CASA & ACABAMENTO

A beleza e a paixão pelos cactos


Leila Gapy
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Eles são diferentes, geralmente oriundos de climas áridos, possuem as mais diversas formas e quase sempre têm muitos, muitos espinhos. Dão trabalho, mas quando cuidados, têm sua beleza e até dão flores. São os cactos, da família das suculentas, que a cada ano conquistam mais colecionadores e apaixonados pelos detalhes exóticos que englobam essa família botânica. E uma dessas apaixonadas é a professora paulistana de Educação Física, Eliete Corridoni, de 43 anos, que possui nada menos que mais de mil exemplares divididos entre cerca de 700 espécies diferentes de suculentas. Todas unidades cultivadas, carinhosamente, há quase dez anos em sua casa, em Votorantim, onde reside há duas décadas.
E já na fachada da residência que Eliete sinaliza sua "loucura", como define. É que beirando os dois lados do portão social ela ostenta dois vasos grandes das espinhudas faucaria aizoaceae, semelhantes aos cactos que compõem o deserto do desenho animado Pica-Pau. Porém, é do lado de dentro do muro que o visitante se dá conta de que os espinhos não são exatamente proteção - embora seja a das plantas -, e sim, uma paixão. Sim, espinhos e flores de pedra, como são chamadas, devido a coloração e formato, tomam o jardim ao redor da casa. E são organizados. Cada planta tem seu vaso, por mais minúsculo que seja. E também são divididos por famílias. A distribuição física também foi cuidadosamente planejada, já que algumas gostam de sol, outras de meio sol, sombra.
"Há unidades que aceitam chuva, outras não. Morrem. Foi preciso pensar nisso para espalhá-las pelo jardim", explica ela que estuda o cultivo nos livros, revistas e na internet. O resultado? Um show de beleza natural. Um lugar que Eliete, sem querer ou conscientemente, literalmente plantou. Ela conta que a paixão pelas plantas, de um modo geral, foi despertada na infância, quando observava a mãe, dona Vilma Corridoni, moradora de Tapiraí, cultivar as mais diversas plantas. "Muitas vezes me irritei com essa prática da minha mãe, mas depois, me rendi", recorda. E foi assim que há pouco mais de 8 anos ela trouxe para casa a primeira suculenta (nome popular das plantas sem espinhos) e o primeiro cacto (que cientificamente compõem a classificação das suculentas), ambos mudas do jardim da mãe.
A partir dali, ela não parou mais e tornou-se uma colecionadora. Atualmente, Eliete conta com espécies oriundas de toda a América, além de unidades africanas e européias. Se envaidece de ter plantas inusitadas, como as cristatas - que nada mais são do que resultados de mutações genéticas naturais, que comumente ocorrem -, e ostenta as inúmeras graptopetalum paraguayense, chamadas de rosas de pedra, devido a tonalidade acinzentada e o formado enrijecido. "Tanto as "suculentas" quanto os cactos, são plantas que quando cultivadas, dão flores. A geometria e a coloração sempre me chamaram a atenção. Essa família de plantas requer observação e apesar da aridez que requer e aparência, são lindas", garante ela que estuda o cultivo em livros, a maioria estrangeiros, e pela internet.
Tanto que justamente por ser uma das mais pacientes no cultivo, agora ela tem se preparado para um campeonato virtual de vasos ornamentais com cactos. Segundo ela, a ideia é fotografar o passo-a-passo da composição e a evolução das plantas. "Eu amo os cactos e o fundo do mar. E muitas espécies se assemelham aos corais. Fiz o vaso tentando reproduzir essa paz do oceano", detalha ela que, se vencer, ganhará mais mudas para a coleção. Porém, não são só as flores que Eliete tem colecionado. Ela também tem feito amizades. Relações que foram iniciadas pela internet e que alcançaram a vida pessoal. "Alguns já vieram me visitar e eu também já fui visitar muitas pessoas de todo o Brasil. Acho que é a melhor parte. Cultivar a paz e a amizade", define.
Os cactos, da família das suculentas, a cada ano conquistam mais colecionadores e apaixonados pelos detalhes exóticos que englobam essa família botânica. E uma dessas apaixonadas é a professora paulistana de Educação Física, Eliete Corridoni, de 43 anos, que possui nada menos que mais de mil exemplares divididos entre cerca de 700 espécies diferentes de suculentas.
 
Cactos estão na moda e ornamentam ambientes
 
É só lançar a palavra cacto no universo virtual que inúmeros blogs e páginas de colecionadores se empilham na tela. Fato que sinaliza o atual modismo em torno dos espinhudinhos. Mas se você nunca pensou neles como possibilidade de plantas ornamentais, segue abaixo algumas informações que podem lhe fazer mudar de ideia.
As plantas suculentas são aquelas nas quais a raiz, o talo ou as folhas foram engrossados para permitir o armazenamento de água em quantidades muito maiores que nas plantas normais. Esta adaptação lhes permite manter reservas do líquido durante períodos prolongados, e sobreviver em ambientes áridos e secos que para as outras plantas seriam inabitáveis.
Existem milhares de espécies de plantas suculentas - a maioria pertence as famílias das aizoáceas, as cactáceas e as crasuláceas, com mais de mil espécies cada uma. As cactaceae é a família botânica representada pelos cactos: são aproximadamente 84 gêneros e 1.400 espécies nativas somente nas Américas. São frequentemente usados como plantas ornamentais, mas alguns também na agricultura.
São plantas pouco usuais, adaptadas a ambientes extremamente quentes ou áridos, apresentando ampla variação anatômica e capacidade fisiológica de conservar água. Também têm ampla variação de formatos e tamanhos, o mais alto é o Pachycereus pringlei, cuja altura máxima registrada foi 19,20 metros, e o menor é Blossfeldia liliputiana, com apenas cerca de 1 cm de diâmetro.
As flores dos cactos são grandes e, como os espinhos e ramos, brotam das areolas. Muitas espécies apresentam floração noturna já que são polinizadas por insetos ou pequenos animais noturnos, principalmente mariposas e morcegos. A extração de mudas geralmente é facilitada, visto que muitas espécies multiplicam-se apenas com o plantio de folhas. O manejo varia de espécie para espécie, mas no geral, requerem pouca água.
Observação: Embora os cactos sejam plantas que pertencem à família das suculentas, é comum referir-se a eles como se suculenta fosse uma espécie e o cacto outra. A divisão popular se dá pelos espinhos. Os espinhudos são cactos e as plantas sem espinhos (que geralmente pertencem à classificação crasuláceas) são chamadas de suculentas.