Deixa a Copa de lado
Para quem ama e acompanha futebol com frequência, a Copa do Mundo é um prato cheio e extremamente aguardado. É inegável que fica difícil estudar, trabalhar e se concentrar nas tarefas do dia a dia enquanto a bola está rolando na Rússia. Para os que literalmente vivem do futebol, a situação é a mesma. Os profissionais do São Bento têm sentido isso na pele, já que o Campeonato Brasileiro da Série B continua em andamento mesmo com o Mundial acontecendo a todo vapor. No primeiro treino aberto à imprensa desta semana, o técnico Paulo Roberto Santos falou sobre o assunto.
Na segunda-feira (19) à tarde, sob sol forte, os atletas realizavam um treino físico-técnico no CT Fazenda dos Ipês. A atividade acontecia no mesmo momento em que Rússia e Egito jogavam pelo Grupo A. Ontem, às 9h, houve um treino técnico no Estádio Municipal Walter Ribeiro (CIC) e, portanto, o grupo beneditino não pôde acompanhar o confronto entre Portugal e Marrocos pelo Grupo B. E hoje, novamente às 9h, mas no CT Fazenda dos Ipês, o elenco estará "dando duro" e provavelmente só saberá as informações do duelo entre Dinamarca e Austrália (Grupo C) ao final do treinamento.
"Com a Copa do Mundo acontecendo, o campeonato nacional ou estadual em andamento fica um pouco sem graça. Divide o foco, não tem como não dividir. Mas o nosso tem de ser mantido no momento. O mais importante para nós não pode ser a seleção brasileira, por mais patriotas que sejamos. Por mais que torçamos pelo Brasil, nós estamos numa competição muito importante. Mas é lógico que os atletas acabam acompanhando. Nós também temos visto bastante", comentou o comandante beneditino.
Paulo Roberto aproveitou a oportunidade para opinar sobre a estreia da seleção brasileira no mundial, no empate em 1 a 1 com a Suíça. Disse que não observou um jogo tão ruim como outras pessoas analisaram. "Talvez não tenha tido a intensidade de jogos anteriores", citou. E continuou, em tom de certo desabafo: "Era estreia, Neymar voltando de lesão... Temos que ter um pouquinho mais de calma ao analisar. Antes, estava tudo uma maravilha, o Tite era o Papa do futebol, o Neymar o melhor do mundo, a nossa seleção nunca havia jogado um futebol igual a esse, a atitude era a que todos queriam ver. Aí, de um jogo não tão bom, mas também não tão ruim, ninguém presta mais."
O técnico disse que confia no Brasil, mas avisou ser necessário ter precaução. "Acho que temos um bom grupo, mas Copa do Mundo é isso aí: tiro curto, um ou dois resultados podem embalar você na competição, como um ou outros dois podem te tirar fora. É preciso ter muita cautela, inclusive ao analisar", concluiu.