CULTURA

Cantador de cururu Cido Garoto morre aos 75 anos


O cantador Cido Garoto, um dos mais renomados artistas de cururu -- gênero musical típico da região do Médio-Tietê --, morreu na madrugada desta quarta-feira (16), aos 75 anos, em Sorocaba. O velório ocorre desde as 9h na Ossel da Mascarenhas Camelo e o sepultamento está programado para as 15h30 no Cemitério Consolação.

Desde o final do ano passado, conforme publicação em seu perfil na rede social, Cido Garoto se tratava de um enfisema pulmonar, fazendo uso diário de oxigênio em sua residência. Ele era casado com Anesia Garuti e deixa os filhos Sueli, Sidnei, Robson, Márcio e Zilda.
Aparecido Garutti era o seu nome de batismo, mas acabou se tornando "Garoto". O artista nasceu em Ibitinga. Conhecida como a capital do bordado. Veio para Sorocaba ainda criança e começou a cantar música caipira em dupla com o irmão.

Chegou na cidade e fixou moradia na Vila Santana, na rua Gonçalves Crespo onde viveu até morrer.

A carreira de Cido Garoto como cururueiro começou por acaso, quando ele tinha 18 anos de idade. O músico ainda fazia parte da dupla sertaneja Irmãos Garutti quando, ao prestigiar uma roda de cururu em um bar na rua São Vicente, na Vila Santa Rita, foi convidado às pressas para tocar violão porque o violeiro da turma havia faltado.

Lá, conheceu cururueiros consagrados da época como Dito Silva, Dito Boqueiro, Silvio Paes e Arlindo Silva. Ao ver os artistas cantarem aquela música ponteada na viola, em que dois cantadores se desafiavam ou provocavam um ao outro, logo se encantou."Eu comecei só tocando, mas fui pegando o jeito de cantar e virei cantador. Até larguei mão de tocar viola", disse, há alguns anos, em entrevista ao Mais Cruzeiro.

Ao longo da carreira de quase seis décadas, Cido abriu as portas do cururu para incontáveis intérpretes. Mais recentemente, escreveu o livro "Cururu - retratos de uma tradição", publicado em 2003 com fomento da Lei de Incentivo à Cultura (Linc).