SOROCABA E REGIÃO

Funcionários que atuam na Aramar entram em greve


Trabalhadores que atuam no Centro Experimental Aramar (CEA), complexo da Marinha do Brasil localizado em Iperó, começaram nesta terça-feira (13) uma greve por tempo indeterminado. Os funcionários são da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), empresa criada pelo governo para atuar em atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). A empresa conseguiu no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, liminar que garante a manutenção dos serviços essenciais durante o período em que durar a greve.

Com a decisão, o número mínimo de 305 funcionários não poderão paralisar as atividades. De acordo com a empresa, o não cumprimento da ordem judicial implicará multa diária de R$ 10 mil que será cobrada do sindicato que representa os empregados. A Amazul possui 1.800 empregados, dos quais 800 trabalham em Aramar, em dezenas de funções.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia em Campinas e Região (SINTPq), Régis Norberto Carvalho, afirmou que a entidade ainda não foi notificada judicialmente, mas que recebeu as informações por meio do advogado da empresa. De acordo com ele, os requisitos da liminar estão próximos ao que a entidade já havia estimado. Nesta manhã, cerca de 200 funcionários teriam participado de manifestação em frente a Aramar, segundo o sindicato. Carvalho afirma que a paralisação deve prosseguir até que seja instuarado dissídio coletivo -- já solicitado pela empresa.

A reivindicação dos trabalhadores é a reposição da inflação dos últimos doze meses, ou seja, cerca de 3%, mais a recomposição salarial de 8%, uma vez que a categoria teria recebido reajustes abaixo da inflação nos últimos três anos. Além disso, pedem ainda a manutenção dos benefícios já existentes no acordo coletivo. Já a empresa, propõe manter os benefícios e não reajustar os salários.

A Amazul diz que "como empresa totalmente dependente do Tesouro Nacional", não tem autonomia para conceder reajustes nos salários ou nos benefícios oferecidos aos empregados, que devem ser autorizados pelo governo federal. Para o Acordo Coletivo de Trabalho 2018, a empresa, orientada pelo governo federal, garantiu a manutenção dos benefícios, mas não propôs reajustes para salário e benefícios.