo se empregar por causa dos anúncios postados nesse meio de comunicação são os únicos retornos que ele possui. "O que me motiva são os depoimentos das pessoas, agradecendo por terem conseguido um emprego. Eu deixo visíveis para todos os comentários, para conseguir motivar as outras pessoas também. No começo, achei que ia atingir meia dúzia de pessoas, mas hoje vejo que atinjo 152,5 mil pessoas", revela Régis, com base em estatísticas mensuradas pelo próprio Facebook.

Todos os dias ele fica on-line na rede social para administrar a página. O que o ajuda nisso é que trabalha junto com sua mãe, que tem uma loja de roupas na avenida Nogueira Padilha. "Posso ficar aqui sentado, administrando a página, porque a loja não é muito movimentada. Quase todos os dias eu fico acordado até as 3 da madrugada. O meu Facebook pessoal eu quase nem vejo, fico mais para a página", diz.

Desempregada há cerca de 5 meses, Jeane Jorge dos Santos Paiva, 32, decidiu fazer parte da página para conseguir uma nova oportunidade. Como está terminando a faculdade de Administração, Jeane procura por empregos nessa área e diz que a página ajuda muito. "Eu estou fazendo muitas entrevistas", diz ela, que agora está tentando selecionar a melhor oportunidade. "Eu acho que nossa expectativa aumenta muito mais com essa página, porque se a gente levar o currículo para agências, a resposta demora muito mais para vir", considera.

Ela também gosta do fato desse meio de comunicação na rede social ser acessado até mesmo por empresas e por pessoas que já estão empregadas e acabam postando anúncios dos locais em que trabalham. "É uma iniciativa voluntária de todos, por isso, acho que, se todo mundo fizesse um pouquinho disso, o índice de desemprego iria ser bem menor", afirma.