SOROCABA E REGIÃO

Fiscalização da Anac detém e multa seis aeronaves em Sorocaba

Leandro Nogueira
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou na tarde de ontem um balanço parcial da 5ª Operação Especial de Fiscalização da Anac, realizada em parceria com a Polícia Federal e a Receita Federal em seis aeroportos paulistas, entre eles o aeroporto Bertram Luiz Leupolz. De terça a quinta-feira desta semana foram vistoriados 31 aviões em Sorocaba e seis deles foram multados e impedidos de voar até que regularizassem as suas situações.

As quatro aeronaves cujas detenções ocorreram por problemas na documentação, seja do próprio avião ou do piloto, tiveram as suas situações regularizadas e foram liberadas, mas seus responsáveis arcarão com as multas que variam de R$ 2 mil a R$ 15 mil de acordo com cada infração aplicada. Dois outros aviões em que a fiscalização informa ter encontrado irregularidades foram recolhidos a um hangar e lá permanecerão até que sejam sanadas. As informações são do gerente-geral de ação fiscal da Anac, responsável pela coordenação dessa operação nos seis aeroportos do Estado, Cláudio Ianelli. A operação também prosseguiu durante o dia de ontem, mas o resultado total será divulgado apenas na próxima segunda-feira. A fiscalização não encontrou ilegalidades criminais em Sorocaba.

Em uma das aeronaves que continua detida, a fiscalização achou um radiocomunicador adaptado em uma bandeja de bolo. Em outro avião foi instalado um GPS de forma diferente à regulamentada pela Anac e ainda instaladas tomadas elétricas, mas sem homologação. Segundo o gerente-geral da fiscalização, as adaptações diferentes da maneira homologada não permitem conhecer as reais consequências e riscos que podem representar, mas não descartou a possibilidade de interferências na comunicação, em outros equipamentos ou na pilotagem da aeronave. Um dos aviões que até ontem continuava detido pertence ao cantor sertanejo Gustavo Lima e está com a autorização de voo suspensa desde quarta-feira. Segundo Ianelli, nesses casos as modificações costumam ser desfeitas para que haja a liberação.

A operação foi realizada sempre das 7h às 19h simultaneamente nos aeroportos de Sorocaba, Jundiaí, no aeroporto dos Amarais em Campinas, em Bragança Paulista e na capital, no Aeroporto de Marte e Congonhas. O gerente de fiscalização Ianelli declarou que Sorocaba e os outros cinco aeroportos foram escolhidos porque possuem o maior tráfego de aeronaves particular ou táxi aéreo. Nos seis aeroportos, a Anac abordou 287 aviões e 73 deles foram detidos/multados. No mesmo período o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) fiscalizou por meio de radares o plano de voo de 2.473 aeronaves que decolaram ou pousaram em algum desses seis aeroportos e houve 17 multas, cujos valores variam de R$ 1 mil a R$ 12 mil. O Decea autua as aeronaves que deixam de cumprir o plano de voo, seja porque desrespeitam a rota informada, a altitude ou fazem trajetos diferentes dos traçados aéreos existentes.

O maior número de irregularidades foi flagrado no aeroporto de Marte, onde houve 38 suspensões do direito de voar das 106 abordagens realizadas. Em Congonhas e em Jundiaí houve 8 suspensões cada, sendo que no primeiro foram realizadas 59 abordagens e no segundo, 36. As seis suspensões em Sorocaba foram idênticas as feitas no aeroporto dos Amarais, sendo que em Sorocaba houve 31 abordagens e nos Amarais, 29. Em Bragança Paulista foram 61 abordagens e quatro suspensões. Durante a operação, na quinta-feira a fiscalização decidiu averiguar a situação em outros dois aeroportos, um deles em um condomínio residencial com aeroporto interno também em Bragança Paulista, onde foram encontradas irregularidades em três das cinco aeronaves abordadas e outro em Atibaia.

Claudio Ianelli disse que as abordagens são preferencialmente feitas no momento do pouso, quando o piloto está presente para apresentar a documentação e mostrar o interior do avião. Ele disse que costuma evitar no momento da decolagem para não provocar atrasos no tráfego aéreo. Um dos pilotos abordados ontem foi o comandante Roberto Zero, que decolou de Bebedouro. Ele disse que pousa até duas vezes por ano em Sorocaba, para onde traz a aeronave para manutenção, assim como fazia ontem. Disse que nos três anos como piloto foi a primeira vez em que deparou-se com uma fiscalização. Disse que procura andar com toda a documentação em dia e ficou satisfeito em saber que aeroportos são fiscalizados. Tanto a aeronave como a documentação dele estavam em dia.