SOROCABA E REGIÃO

Revista resgata história do mais antigo dos bancos paulistas



José Antonio Rosa
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"Todos os bancos brasileiros têm sua própria história", diz o advogado sorocabano Otávio Teixeira num dos textos da revista
Uma linda história de um Banco de São Paulo, que ele próprio editou, lançou e agora distribui por conta própria. Gratuitamente, vale destacar. A ideia do projeto nasceu durante o primeiro encontro de ex-funcionários (entre os quais Teixeira, evidentemente) da instituição financeira em Vinhedo, interior de São Paulo.
A publicação resgata parte da história do Banco de São Paulo S/A., o mais antigo dos bancos paulistas, que foi incorporado pelo governo do Estado, que o denominou Banespa e, depois, devolveu seu controle acionário à iniciativa privada. Com a autoridade de quem testemunhou e viveu passagens dentro do conglomerado, Otávio Teixeira decidiu registrar suas impressões no trabalho e, de quebra, rememora curiosidades.
Cita o autor, por exemplo, que o início das operações bancárias no país remonta a outubro de 1808 com a fundação, por D. João VI, do Banco do Brasil. Já o Banco de São Paulo nasce em 1889, por autorização de Dom Pedro II. Em 1909, comandado por capitalistas franceses, torna-se o Banco de São Paulo S/A.
Dez anos depois, em 1919 portanto, na gestão Altino Arantes, o controle da empresa foi nacionalizado, assumindo o Estado a condição de acionista majoritário. A sede do estabelecimento de crédito acabaria se transformando num dos cartões postais da Capital a partir da construção do prédio na rua XV de Novembro, que faz fundos para a São Bento.
O imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico e nele foram instalados elevadores feitos em bronze. Para o revestimento da fachada edas áreas internas foi usado mármore trazido de Portugal. A construção tem, ainda, no subsolo, uma casa forte dentro qual fica o cofre encomendado à indústria bélica alemã Krupp. Algumas das imagens que retratam o prédio foram produzidas na revista.
Quando foi incorporado, o banco tinha como presidente João Ademar de Almeida Prado. Mais tarde, nos anos 60, a rainha Elizabeth, da Inglaterra, visitou o Brasil e quis conhecer, em Campinas, o plantel de cavalos puro-sangue de propriedade dos Almeida Prado. Sabendo do banco, quis, também, conhecê-lo.
A agência Sorocaba do Banco do Estado de São Paulo seria inaugurado em 1968, e ocupou o prédio de número 21, da rua São Bento,no centro da cidade. Em 1973, um acidente decretaria o que Teixeira chama de "começo do fim" da instituição. Durante sobrevoo pela serra do Japi, em Jundiaí, o avião a bordo do qual estavam Francisco de Almeida Prado e outros familiares, perdeu o controle e se chocou contra o paredão rochoso.
Maiores detentores de ações do banco, João e Nelson de Almeida Prado perderam o ânimo de dar continuidade ao empreendimento, abrindo caminho para o surgimento do Banespa. A transação foi feita sob a condição de que o incorporador aproveitasse o quadro de funcionários existente, não dispensando ninguém.
Otávio Teixeira trabalhou durante quase 20 anos como bancário em Sorocaba. A revista pode ser solicitada no site www.qualiplanpublicacoes.com.br. Outras informações pelos telefones (15) 3031-3960 e 3017-5354.