BRASIL

Agências de publicidade firmam 1º acordo de leniência com AGU, CGU e Procuradoria


As agências de publicidade Mullen Lowe (antiga Borghi Lowe) e FCB assinaram, na última sexta-feira (13), acordo de leniência com a AGU (Advocacia-Geral da União) e o CGU (Controladoria-Geral da União). As empresas, que já haviam fechado acordo com o Ministério Público Federal, foram as primeiras a firmar, no âmbito da Lava Jato, leniência com todos os órgãos responsáveis pelo tema. O Tribunal de Contas da União também deu aval ao acordo. "Estamos avançando no caminho certo, do diálogo e da integração entre os órgãos envolvidos", afirmou Grace Mendonça, ministra-chefe da AGU, na segunda (16), em entrevista coletiva, em Brasília.

As agências confessaram pagamento de propina em troca da obtenção e manutenção de contratos entre 2011 e 2014. Elas terão que pagar um total de R$ 53,1 bilhões a entes lesados, como a Caixa, que receberá R$ 34,9 milhões, e a Petrobras (R$ 7 milhões).

Também serão ressarcidos o Ministério da Saúde (R$ 5,8 milhões), a BR Distribuidora (R$ 3,2 milhões), a Apex, agência de promoção de exportações (R$ 1,8 milhão), o Tribunal Superior Eleitoral (R$ 168 mil) e o Confea, conselho de engenharia (R$ 3,8 mil).

A Borghi Lowe revelou ao governo federal que recebia informações privilegiadas da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República sobre as licitações de publicidade, como da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde. Com isso, conseguia mais tempo do que as suas principais concorrentes para preparar as propostas.

O acordo inclui ainda informações sobre a participação do ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) nas irregularidades em contratos de publicidade. Em setembro, o juiz federal Sergio Moro condenou o ex-petista a 12 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por envolvimento no esquema.