CULTURA

Macs sedia exposição artística 'Bienalsur'


A partir do meio-dia de desta terça (5), Sorocaba fará parte do universo cartográfico da Bienalsur (Bienal Internacional de Arte Contemporáneo de América del Sur), que prossegue até o final do ano em outras 29 cidades, em 16 países, com 250 artistas.

O evento multinacional que visa eliminar as fronteiras através da arte, num diálogo cultural entre a América do Sul e o resto do mundo, terá como uma das sedes o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), que receberá obras dos artistas argentinos Eduardo Basualdo e Graciela Sacco. A mostra segue em cartaz em Sorocaba até o dia 4 de novembro, de terça a sábado, com entrada gratuita e aberta ao público. O Macs é o único museu fora de uma capital, entre os 16 países participantes, que sediará a exibição.

Eduardo Basualdo vai exibir a instalação Voluntad, selecionada pelos curadores da Bienal, além de quatro outras obras de momentos distintos da carreira do artista. Em Voluntad, o artista instala um portão de garagem dentro de uma sala, dividindo-a em duas metades. O portão se move automaticamente fechando um lado e abrindo o outro ao mesmo tempo. Ambos os lados da barreira permanecem ligados por uma passagem; a localização desta passagem é o que muda de lugar. As três outras obras são: Hambre, escultura cinética; Homeless, uma roleta que gira indefinidamente; Lluvia de Fuego, instalação que projeta a sombra da luz de um abajur no chão, e Las Horas, instalação sonora.

Já a artista Graciela Sacco apresentará uma intervenção pública Quem foi que questiona o espaço íntimo. "A multidão sempre tem um rosto anônimo. Todo mundo é culpável e ninguém é culpável", afirma Graciela, citando que a intervenção é um dedo que sinaliza, intimida, acusa e inquieta os observadores.

Um dos diferenciais da mostra é que os visitantes serão recebidos por mediadores da terceira idade e, às quartas-feiras, haverá um mediador deficiente visual para receber as visitas.

Eduardo Basualdo está em Sorocaba e participa da abertura da exposição. "Vir sozinho a uma cidade que não conheço e tratar dos assuntos do meu projeto diretamente com o museu é como ser meu próprio curador. A bienal tem um aspecto muito experimental e, ao mesmo tempo, coloca o artista em um lugar de muita responsabilidade ", complementa o artista que, pela primeira vez, expõe em um museu brasileiro.

O Macs está participando de várias atividades da BienalSur desde agosto do ano passado, quando a presidente do museu, Cristina Delanhesi, juntamente com o professor e museólogo Fabio Magalhães estiveram em Córdoba (AR). "É de extrema importância participar de um evento como esse, já que somos um pequeno e ainda muito jovem museu ao lado dos grandes, de várias partes do mundo. Além disso, é uma forma de reconhecimento pelo nosso trabalho como instituição", descreve Cristina.

Além de Basualdo, a abertura do evento tem presença confirmada do curador Fernando Farina e de Anibal Jozami, diretor-geral da BienalSur, sociólogo especializado em Relações Internacionais, empresário e colecionador de arte.

No Brasil, além do Macs, a Bienalsur contará com exposições no Memorial da América Latina e Casa do Povo, na capital paulista; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; Universidade Federal de Santa Maria (RS); Central do Brasil e Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Nas sedes nacionais poderão ser apreciados trabalhos de artistas de Madagascar, Argentina, Espanha e França. Em paralelo, a arte de brasileiros como Eduardo Srur, Regina Silveira, Shirley Paes Leme, Ivan Grilo, Vik Muniz, José Bechara, Cildo Meireles, Hélio Oiticica e Anna Bella Geiger, entre outros, irá compor esse intercâmbio cultural, com mostras na Argentina, em Porto Rico e no Peru.