SOROCABA E REGIÃO

GNV tem reajuste de 27,44% nos postos da cidade


Os consumidores começaram a semana pagando mais caro para abastecer o carro em Sorocaba. Na manhã de segunda-feira (4), em alguns postos da cidade, os preços da gasolina, do etanol e do GNV já estavam com preços maiores. O preço do metro cúbico do GNV pegou muitos motoristas de táxi e por meio de aplicativo de surpresa já na última sexta-feira (1º), quando o produto começou a subir em Sorocaba. O preço do GNV é controlado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), que autorizou o reajuste de 27,44% no produto no último dia 31 de maio.

De acordo com o levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o metro cúbico do GNV em Sorocaba estava em R$ 2,19. Com o aumento autorizado pela Arsesp, está sendo vendido em Sorocaba por até R$ 2,89, ou seja, R$ 0,70 mais caro. O reajuste foi estendido também para os consumidores residenciais, comerciais e industriais, em percentuais diferenciados, de acordo com o volume mensal consumido.

As residências que consomem até cinco metros cúbicos/mês terão reajuste de 10,60%; 10 metros cúbicos/mês, 12,39%, e até 30 metros cúbicos/mês,14,24%. Para os estabelecimentos comerciais, o aumento será de 12,87% (consumo de até 100 metros cúbicos/mês) e de 14,79% (até mil metros cúbicos/mês). No caso das indústrias, o reajuste ficou assim: consumidoras de até 50 mil metros cúbicos/mês, aumento de 19,22%; se for até um milhão de metros cúbicos/mês, 25,53%, e para os que consomem 10 milhões de metros cúbicos/mês, aumento de 27,23%.

Reajuste anual

A justificativa da Arsesp para o aumento é que ele faz parte do reajuste anual das tarifas das concessionárias de gás canalizado, entre elas, a Gás Natural São Paulo Sul Fenosa (GNSPS), que abastece a região. "É importante destacar que o principal fator para o aumento das tarifas do gás, em todos os segmentos, é a elevação do preço do petróleo no mercado internacional, que afeta fortemente o custo do gás fornecido pela Petrobras às distribuidoras de gás canalizado", informa a Arsesp por meio de nota.

Já o diretor regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado São Paulo (Sincopetro), Jorge Marques, disse que os donos dos postos não têm como não repassar o aumento para o consumidor. "É importante destacar que o GNV aumenta somente uma vez por ano e nesta época, ou seja, final de maio. Infelizmente o aumento do barril de petróleo e a alta do dólar, entre outros fatores, contribuíram para esse aumento", afirma.

Segundo ele, se os donos dos postos fossem repassar totalmente os custos para revender o GNV ao consumidor final o aumento deveria ser ainda maior. "O reajuste representa uma média de R$ 0,50 a mais no metro cúbico do GNV, porém, ele ainda continua sendo mais vantajoso para o consumidor do que a gasolina", aponta. "O reajuste é repassado aos postos de combustíveis pela distribuidora, mas cabe aos postos estabelecer o preço final ao consumidor, na bomba. Mesmo com o reajuste, o GNV continua, em média, 50% mais econômico que a gasolina e o etanol na região abastecida pela Gas Natural Fenosa", cita nota da empresa enviada à redação.

Consumidores reclamam dos preços


Os motoristas que foram abastecer seus veículos na tarde de segunda-feira (4) reclamaram dos preços altos, principalmente da gasolina e do GNV. A gasolina teve sucessivos aumentos só este ano e já passa dos R$ 4 em Sorocaba. Segundo a ANP, o preço médio na cidade é de R$ 4,17 por litro, o máximo R$ 4,29 e o mínimo R$ 3,95, referentes aos valores praticados nos postos na semana de 20 a 26 do mês passado. Depois de duas altas consecutivas do produto anunciadas na última semana pela Petrobras, a empresa anunciou segunda-feira (4) uma redução de 0,68% no preço da gasolina nas refinarias.

Para o taxista Ronaldo Nunho Gomes, o aumento no preço do GNV nos postos foi exagerado. "Subiu muito o preço e de uma hora para outra. A gente que usa o carro para trabalhar não dá para pagar R$ 0,50 a mais ou até mais pelo metro cúbico. Ficou muito caro", reclama. Ele afirma que os motoristas de táxi estão fazendo boicote aos postos que subiram exageradamente o GNV.

A técnica de enfermagem Cristiane Maria da Silva Sá parou para abastecer e achou os preços mais caros. "A gasolina não para de subir e já está custando até R$ 4,59. Tenho abastecido mais com etanol porque a gasolina está cara demais. Depois da paralisação dos caminhoneiros ficou pior. Mais uma vez vamos pagar essa conta, como sempre", reclama.