Educação e cultura permeiam a vida de Maria Inês
Minutos antes de dar início às aulas de dança circulares - sua paixão - Maria Inês Moron Pannunzio recebe a reportagem para um bate-papo. Elegante, pede um minutinho para retocar o batom antes da sessão de fotos. Aos 65 anos de idade, esbanja disposição e disciplina nos afazeres. Chegou pontualmente no horário agendado, enquanto suas alunas (as mais adiantadas presenciaram ela dar entrevista). Casada com Antônio Carlos Pannunzio há 42 anos, Maria Inês é mãe de 4 filhos (Fernanda, 39, Eduardo, 37, Silvia, 36 e Rafael, 30) e avó de 2 netos (Francisco, 3 e Benicio, 2 meses de idade). Professora de Filosofia, ela também é uma das sócio-fundadoras do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), e atua como voluntária no setor educativo do museu. Em sua formação tem mestrado em Arte e Educação e História da Cultura e atualmente está terminando uma especialização em Arte e Educação.
Com a eleição de Pannunzio, Maria Inês, que prefere não ser chamada de primeira-dama, tem grandes planos para os setores em que desempenhará funções, e ao mesmo tempo, ressalta que pretende continuar os trabalhos desenvolvidos pela atual primeira-dama, Denise Lippi, no Fundo Social de Solidariedade. "Na primeira administração dele eu trabalhei muito com educação, com projeto de creche e alfabetização de adultos que são os projetos que eu pretendo novamente investir. Um projeto que já tenho pronto, é o projeto de creche, é um investimento bastante significativo, porque a demanda é grande, mas não adianta construir novos prédios e matricular as crianças. Na verdade precisamos que seja um atendimento de qualidade. A criança deixa sua casa e vai para um espaço, esse espaço tem que oferecer para ela o que de melhor pode ter, em termos de estimulação tanto do crescimento emocional como do cognitivo. É um direito das mães porque elas trabalham e a creche passa a ser uma necessidade. Mas meu foco é enquanto o direito de todas as crianças", frisa.
No Fundo Social deve manter o trabalho realizado. "Pretendo dar continuidade ao que a Denise Lippi vem fazendo até porque é bastante significativo, a Cantata de Natal, o Casamento Comunitário, como tantos outros trabalhos que ela vem desenvolvendo. Mas como a minha formação é em educação, arte e cultura, o meu olhar para o social vai ser também através dessas áreas, porque quando você oferece isso às pessoas você está atendendo a demanda social", ressalta.
Comparada à Ruth Cardoso
Questionada sobre a comparação com a ex-primeira dama Ruth Cardoso, Maria Inês prefere destacar as qualidades que as diferenciam. "É um outro perfil. Ela tinha uma vida academia bastante intensa, esteve ligada a USP por muito anos, até que o Fernando Henrique foi para a Presidência; ela tem um histórico acadêmico que eu não tenho. Fui professora no curso de graduação, fui professora no ensino médio mas meu histórico não é de um professor acadêmico. Ela tinha uma qualificação que não é a minha. Ela era mais vinculada a Sociologia, são formações diferentes e um trabalho desenvolvido durante a vida diferente, o dela mais acadêmico. Sobre a atuação na vida pública ressalta a comparação feita. "É inerente a minha maneira de ser, tudo o que faço eu procuro fazer com uma intensidade muito grande. Esse é meu jeito de ser", comenta.
Corpo a corpo
Maria Inês confessou ter, pela primeira vez, participado efetivamente da campanha eleitoral. "Na rua eu nunca tinha feito, foi a primeira vez que fui até as pessoas para pedir votos, conheci bairros que eu não conhecia. Pannunzio sempre falava, esse contato com povo é sempre muito rico; ele gosta muito, ele gosta de ir à feira, gosta de ir ao mercado, e eu não tinha muito essa vivência de ir até as pessoas para falar de política. Foi uma experiência gratificante. Fui acompanhada de pessoas que me deram apoio e a receptividade foi muito grande, mesmo das pessoas que tinham feito opção pelo outro candidato, a receptividade foi bastante significativa", revela.
Vida saudável
Sobre os cuidados com a imagem pessoal e a saúde, Maria Inês revela que não é ligada a roupas de grifes, mas gosta de estar sempre bem. "É uma vaidade normal, inerente a todos nós, é questão de respeito pela gente mesmo e pelos outros com quem a gente convive, acho que é importante estar se cuidando, é um cuidado saudável, eu faço pilates, eu danço muito; além do prazer que isso me dá é pensar na saúde mesmo, colocar o corpo em movimento. A vaidade para mim não é apenas investir no visual, com roupas e maquiagens. mas o quanto é importante investir no mundo interno da gente, e se sentir bem, e ter uma vida com qualidade", ressalta. Dos prazeres em família Maria Inês destaca as atividades ligadas à cultura. "Gostamos de cinema, de teatro - apesar de fazer tempo que não vamos-, e também vamos à chácara com a família, passamos o dia conversando, é um momento de lazer da família e contato de todos", completa. (Simone Sanches)