SOROCABA E REGIÃO

Diretor do CDP de Sorocaba é afastado do cargo


O diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba, Márcio Coutinho, foi afastado do cargo neste sábado, por determinação do secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Ele é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e também pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário, diante das denúncias de facilitação de entrada de drogas e telefone celulares no CDP, além ainda da venda de mordomias dentro da unidade prisional. Em nota, encaminhada ao jornal Cruzeiro do Sul, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que a medida visa garantir ao processado o direito à ampla defesa e a isenção do procedimento de apuração em curso na Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário.

A SAP divulgou ainda que Coutinho é alvo de investigação do Ministério Público e acusado de uma série de condutas incompatíveis com o serviço público. "Se ficarem comprovadas irregularidades, ele será punido em acordo com o Estatuto do Funcionalismo Estadual (Lei 10.261/68), mas se nada restar provado, poderá ser reconduzido para o cargo", enfatizou a SAP.

Além de Coutinho, outros quatro funcionários, todos subordinados a ele, também foram afastados. Para o lugar de Coutinho, no CDP de Sorocaba, foi nomeado Élcio José Bonsaglia. Ele, que é diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana, responderá cumulativamente pela direção do Centro de Detenção Provisória de Sorocaba.

Na terça-feira, dia 8, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) protocolou o pedido de afastamento dos investigados na Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Neste sábado, o diretor de comunicação da Sifuspesp, Adriano Rodrigues, disse que os servidores não podem ser prejulgados e que os afastamentos também não podem ser confundidos com punição antecipada, tendo em vista que o caso ainda está em investigação.

Rodrigues, no entanto, avaliou como acertada e necessária a atitude do sindicato, em cobrar que os servidores sob suspeita de crimes graves sejam afastados para garantir uma boa investigação e também para preservar os outros funcionários da unidade. "O clima estava muito ruim no CDP, com os principais diretores sendo investigados por corrupção. Imagine como ficam os funcionários sendo obrigados a cumprir ordens de pessoas em que não confiam? Havia também denúncias de assédio moral. Os servidores estavam temerosos e o sindicato agiu para garantir a tranquilidade dos funcionários da unidade", explicou.

O advogado Claudinei Fernando Machado, que defende o agora ex-diretor do CDP, Márcio Coutinho, não foi localizado pela reportagem na tarde de ontem. (Wilson Gonçalves Júnior)