Cerca de 30% da população mundial têm varizes, de acordo com dados da OMS
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial têm varizes - dilatação das veias. Desse total, 70% são mulheres e 30% homens. No caso das mulheres, de 20% a 30% desenvolvem varizes durante a gestação. O sexo feminino é mais acometido por esta disfunção por razões hormonais.
O sistema vascular do organismo é formado por artérias, veias e vasos linfáticos. As artérias levam o sangue do coração, que é rico em nutrientes e oxigênio, para o resto do corpo. Portanto, possuem as paredes mais espessas, assim suportando grandes pressões sanguíneas. Já as veias são responsáveis por transportar o sangue periférico para o centro do sistema circulatório, que é o coração. Como funcionam com pressões baixas, possuem paredes mais finas. E, por fim, os vasos linfáticos carregam o líquido formado pela microcirculação (rede capilar) nos tecidos, o qual é rico em proteínas e células de defesa por todo o nosso organismo.
As varizes ocorrem quando as veias superficiais sofrem dilatação, perdendo sua capacidade de enviar o sangue até o coração de forma adequada. Para prevenir, é ideal manter o peso adequado, evitar o sedentarismo, ter uma dieta saudável, evitar o fumo e controlar as doenças associadas. As meias de compressão elástica mantêm as veias comprimidas, o que diminui o refluxo e a hipertensão venosa. Quando este método não for suficiente, a conduta médica é a cirurgia de varizes, na qual é feita uma pequena incisão na região da virilha e outra no tornozelo, e o cirurgião retira os principais focos de varizes associados à veia safena. Esta remoção da veia pode ser parcial ou total, dependendo do grau.
Conforme diz José Francisco Moron Morad, cirurgião vascular e diretor presidente da Unimed Sorocaba, as técnicas utilizadas nas cirurgias vasculares são muito amplas. Hoje em dia, vale destacar duas: a cirurgia cardíaca, que é um tipo de tratamento que pode ser feito para reparar danos no próprio coração - nas artérias ligadas a ele, ou para substituição deste órgão -, e a vascular periférica. A cardíaca está mais restrita aos cirurgiões cardíacos, que tratam dos infartos, das obstruções das artérias coronárias e revascularizam o miocárdio. Como causa para a doença periférica podemos citar as decorrentes do diabetes. O diabetes favorece a deposição de gordura no interior das artérias, o que pode levar a uma obstrução e comprometimento da circulação periférica.
Os indivíduos com diabetes têm 20% a mais de casos de amputação, quando comparados à população sem a doença. Um método muito utilizado na cirurgia vascular periférica é a endovascular, técnica minimamente invasiva, onde é feita a punção na artéria e passado o cateter até o nível da obstrução para sua dilatação, explica o médico presidente.
Moron lembra que em 2030 a população do Brasil deverá contar com 20% de idosos, assim estas cirurgias ocorrerão cada vez mais, já que a idade é um fator contribuinte para a arteriosclerose.
Uma disfunção a se evidenciar é a Doença Arterial Coronariana (DAC), que é o resultado do entupimento das artérias com crescimento de depósitos gordurosos na sua parte interna, os quais são colesterol, cálcio ou outras substâncias, obstruindo e tornando as artérias coronárias rígidas. A cirurgia cardiovascular é realizada neste caso a fim de solucionar o problema. Os sintomas são desconforto ou dor no peito; falta de ar; fadiga extrema com o esforço, dor nos ombros ou braços e as mulheres podem ter dores atípicas no peito; podem ser passageiras ou agudas, e percebidas até no abdômen.
Os fatores de risco aparecem, principalmente, por conta da diabetes, pressão alta, fumo, colesterol elevado (LDL), obesidade, histórico familiar e falta de exercício.