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Aeroporto Catarina tem previsão de inauguração para 2º semestre de 2018


O São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, em São Roque, será inaugurado no segundo semestre de 2018, afirma a empresa responsável pelo empreendimento JHSF. O aeroporto, inicialmente com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2016, foi alvo de diversas polêmicas, incluindo a preocupação de moradores da região com o impacto ambiental e até o envolvimento em uma operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de corrupção no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
 
De acordo com a assessoria de imprensa da JHSF, as obras estão cerca de 90% concluídas. Em relação ao projeto original, teriam sido feitos "ajustes usuais em projetos desse porte". A empresa não forneceu, no entanto, mais detalhes sobre o andamento da construção e os investimentos. O aeroporto foi projetado especificamente para a aviação executiva, visando atender a voos internacionais.
 
A licença para operação internacional é fornecida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Secretaria de Aviação Civil. De acordo com o órgão, foi fornecida uma autorização para a construção do aeroporto, que teria sido estendida por mais 36 meses, a contar de novembro, para que o interessado possa iniciar o processo de abertura do aeródromo ao tráfego aéreo e homologação. Segundo a Anac, somente após a regularização do empreendimento como aeródromo é dado início ao processo de internacionalização.
 
O empreendimento localizado na rodovia Castelo Branco faz parte do Complexo Comercial Catarina, cuja primeira fase foi inaugurada em 2014 com o Catarina Fashion Outlet.
 
Impacto ambiental
 
As obras do aeroporto foram paralisadas em 2013, por causa de uma medida cautelar que alertava sobre falta de licenças ambientais. Moradores da região promoveram protestos, preocupados com o impacto ambiental, social e o risco de acidentes aéreos. Em setembro de 2014, a situação já estaria solucionada, e a pedra fundamental do empreendimento foi lançada com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, e de executivos do grupo JHSF. A previsão, na época, era de entregar as obras no primeiro semestre de 2016.
 
A empresa afirma que as questões referentes a licenças ambientais já foram sanadas e que os conflitos com os moradores "foram superados". A diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que emitiu, ao empreendimento, a Licença Ambiental Prévia em agosto de 2013 e em dezembro do mesmo ano a "Licença Ambiental de Instalação para execução das obras do aeroporto - fase 1", que se encontra em implantação.
 
Polícia Federal
 
Em agosto do ano passado, a Polícia Federal (PF) deflagrou a 6ª fase da Operação Acrônimo, que investiga suposto esquema de tráfico de influência para empréstimos do BNDES, e realizou buscas em escritório da JHSF. De acordo com as investigações da época, em depoimento de delação premiada, o empresário Benedito Oliveira Neto, conhecido como Bené e ex-chefe de gabinete da então presidente Dilma Rousseff (PT), disse que o grupo JHSF teria pago ao ex-ministro Fernando Pimentel, e atual governador de Minas Gerais, cerca de R$ 5 milhões em propina em troca do lobby feito junto ao BNDES. Na ocasião, a assessoria de imprensa da JHSF informou, por meio de nota, que "não está envolvida em qualquer ilícito e sempre obedeceu a legislação vigente".
 
Agora, a assessoria de imprensa da empresa diz que o "assunto já foi esclarecido perante as autoridades e não pesa sobre a empresa qualquer ação nesse sentido." Enquanto a Polícia Federal afirma apenas que "não se manifesta sobre investigações em andamento."