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No novo Bentão, variar é preciso


A chegada dos 14 reforços ao São Bento para a Série B do Campeonato Brasileiro permite ao técnico Paulo Roberto Santos "rodar" mais o elenco e, também, variar taticamente de acordo com a necessidade das partidas. No empate em 1 a 1 diante do Paysandu, fora de casa, o comandante beneditino mudou o desenho do 11 inicial pela primeira vez na competição: acostumada a jogar num 4-2-3-1, a equipe entrou em campo para encarar o Papão num 4-4-2. "E definimos que precisaríamos dessa variação no último treinamento, lá em Belém. A execução foi muito satisfatória", afirmou o treinador, em entrevista na última segunda-feira.

Com a definição de última hora, o técnico são-bentista buscava, sobretudo, igualdade numérica na marcação. Também vislumbrava mais qualidade na saída de bola e mais cadência, com a entrada de Doriva no segundo setor. "Porque eles tinham sempre cinco jogadores no meio de campo quando tinham a bola, três por dentro e dois abertos na mesma linha. E, sem a posse, defendiam com cinco, tendo três zagueiros e dois alas", explicou. Com Doriva vindo buscar a bola para a transição, Dudu Vieira ficou como um meia mais avançado pela direita.

Mesmo com Dudu em uma das extremidades, Diogo Oliveira também fez a função em alguns momentos, a exemplo da jogada do gol, em que recebeu na ponta, carregou em diagonal e finalizou forte, sem chances para Renan Rocha. "Hoje, 90% das equipes jogam num 4-2-3-1 ou num 4-1-4-1, e os times se "espelham" um no outro, e aí não há tanta necessidade de você mudar. Mas, quando você tem uma equipe com uma formatação um pouco diferente, como era a do Paysandu, o posicionamento da sua equipe muda um pouco para que possa haver esse "espelhamento" e assim retomar essa bola com mais facilidade para jogar", detalhou o técnico.

E a decisão de variar taticamente não foi por acaso. À imprensa, Paulo Roberto revelou ter assistido por até três vezes alguns jogos do clube bicolor, já que o Azulão ainda não possui um departamento de análise de desempenho. Ele e o auxiliar técnico Luizinho Rangel são os encarregados da função e também têm contado com a colaboração dos atletas, que, quando possível, assistem aos confrontos dos adversários.

Rivais à frente

Embora saiba que tem mais opções para "desenhar" o time nas partidas se comparado ao Paulistão, o comandante reconhece que rivais de maior orçamento ainda estão à frente nesse aspecto. "O Paysandu, por exemplo, tem um investimento três vezes maior, 43 jogadores no elenco (o São Bento tem 33), então consegue rodar o elenco da forma que bem entende. Na final da Copa Verde, antes de jogarem com a gente, pouparam quase todo mundo", citou.

O treinador revelou ainda que o São Bento busca um atacante de lado de campo para a sequência da competição. Com a saída de Léo Itaperuna ao Paraná, antes do início da Série B, apenas Walterson, Everaldo e Lucas Crispim costumam fazer a função. "Nós estamos buscando e a qualquer momento pode ser que o presidente me dê alguma notícia", contou.