Antes que me esqueça

A riqueza histórica do Rio de Janeiro


Rubens Nogueira
 
"Samba do avião"
Antonio Carlos Jobim 
 

Minha alma canta

Vejo o Rio de Janeiro

Estou morrendo de saudades

Rio, seu mar

Praia sem fim

Rio, você foi feito prá mim

Cristo Redentor

Braços abertos sobre a Guanabara

Este samba é só porque

Rio, eu gosto de você

A morena vai sambar

Seu corpo todo balançar

Rio de sol, de céu, de mar

Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão

Copacabana, Copacabana

Cristo Redentor

Braços abertos sobre a Guanabara

Este samba é só porque

Rio, eu gosto de você

A morena vai sambar

Seu corpo todo balançar

Aperte o cinto, vamos chegar

Água brilhando, olha a pista chegando

E vamos nós

Pousar...


 
Foi uma decisão feliz a que tomou D.João VI quando transferiu a sede do Reino para a cidade de encantos mil. De um dia, 07/03/1808, para o outro, a cidade viu a sua população aumentada de cerca de vinte mil pessoas.

Foi boa a decisão do Imperador, por que desde a chegada dos "descobridores" à leal e heroica cidade, os cariocas (casa de branco – origem tupi) sempre souberam receber com alegria e descontração os que aqui aportam.

Apesar dos pesares a cidade é maravilhosa. O coração do Brasil. Pelas belezas naturais, pelo povo criativo, musical, culto e muito trabalhador (tiro o meu chapéu para os nordestinos).

Abençoado por Deus e bonito por natureza, o Rio de Janeiro continua lindo. Quando aqui cheguei há quase setenta anos, fui logo conhecer o bairro de Ipanema. Morei na avenida Visconde de Pirajá, em dois endereços, morei na rua Jangadeiros, morei à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas elegi o bairro de Botafogo onde estou, há dez anos. Da rua Álvaro Ramos vejo, à esquerda o Corcovado e à direita, o Pão de Açúcar.

Botafogo, há 200 anos era uma vasta fazenda. Hoje vive momento de efervescência como polo cultural e gastronômico, muitas instituições de ensino, grande número de clínicas e hospitais. A rua Sorocaba que me encanta.

Uma noite dessas emocionei-me com um documentário do mestre Nelson Pereira dos Santos – "A música segundo Tom Jobim". Uma obra prima do artista que colocou a música brasileira na mente e no balanço do mundo inteiro.

Olha que coisa mais linda !

PS-1: Há dias foi aberta a Casa de Roberto Marinho, no Cosme Velho, agora como Centro Cultural, aberto ao público. Marinho, mais do que qualquer outro dono de jornal, como Assis Chateaubriand e os irmãos Bloch, do Grupo Manchete, sob a liderança da Fundação Roberto Marinho patrocina uma vasta gama de empreendimentos voltados à Educação e à Cultura.


PS-2: A Casa de Roberto Marinho está a merecer mais atenção. Voltaremos ao assunto.


Fontes: "Antiqualias e memórias do Rio de Janeiro". Tomo II – Dr. José Vieira Fazenda – Documenta Editora – 2011. Suplementos de O Globo.