SOROCABA E REGIÃO

Patrono Ubaldino do Amaral foi o fundador da Perseverança III


 

A Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do centenário jornal Cruzeiro do Sul, recebe o nome do ex-senador, ex-prefeito do Distrito Federal, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), advogado, jornalista e professor Ubaldino do Amaral Fontoura. Nascido em 27 de agosto de 1842, no Paraná, aos 12 anos Ubaldino mudou-se com a família para Sorocaba, onde começou a sua jornada. Ele não é o fundador do jornal Cruzeiro do Sul, mas ajudou a fundar a Loja Maçônica Perseverança III e a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) - por isso a ligação deste homem com a maçonaria e a FUA. Foi orador abolicionista, republicano e fundamental para iniciar o processo de libertação dos escravos em Sorocaba junto à Loja Maçônica Perseverança III.
 
O empresário Laelso Rodrigues, um dos 21 instituidores que ainda vive, conta porque o nome de Ubaldino foi escolhido como patrono da fundação. "A nossa ideia era dar o nome à fundação de um dos nossos fundadores da Perseverança III. Então, pegamos diversos nomes, fomos até o padre Castanho e expusemos todos os nomes daqueles que fundaram a Perseverança III. E, por sugestão do padre Castanho, decidimos dar o nome de Ubaldino do Amaral à fundação, pois ele fez um trabalho magnífico na libertação dos escravos, na construção da Estrada de Ferro Sorocabana e, também, por sua carreira política importante para o nosso País. Um nome espetacular para a fundação!", conta.
 
Filho de Francisco Chagas do Amaral Fontoura e de Gertrudes Pilar do Amaral, Ubaldino formou-se em Direito, em 1867, na Faculdade de Direito de São Paulo. Fixou residência e escritório de advocacia em Sorocaba, oportunidade em que coordenou a campanha para o lançamento da EFS. Posteriormente, mudou-se para o Rio de Janeiro, à época capital do País. Foi senador pelo Paraná de 1891 a 1894. Tornou-se vice-presidente da Câmara do Senado, foi prefeito do Distrito Federal (Rio de Janeiro) de 1897 a 1898 e ministro do STF.
 
Primeiro orador da Loja Maçônica Perseverança III, em discurso, no dia 31 de julho de 1869, declarou, sobre a questão da libertação dos escravos negros: "Não podemos e não devemos nos omitir, sob pena de falsearmos o lema da liberdade, igualdade e fraternidade que nos serve de base, legado de tanta geração sacrificada ao despotismo. Já estamos avançando no terreno da libertação". Orador renomado, Ubaldino ficou marcado por muitas de suas frases, em especial, na vida política. Faleceu em 22 de janeiro de 1920 aos 77 anos no Rio de Janeiro, em razão de uma violenta crise de uremia. (F.G.)