Chocolate sim, mas com saúde!
Ana Paula Yabiku Gonçalves
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Ele previne doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, inibe a oxidação das células, combate os radicais livres, tem poder hidratante, combate inflamações e, para completar, causa aquela sensação de bem estar que tanto precisamos depois de um dia estressante de trabalho. Não se trata de um novo remédio mas, sim, de um alimento que data de 1.500 a.C. e que ficou conhecido por um nome que mais parece adjetivo: chocolate.
Antes de preparar aquela mousse recheada, no entanto, lembre-se: o alimento pode ser incluído em várias receitas, mas com cuidado. "Geralmente, elas são complexas e carregadas de açúcar. A partir deste momento, o valor antioxidante do chocolate não fica mais em evidência", adverte o médico nutrologista André Veinert. A melhor maneira de consumo, segundo o especialista, é em forma de barras ou bombons, moderadamente. A dose diária deve ser de cerca de 25 gramas (aproximadamente quatro quadradinhos) por pessoa, desde que combinados a uma alimentação e estilo de vida saudáveis.
O chocolate amargo é, de acordo com André, a melhor opção. "Por ter alto teor de cacau, possui maior concentração de vitaminas, ácido fólico, magnésio, cobre, potássio, zinco, cálcio e manganês. Além disto, há maior presença de antioxidantes conhecidos como flavonoides, que combatem os radicais livres", explica. O chocolate ao leite possui maior teor de gordura e açúcar. Já o branco é o menos recomendado para consumo diário por ser rico em gordura saturada e não possuir massa de cacau em sua composição.
Algumas pessoas, destaca o nutrólogo, devem ter cuidados redobrados no consumo do doce. É o caso, por exemplo, dos diabéticos. "O paciente diabético deve preferir aqueles com menor teor de açúcar em sua composição, dando preferência ao diet ou, em alguns casos, ao amargo (cacau 70, 80 ou 90%)", orienta. Pacientes com diabetes descontroladas, no entanto, devem evitar quaisquer tipos de chocolate antes de equilibrar a taxa de glicose no sangue. "Além disto, pessoas que sofrem de gastrite ou possuem pré-disposição para a doença devem evitar o consumo excessivo."
Mas se você é do tipo preocupado com os ponteiros da balança, vale lembrar que o chocolate diet possui menor teor de açúcar, porém tem elevada concentração de gordura. "Por isso, o valor energético não difere do chocolate tradicional e não deve ser consumido por pessoas em dietas com restrição calórica, mas somente por diabéticos", afirma o especialista. A ideia de que o alimento vicia também não é verdadeira. "Chocolate não cria dependência química. Existem pessoas, chamadas "chocólatras" que têm necessidade de consumir mais chocolate que outras, mas não podemos considerar um vício e, sim, um desejo", explica André. Moderação no consumo e escolha do tipo certo: esses são os principais ingredientes para quem quer fazer o queridinho das sobremesas também um aliado da saúde. (Supervisão: Helena Gozzano)