ESPORTES

São Bento comemora os 50 anos do primeiro acesso à elite paulista



Giuliano Bonamim
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O São Bento conquistou há exatos 50 anos o título do Campeonato Paulista da Primeira Divisão (atual Série A2) de 1962. A taça foi erguida na noite de 22 de fevereiro de 1963, no estádio do Pacaembu, após a equipe sorocabana vencer o América pelo placar de 2 a 1. A comemoração do Jubileu será feita hoje, às 20h, na churrascaria Tropical Grill, em Sorocaba, com as presenças de jogadores e dirigentes da época.
A iniciativa da homenagem partiu da atual diretoria do São Bento. O vice-presidente do clube, Agacir Maister, o Xixo, diz que foram convidados os ex-atletas Paraná, Cabralzinho, Mickey, Bazzaninho, Biter, Valter, Gilson Metidieri, Nei Silva, Atílio e Renato Francisco. A lista inclui ainda Alfredo Metidieri e Flavio Guariglia, ambos diretores de esporte; Miguel Molina, presidente do Conselho; e Nilton Belo, secretário geral.

Segundo Xixo, os ex-jogadores e ex-dirigentes serão homenageados com uma camiseta alusiva aos 50 anos da conquista do título. "Será uma forma de agradecer pelo que eles fizeram para o clube", comentou.
Ademir de Barros, o Paraná, confirmou presença na festa e elogiou a iniciativa da atual diretoria do São Bento. "Isso ajuda as novas gerações a não esquecerem de nós, pois aquele time era muito bom e deu muita alegria para Sorocaba", contou.
Quem também estará no evento é Tiberani Ferraz dos Santos, o Biter, que fez parte do elenco do acesso à divisão de elite do futebol paulista. De acordo com ele, o evento só fará bem ao São Bento. "O clube sempre sofreu com a falta de dinheiro, mas atualmente está precisando de um incentivo moral e essa festa servirá para isso", disse. "Além disso, as pessoas precisam respeitar o sacrifício que já foi feito", completou.
Na lista de presentes também estará o meia Bazzaninho. "Olha, eu joguei no São Paulo e em outros grandes clubes do país, mas o time que eu joguei com amor foi o São Bento", relatou. Segundo ele, a festa será importante para relembrar a conquista. "O povo sorocabano valorizou muito o título naquela época. O São Bento era tido como um time da forte, que "mordia" em campo, mesmo sem receber meses de salário", disse.

O jogo

O terceiro jogo da final do Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1962 ocorreu em uma sexta-feira, véspera de Carnaval. Depois de dois empates, um em Sorocaba e outro em São José do Rio Preto, a decisão ficou para 22 de fevereiro de 1963 no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
O São Bento, dirigido pelo técnico Wilson Francisco Alves, o Capão, entrou em campo com Valter; Julião, Odorico e Salvador; Nestor e Paulinho; Raimundo, Cabral, Picolé, Bazzaninho e Paraná. No tempo normal, a partida terminou empatada em 1 a 1. Aos 12 minutos da prorrogação, o meia Bazzaninho lançou Paraná pela esquerda, que entrou em diagonal na área e tocou para Picolé marcar o gol do título do elenco sorocabano.
O América, adversário do São Bento, atuou com Reis; Murilo, Gutemberg e Ambrósio; Fogueira e Renatinho; Colada, Sapucaia, Valter, Cuca e Dirceu. O time foi dirigido pelo técnico João Avelino. A partida foi comandada pelo árbitro Anacleto Pietrobom e teve uma renda de Cr$ 5.371.850.
Essa vitória do São Bento entrou para a história do clube. Foi a primeira vez que o time sorocabano conquistou a chance de disputar a divisão de elite do futebol paulista, na qual permaneceu por 28 anos ¿ depois, voltaria a subir em 2005.