SOROCABA E REGIÃO

Secretário afirma que três PAs não fecharão neste momento


Admitindo que pode ter sido "mal interpretado", o secretário da Saúde Ademir Watanabe negou, nesta segunda-feira (12), que, ao menos "por ora", o governo vá desativar (ou fechar) os três prontos atendimentos que hoje funcionam durante 24 horas em Sorocaba. A mesma coisa fez o prefeito José Crespo (DEM).

Na sexta-feira, 9, Watanabe declarou à rádio Cruzeiro FM 92,3 que o município estuda fechar os equipamentos localizados nas regiões do Parque das Laranjeiras, Brigadeiro Tobias e Jardim São Guilherme. Essa medida faz parte do pacote de terceirização de setores da saúde que a gestão Crespo pretende colocar em prática.

Diante da repercussão que o anúncio causou, vereadores da Comissão de Saúde da Câmara, protocolaram na Secretaria da Saúde documento em que pedem que a administração reconsidere sua decisão e mantenha os Prontos Atendimentos funcionando e atendendo à população como acontece hoje.

Ademir Watanabe esclareceu aos vereadores que as mudanças não ocorrerão até que todas as etapas do estudo que aponta como alternativa um novo modelo para solucionar os problemas da saúde a partir da concessão dos serviços a organizações sociais esteja concluído.

"Não será agora", afirmou aos jornalistas que acompanharam a reunião. "Ninguém está aqui para dizer que hoje é uma cor e amanhã é outra. Estamos falando de um processo de reestruturação que prevê várias etapas. Nós estamos no momento na etapa de elaboração de editais de chamamento de entidades sociais para saber com quem vamos tratar."

Watanabe disse que a intenção é "melhorar a atenção à saúde, como forma de prestar melhor atendimento". "Promoção à saúde é o que queremos. Se não fizermos assim, amanhã estaremos colhendo as consequências desse quadro. Estamos em análise. Além de uma questão prática, trata-se de otimizar os recursos que nós temos"

Ademir Watanabe acrescentou que estudos feitos pela secretaria apontam que 70% da demanda dos Prontos Atendimento não têm característica de urgência ou de emergência.

Watanabe ouviu a comitiva de parlamentares da qual fez parte Rodrigo Manga (DEM); Wanderlei Diogo (PRP); Anselmo Neto (PSDB); Renan Santos (PC do B); Fausto Peres (Podemos) e Francisco França (PT). Foi este quem lembrou que naquele instante a Secretaria da Comunicação havia divulgado nota em que, segundo entendeu, as unidades seriam fechadas.

Os políticos reivindicaram a continuidade dos serviços. Wanderlei Diogo lembrou que todos têm sido cobrados pela população que quer saber com clareza o que de fato acontece e que o certo seria abrir e não fechar unidades de saúde. Renan Santos lembrou que o canal de interlocução com a secretaria sempre foi dos melhores, mas que era necessário rever o posicionamento a fim de que a população não fosse prejudicada.

Anselmo Neto disse que se o governo municipal pretende terceirizar as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), não haveria sentido em fechar os PAs e dar a eles o tratamento de unidades básicas, já que nestas não existe estrutura suficiente para dar conta da demanda. "Nós sabemos que na rede básica a situação é caótica; tanto assim que é por essa razão que as pessoas procuram os PAs."

Em seguida, os vereadores subiram ao sexto andar para tratar do assunto pessoalmente com o prefeito José Crespo. A imprensa não pôde acompanhar a reunião, ao final da qual Rodrigo Manga contou que o prefeito desmentiu categoricamente as informações sobre o fechamento dos Prontos Atendimentos.

Crespo ainda agendou para o dia 11 de abril, às 10h, uma ida à Câmara para falar e esclarecer dúvidas sobre a reestruturação na área da saúde. "Ele pediu quatro horas para falar sobre esse tema", afirmou Manga. O prefeito também gravou um vídeo no qual esclarece o que será feito em relação às mudanças na saúde.