SOROCABA E REGIÃO

Zoológico é alvo de denúncias de maus-tratos


Um urso abrigado em gaiola inadequada para o seu tamanho, relatos de "sustos" em macacos com práticas de afogamentos em um lago, pato vivo lançado para alimentar felino, cachorros de rua também usados para a alimentação de animais, uso de medicamentos vencidos nos bichos e até invasão de viciados em drogas. Estas denúncias de maus-tratos têm como cenário o Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, cartão postal de Sorocaba. Foram publicadas em vídeos e fotos na página do Facebook do ambientalista e ex-vereador Gabriel Bitencourt, e ganharam repercussão nas redes sociais.

Informada sobre essa situação e perguntada sobre quais serão as providências, a administração municipal deixou claro que a Corregedoria-Geral da Prefeitura de Sorocaba instaurou um processo para investigar essa denúncia em julho do ano passado. E o processo de apuração ainda não foi concluído, segundo consta de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom).

Na descrição dos vídeos e fotos, narradores informam que obtiveram as informações e as imagens em várias situações em que estiveram no zoológico, com gravação sem que as pessoas com as quais interagiam soubessem. Num dos trechos, o narrador conta que a prática de afogamento de macacos (traduzida pela expressão "dar um caldo") tinha o objetivo de causar susto nos animais para que eles não fugissem de uma ilhota, localizada no lago do zoológico, onde vivem.

O assunto também causou impacto na sequência de indignação pública provocada pelo abandono de dois cachorros, sábado passado, na rua Ministro Salgado Filho, na Vila Fiori. Nesse caso, a Comissão de Proteção Animal da OAB/Sorocaba enviou notícia-crime ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) para que o órgão determine investigação policial com o objetivo de identificar os autores do crime de abandono dos dois animais.

"Ave indefesa"


Gabriel Bitencourt também publicou na sua página da rede social o artigo "Os zoológicos e sua realidade invisível". no qual diz que divulgou o teor de um áudio que havia recebido e que foi gravado no interior do zoo. "Nele, um dos funcionários contava, e defendia seu ponto de vista, que "dava caldos" rápidos afogamentos em macacos para que eles não fugissem da ilhota em que habitam", ele descreveu

Também afirmou que recebeu um vídeo que confirma "uma suspeita de muitos: vários tipos de animais vivos são dados como comida para aqueles que se encontram enjaulados no zoológico. O vídeo em questão mostra um pato que foi jogado vivo na jaula de um felino." E lamentou: "Choca ver uma ave indefesa, sem qualquer perspectiva de fuga sendo abatida pelo felino."