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Sintomas e cuidados relativos da angina



Carlos Eduardo Prado Costa
A angina é uma manifestação de doença cardiovascular, que ocupa o primeiro lugar entre as doenças mais prevalentes no mundo. As anginas são classificadas como Angina Estável - aquela que ocorre com algum tipo de esforço, como subir lances de escada, pegar algum peso ou durante a relação sexual, e a Angina Instável - que ocorre sem nenhum fator desencadeante.
A angina ou angina pectoris é um sinal de que as artérias do coração chamadas coronárias estão sofrendo algum tipo de obstrução que afeta a livre passagem do sangue por ela. Resumidamente é o sinal indicativo que o sangue não está passando, ou passando com dificuldade pelas coronárias e acarretando diminuição de irrigação do miocárdio (músculo cardíaco), fazendo com que a pessoa sinta dor no peito. Esta obstrução é causada pela placa de gordura que se deposita no interior da artéria causando o entupimento e consequente redução do aborte sanguíneo.
Quando o entupimento é parcial causa a dor de angina, e assim completa infarto. Nem sempre a dor de angina é indicativa de infarto do miocárdio, mas quase sempre o infarto é precedido de angina. Normalmente, quando o paciente chega ao médico com esse sintoma, ele já vem pela emergência como diagnóstico clínico, porém, para confirmação exata é solicitado o eletrocardiograma, o raio x de tórax e o exame de sangue para verificar a existência do aumento ou não das chamadas enzimas cardíacas.
A angina tem variáveis, porém é uma dor diferente, que pode ocorrer no peito com irradiação para o braço esquerdo ou pescoço, estômago ou para as costas. Além da dor pode ocorrer desmaio e/ou falta de ar. Esta dor pode acontecer também quando a pessoas estiver subindo uma escada, percorrendo uma rua com ladeira ou até mesmo durante a relação sexual. Aconselho você, caso tenha um histórico de hipertensão, colesterol alto ou diabetes, e não faça nenhuma atividade física, ou tenha histórico familiar de angina, ou sente algumas vezes dor no peito que julga ser diferente, procure um médico, e realize seus exames com frequência, pois você pode estar prestes a sofrer um infarto.
Diferenciar angina de outras patologias que tenham sinais e sintomas semelhantes para o leigo ou para aquele que nunca teve angina ou infarto é muito difícil. Toda dor diferente que cause falta de ar, ou que se manifeste com já descrevi, a melhor opção é procurar um médico. A dor de angina não é fácil ser percebida. É uma dor que pode ser confundida com outros tipos de doenças. Normalmente as pessoas que já tiveram algo semelhante a representam com a mão fechada em meio ao peito.
A angina pode imitar uma dor de garganta, uma gastrite, um mau jeito, enfim várias formas. Se você tem os fatores de risco já descritos, sempre vale a pena lembrar: hipertensão arterial (pressão alta), colesterol alto, diabético ou não, sedentário (não faz exercício físico regularmente), é fumante e costuma beber muito e tem mais de quarenta anos, procure seu médico, na presença de um ou mais fatores de risco.
Qualquer pessoa pode ter uma angina. Basta ter a presença de um ou mais fatores de risco, idade maior ou igual há 40 anos. Porém já é comum identificarmos pessoas com menos de 40 anos apresentarem esses sintomas. Em pacientes mais jovens o quadro anginoso pode ocorrer por arritmias cardíacas, e geralmente causado pelo uso de drogas como cocaína, crack, anfetaminas (extasy, ice, sibutramina), além do uso de anabolizantes.
Evite o sedentarismo, a obesidade, o colesterol alto, a hipertensão arterial, o tabagismo, o alcoolismo, a diabetes e procure conhecer o seu histórico familiar. Mantenha sob controle os fatores de risco preveníveis, para diminuir a possibilidade de desenvolver algum problema de coração. O tratamento pode ser mais urgente com medicações próprias realizadas nas urgências que pode chegar a intervenções como cateterismo e angioplastia com colocação ou não de stends; ou clínico com controle dos fatores de risco e uso de medicações próprias, e com controle médico de seis em seis meses. A cura é pontual, quando se tem a necessidade de intervenção, mas os cuidados são permanentes.
Carlos Eduardo Prado Costa é médico membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual e membro da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. É palestrante e realiza mensalmente conferências em todo o Brasil, especialmente sobre a Saúde do Homem. É autor do Programa Ictus Homem.