Está aberto o circuito de feiras e rodeios na região de Sorocaba
O circuito de festas de rodeio e feiras agropecuárias da região de Sorocaba está recomeçando depois do breve período de recesso entre o Natal e o Carnaval. Coincidindo com o apogeu da colheita de frutas de verão, o circuito foi aberto em São Miguel Arcanjo pela tradicional Festa da Uva, no primeiro fim de semana de março; prosseguiu em Pilar com a 21ª Feira Agropecuária e segue até o final do ano às vezes com eventos simultâneos em várias cidades.
O público é cativo e homogêneo. Suporta horas de congestionamento, filas em banheiros químicos, calor, poeira e bebidas tabeladas em R$ 6,00, seja cerveja e refrigerante em lata ou água. Veste-se como os ídolos do palco, passa a madrugada postando selfies no Facebook e volta pra casa esgotado, mas feliz.
No último sábado, 10, a feira de Pilar do Sul recebeu o maior público já registrado nas mais de duas décadas em que é realizada. A dupla Fernando e Sorocaba atraiu cerca de 15 mil pessoas segundo organizadores, ou seja, quase o dobro do público previsto de 8 mil pessoas e autorizado pelo alvará do Corpo de Bombeiros.
"Superou em muito nossas expectativas", comenta o servidor Pedro Samuel, membro da Comissão Organizadora. De acordo com ele, o trânsito ficou praticamente paralisado da avenida Miguel Petrere até os portões do Recinto de Festas Chico Mineiro, na avenida Tonico Lacerda.
O público foi maior do que o registrado na 43ª Festa da Uva de São Miguel Arcanjo uma semana antes, segundo o comerciante Daniel Alves, 47 anos, que vende cervejas em uma pequena barraca na praça de alimentação do recinto.
-Quando o público é muito grande é até ruim para vender cerveja, pois ninguém consegue se aproximar da barraca. Apesar de ter mais gente, nós vendemos menos do que em São Miguel, queixava-se ele, informando que comercializara, até a tarde de domingo, 290 dúzias de cerveja.
Todo o comércio no interior da Feira foi controlado pela empresa Constante Eventos, do empresário José Carlos Agustinho, 44 anos de idade e 15 percorrendo o circuito da região de Sorocaba. Agustinho foi o vencedor de processo licitatório da Prefeitura de Pilar do Sul para montar a estrutura e explorar o aluguel de espaço para o comércio e o estacionamento interno que custou R$ 30,00 cada vaga e capacidade para 1.500 veículos de passeio segundo estimativas da organização.
O valor pago pelas barracas variava por tamanho e era tratado com sigilo. Ao todo, foram instaladas 28 barracas para comércio de alimentação, máquinas agrícolas e até panelas de alumínio.
A venda de cerveja, refrigerante e água era monopólio de Agustinho, que também tinha o controle dos preços. Qualquer barraca instalada no recinto que tivesse cerveja no cardápio teria que adquirir de seu estoque. Segundo ele, a previsão era de venda de 2,5 mil dúzias até o encerramento da Feira domingo à noite.
O maior restaurante instalado no local, a churrascaria BL Eventos, pagou R$ 10 mil a Agustinho para instalar sua estrutura em área nobre, à entrada do galpão de exposição. Na hora do almoço de domingo já havia comercializado 2,5 toneladas de carne, tendo como carro-chefe a costela assada. Uma refeição completa não saia por menos de R$ 35,00.
O proprietário da churrascaria, José Roberto Sales, é de Bragança Paulista, mas vive na estrada há 40 anos, junto com sua família e empregados, num total de 15 pessoas. "É uma vida sofrida dormir no caminhão e comer poeira. Em alguns eventos chega a faltar água", conta Maria Antônia, esposa do empresário. Em Pilar, o único problema que tiveram foi com o sumiço de uma costela de 10 quilos furtada da churrasqueira num descuido do funcionário.
Desmontadas as barracas na manhã desta segunda-feira, 12, os comerciantes já estão no rumo da Iperó Fest, que será aberta na próxima quarta-feira, 14. Em abril acontecem eventos em Itapetininga, de 6 a 14 e em Araçoiaba, de 20 a 30.