SOROCABA E REGIÃO

Operação combate quadrilha que lavava dinheiro


A Polícia Civil de Sorocaba e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Sorocaba realizaram, nesta quarta-feira (16), a Operação Alquimia, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha que realizaria crimes como agiotagem, extorsões, movimentações financeiras ilegais, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Sorocaba. Segundo as autoridades, o grupo teria movimentado R$ 118 milhões em diversas contas bancárias. Até a tarde, cinco pessoas haviam sido presas e outras três supostamente envolvidas ainda estavam foragidas. Mais de 70 policiais, comandados por sete delegados, foram às ruas para o cumprimento de 23 mandados de busca e oito de prisão expedidos pela Justiça. 
 
Segundo informaram o delegado titular da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Wilson Negrão, o delegado assistente Rodrigo Ayres e a promotora de justiça do Gaeco - Núcleo Sorocaba, Maria Aparecida Castanho, o grupo -- liderado por um homem de 54 anos e seu filho de 32 anos -- realizaria empréstimos com juros abusivos, que eram cobrados por meio de extorsões e ameaças, inclusive com uso de arma de fogo e agressão.
 
Os altos valores seriam, segundo as investigações, "lavados" por meio da aquisição de veículos -- inclusive alguns modelos de luxo -- embarcações, imóveis e outros investimentos em construção civil. Alguns dos locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão foram lojas de veículos da cidade -- as autoridades apontam contudo que neste momento seus proprietários não foram alvo da operação, mas as investigações continuam. "Esses veículos teriam transitado por algumas revendedoras da Comarca de Sorocaba", observa a promotora. A polícia ainda contabilizava na tarde desta quarta-feira a quantidade de apreensões, mas seriam aproximadamente 15 veículos, centenas de cheques, além de 15 imóveis sequestrados e diversas contas bancárias bloqueadas.
 
As investigações teriam começado há aproximadamente dois anos, a partir da detecção por parte do Banco Central de movimentação financeira atípica em algumas contas bancárias e de denúncias recebidas pela polícia com relação aos crimes de extorsão. As investigações sobre a atuação da suposta quadrilha prosseguem e devem apurar o possível envolvimento de outras organizações criminosas.