Crespo e Tatiane Polis prestam depoimento à Justiça
O prefeito José Crespo (DEM) e sua ex-assessora Tatiane Polis prestaram depoimento na manhã desta quarta-feira (13) no Fórum de Sorocaba no processo em que ela é acusada de falsidade ideológica, material e uso de documento falso. Tatiane é ré em ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que corre na 1ª Vara Criminal de Sorocaba e o prefeito figura como sua testemunha de defesa no caso. A ex-assessora voltou a declarar que não tinha conhecimento de irregularidades envolvendo o diploma de certificação dos ensinos fundamental e médio, expedido por uma instituição que teve as atividades encerradas em 2006, antes da conclusão do processo de eliminação de matérias por Tatiane.
O primeiro a ser ouvido foi Crespo, que em menos de 10 minutos foi questionado pelo advogado de defesa, Márcio Leme, sobre a documentação necessária para o ingresso dela na Prefeitura além do órgão responsável por investigações internas (que segundo a resposta do prefeito seria a Corregedoria-geral). Em sua manifestação, o chefe do Executivo disse considerar que Tatiane não teve culpa no episódio. "A meu ver, não houve responsabilidade dela, mas sim dúvidas quanto ao credenciamento da escola", ponderou.
Já Tatiane foi ouvida por cerca de 30 minutos e, durante o depoimento, chegou a chorar duas vezes: primeiro ao comentar acusações sofridas e mais adiante ao relatar o episódio do furto praticado em sua casa enquanto ela falava sobre o caso à Câmara Municipal, em julho do ano passado, entre outras "perseguições". A ex-assessora do prefeito declarou que optou pelo sistema de eliminação de matérias por ter de trabalhar desde os 14 anos e não conseguir concluir os estudos. Ela disse considerar ainda que as acusações sofridas seriam de cunho pessoal. Tatiane respondeu a perguntas da promotora do caso, Helena Cecília Diniz Teixeira Caiado Toneli, além de seu advogado e do juiz Jayme Walmer de Freitas.
Na terça-feira (12), oito testemunhas foram ouvidas na 1ª Vara Criminal de Sorocaba, entre elas a vice-prefeita Jaqueline Coutinho (PTB), testemunha arrolada pelo MP-SP no caso. Ela iniciou as investigações sobre a escolaridade de Tatiane Polis no primeiro semestre do ano passado e posteriormente levou a denúncia de irregularidades ao prefeito. O episódio desencadeou uma crise na Prefeitura, que resultou na cassação de Crespo em agosto de 2017. Ele retomou o poder após 43 dias amparado por decisão judicial.