SOROCABA E REGIÃO

Sorocaba deve perder ao menos 149 orelhões

Samira Galli
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Ao menos 149 orelhões devem ser desativados em Sorocaba até o mês de junho. A empresa operadora Telefônica/Vivo não confirma o número, mas esse é o cálculo com base no total de 2.456 telefones públicos instalados na cidade, cuja população é de 586.625 habitantes, segundo projeção do da Fundação Seade, com base em números do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). Isso porque, de acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a densidade da telefonia de uso público será reduzida de 6 para 4 orelhões por 1 mil habitantes nos municípios, com base em decreto de 30/06/2011.

A partir da publicação da medida pelo órgão regulador, a operadora teve prazo máximo de um ano para adaptação da planta. A operadora afirma que já iniciou os ajustes em sua planta de telefonia de uso público, devido à regulamentação vigente. De acordo com a Anatel, os telefones públicos devem estar a menos de 300 metros de distância um do outro. A operadora afirmou que realiza adequações para que a determinação seja cumprida.

Em contrapartida, a quem considera que atualmente existem poucos orelhões na cidade e, com a redução dos aparelhos, o serviço vai ficar mais deficitário. "Geralmente, as ligações que preciso fazer na rua são feitas com urgência, mas é complicado porque gasto muito tempo procurando um orelhão", afirma a costureira Maria Angela Pinheiro, de 50 anos. Apesar de possuir aparelho celular, Maria Angela prefere utilizar o orelhão por causa do custo. "Estou sempre sem crédito no celular, e prefiro comprar cartão de orelhão que crédito de celular", diz.

Venda e vandalismo

A venda de cartões telefônicos caiu cerca de 50% no primeiro trimestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado. O reflexo da queda é observado pelos vendedores locais. Na banca de Moacir Flores, 82, no centro, a procura diminuiu. Ele vende cerca de 30 cartões por semana. "Já se vendeu bastante, hoje é muito raro quem compra", observa. O operador de máquinas Amelino Gonçalves gasta cerca de R$ 9 por semana, num cartão de 75 unidades. Avesso ao telefone celular, Amelino não aderiu à tecnologia móvel. "É útil, mas é muito incômodo. Além de atrapalhar muito no trabalho, por ter que parar o que está fazendo para atender à ligação. Nunca me fez falta", frisa.

O vandalismo nos orelhões também é observado pelos usuários. Segundo a operadora, mensalmente 25% dos orelhões são alvo de depredações. A empresa gasta por ano R$ 19,2 milhões para recuperar os aparelhos. Em muitos casos, embora a depredação não seja visível, o equipamento pode apresentar defeito devido às pancadas, introdução de materiais estranhos e outros atos de vandalismo capazes de provocar problemas técnicos. "Já é difícil de encontrar o orelhão, quando encontra, a maioria está quebrada", desabafa a costureira Maria Angela. Em casos de denúncias de ato de vandalismo em orelhões, a empresa mantém à disposição de seus clientes a Central de Atendimento 10315, que funciona 24 horas nos sete dias da semana. A ligação é gratuita.

Serviços gratuitos

Todos os 14 códigos especiais existentes podem ser usados gratuitamente nos orelhões, entre eles o 190, 192, 193. As chamadas para as Centrais de Atendimento (10315, 10215) também são gratuitas. Apesar disso, o uso dos aparelhos para ligações como o disque-denúncia também estão diminuindo. De acordo com o capitão Vanclei Franci, chefe do setor de Assuntos Civis do 7º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), apenas 15% das chamadas para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) são originadas de telefones públicos. "A maioria é de aparelho celular", observa.