TURISMO

A história da cidade que já se chamou Cruzinha



1824 - Ano de início da colonização alemã, até 1875, início da chegada dos italianos na serra, a uva foi cultivada pelos imigrantes alemães na região de São Leopoldo e levada por eles até Montenegro, São Sebastião do Caí, Bom Princípio e Feliz, entre outros povoados. Há registros de que em 1825, um ano após a chegada dos imigrantes alemães, o cidadão João Batista Orsi chegou à região com uma carta autografada por Dom Pedro I incentivando o cultivo da vinha, juntamente com as primeiras mudas. A produção da uva nesta região bem como a produção de vinho, no entanto, limitaram-se ao consumo doméstico.

1826 - Por volta deste ano teria sido o padre jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz o precursor e pioneiro da vitivinicultura rio-grandense. Ele, ao fundar a Redução Cristã de San Nicolao na margem esquerda do rio Uruguai (Região dos Sete Povos das Missões), trouxe cepas de origem espanhola. Pode-se constatar, nesta época, a trajetória do desenvolvimento da vitivinicultura paralela ou sobreposta aos caminhos da marcha da Igreja Católica.
1839 - Foi entre os anos de 1839 e 1842 que a uva americana - principalmente a Isabel - foi introduzida no Rio Grande do Sul. Teria sido o cidadão gaúcho Marques Lisboa a remeter os bacelos dessa variedade, de Washington, ao comerciante Thomas Messiter, que com eles plantou os primeiros vinhedos na Ilha dos Marinheiros, tornando-se assim o iniciador do cultivo da uva Isabel no Estado.

1870 - Até este ano Bento Gonçalves chamava-se Cruzinha. O Governo da Província, desejando ampliar a área de colonização, por "acto" de 25/05/1870 assinado por João Sertório, então Presidente (hoje corresponde ao cargo de governador) do Estado do Rio Grande do Sul, criou a colônia de Dona Isabel, a qual contava com a abrangência de 32 léguas quadradas.
1875 - Os primeiros imigrantes oriundos do norte da Itália chegaram a Bento Gonçalves, então colônia Dona Isabel, no dia 24 de dezembro de 1875. Ocuparam uma esplanada onde hoje localiza-se a Igreja Cristo Rei (Bairro Cidade Alta), onde ficaram aguardando a distribuição das terras.

1890 - Por volta de 1890 o êxito da variedade de uva americana era tão surpreendente que os colonos iniciaram a comercialização do vinho Isabel para a capital do Estado e outras cidades. O transporte era feito em lombo de burro, alojado em dois barris de 40 litros cada, colocados um de cada lado do animal. As filas de 10 ou 12 animais percorriam a distância entre a propriedade rural até os pequenos núcleos ou povoados onde havia uma casa de comércio ou armazém colonial. O colono negociava seus produtos por troca. Trocava o vinho (além dos demais produtos rurais como: queijo, porcos, feijão, trigo, etc.) por café, açúcar, tecidos, querosene e ferramentas agrícolas.

1950 - No início da década de 1950 o município de Bento Gonçalves apresentava uma população de 23.340 habitantes, sendo que 6.280 pertenciam à zona urbana e 17.060 à zona rural e suburbana. Na economia, destacava-se o setor agrícola - principalmente a produção vitivinícola - além da agricultura de subsistência.
1955 - Bento Gonçalves iniciou a fabricação de móveis em estilo artesanal. Nos anos 60 a Indústria de Acordeões Todeschini, a maior da América Latina, exportava acordeões e escaletas (instrumento musical) para o México.
1967 - O vinho dá um impulso ao desenvolvimento econômico de Bento Gonçalves com o surgimento da Festa Nacional do Vinho (Fenavinho).
1970 - A partir dessa década surgem muitas indústrias moveleiras que caracterizam até hoje a cidade de Bento Gonçalves como um dos maiores pólos moveleiros no sul do Brasil. O local onde foi realizada a primeira Fenavinho é hoje o Parque de Eventos onde se realizam grandes feiras de âmbito nacional e internacional como Movelsul, Fimma e Fiema, que contam com a participação de expositores e visitantes de mais de 30 países.