Consumidores da região já sentem a redução de 18,39% na conta de luz
Amilton Lourenço
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A maior parte dos consumidores sorocabanos ainda não recebeu a fatura da energia elétrica, mas quem já teve acesso à conta com vencimento em fevereiro (referente ao consumo registrado em janeiro), comemora a redução prometida pelo Governo Federal. Mesmo os consumidores que ainda não receberam os boletos, fazem as contas de quanto irão economizar. De acordo com a CPFL Piratininga, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em Sorocaba e região, a redução das tarifas para consumidores de baixa tensão (residências) foi de 18,39% e para os de alta tensão (indústrias) a queda é de 31,06%.
A microempresária Edilele Oliveira afirma que recebeu a conta de energia R$ 40 mais barata mesmo com aumento do consumo na sua residência por conta da maior utilização do ar condicionado em dias de calor. "Foi uma surpresa agradável. A conta veio mais barata mesmo com o aumento do consumo. Não mudamos nenhum hábito para reduzir o valor", avalia a empresária, que mora no bairro Jardim Saira.
A aposentada Inês Martinês dos Santos, moradora da Vila Progresso, ainda não recebeu a conta de luz, mas já faz planos para o dinheiro que deverá sobrar. "Aqui em casa somos em seis pessoas e, mesmo utilizando gás natural, gastamos de R$ 120 a R$ 140 por mês de energia elétrica. Se a redução se confirmar, vamos economizar entre R$ 22 e R$ 26", contabiliza. "Já é o suficiente para fazer a feira da semana", complementa a aposentada.
Indústria
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Sorocaba está realizando um levantamento entre os consumidores de alta tensão para confirmar se realmente houve a redução de 31,06% anunciada pela concessionária. Mas segundo o vice-diretor da entidade, Erly Domingues de Syllos, alguns empresários já receberam a conta e comemoram a redução. "Fiz alguns contatos informais para conferir. Todos que receberam já estão contentes com o desconto", afirma.
Syllos diz que está é "uma vitória muito forte" da indústria e do povo brasileiro. "A medida beneficia as pessoas direta e indiretamente, já que além de pagar sua conta mais barata, também será beneficiado com a redução de preços de diversos produtos. Com a energia mais barata, o setor produtivo passa ter condições de reduzir custos e, isto, certamente, é repassado ao consumidor final", avalia.
Ainda falando sobre aumento da competitividade, Syllos diz que a queda no custo da energia dará novo fôlego para a indústria. "Tínhamos a terceira energia mais cara do mundo. A redução reflete no chamado "Custo Brasil" e abre expectativas para os empresários brasileiros no mercado externo."
Dados do Ciesp aponta que o consumo de energia no setor produtivo representa, em média, 10% na elaboração dos custos. "Isso significa, que a redução de 31,06% na energia elétrica, representa aproximadamente 3% no custo de produção. É um número bastante expressivo", finaliza.
Os reajustes
Em nota, a CPFL esclareceu que a definição das tarifas das concessionárias de energia elétrica é realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável pela regulação do setor. Essa definição pode ocorrer por meio de Reajuste Tarifário Anual, Revisão Tarifária Periódica ou mesmo Revisão Tarifária Extraordinária.
O Reajuste Tarifário Anual acontece na data de "aniversário" do contrato de concessão de cada distribuidora. O Reajuste Tarifário Anual da CPFL Piratininga, ocorre em outubro.
A Revisão Tarifária Periódica ocorre, em média, a cada quatro anos. No caso da CPFL Piratininga, teria sido em outubro de 2011, mas foi prorrogada para outubro de 2012.
Fora desses períodos, a Aneel pode determinar, ainda, uma Revisão Tarifária Extraordinária. Este foi o caso da redução de tarifas anunciada no último dia 23 de janeiro pelo Governo Federal, uma Revisão Tarifária Extraordinária que passou a valer no dia 24 de janeiro de 2013. O percentual de redução para os consumidores de Baixa Tensão (residenciais), estipulado pela Aneel para a CPFL Piratininga, foi de 18,39% e a média do percentual de redução para os consumidores de Alta Tensão (indústrias), foi de 31,06%.
Para os clientes, a redução será refletida nas contas de energia que englobarem a leitura do consumo a partir de 24/01/2013, de acordo com a data de faturamento de cada unidade consumidora. Os dias que antecederam a Revisão Tarifária Extraordinária em questão serão faturados com a tarifa anterior; e os dias a contar da data de 24/01/2013, já serão contabilizados com a nova tarifa.