ECONOMIA

Currículo bem feito aumenta em 70% ou mais a chance de ser chamado para uma entrevista





Anderson Oliveira
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Em busca de uma vaga como operadora de caixa, Gleice Queli Silva de Oliveira elaborou um currículo e elencou as informações da seguinte maneira: dados pessoais, objetivo e qualificações profissionais. Com esse modelo, a possibilidade de que ela seja chamada para um processo seletivo aumenta. "Uma pessoa que tem um currículo bem feito tem 70% ou mais de chance de ser chamada do que aquela que faz currículo de forma errada", garante o consultor em recursos humanos, Toni Coelho, da CityRH.
Das informações inseridas no currículo por Gleice, apenas uma não consta entre as recomendações do especialista. São as qualificações pessoais, que ela colocou no final do documento, caracterizadas por expressões como "sou dinâmico", "quero desenvolver minha carreira", etc. "Estamos na era da velocidade. Tudo em excesso é descartado", afirma o consultor.
Segundo Coelho, um bom currículo é aquele onde estão as informações mais objetivas. "Se a pessoa faz um currículo genérico, ele fica no meio de um monte. Quanto especifica, começa a se diferenciar." Assim, é preciso ir direto ao ponto em informações como cargo e área pretendidos, atesta o especialista. É importante também evitar a utilização de endereços de e-mail engraçados ou provocativos, além de erros gramaticais. "Se você abre um objetivo e encontra o "meu objetivo é contribuir com a empresa que venha e me contratar...", e o outro, "vendedor" ou "vendas, você já sabe que é o último que vai chamar", explica.
Nos currículos encaminhados por e-mail, o candidato também deve ser objetivo em relação ao "assunto" da mensagem, diz o consultor de RH. Colocar o cargo ou área é, novamente, a recomendação. "Para nós, que somos consultoria e recebemos milhares de currículos, se você pega vendedor, almoxarife, motorista, isso facilita. Você já vai classificando." Por outro lado, frases como "meu CV" obrigam o recrutador a abrir o e-mail para saber qual a função pretendida pelo candidato. "Se a pessoa deixa para o final, olha o tempo que vamos perder", observa Coelho.

Currículo elimina

Se por um lado, um bom currículo aumenta as chances de um candidato ser chamado para processos de seleção, pequenos erros já o eliminam imediatamente. Ainda que os candidatos acertem no objetivo e no assunto - caso enviem o currículo por e-mail -, é importante ter atenção em outros aspectos, como endereço de e-mail incorreto ou erros gramaticais. "Vamos imaginar que o cara coloque: "quero vaga de segurança", e escreve "seguranza"", ilustra Toni Coelho.
E-mails provocativos ou engraçados também não contribuem com o candidato, ele diz. "Vamos imaginar que coloque bonitinho@, ou o apelido dieguinho, zequinha... Você já entra com pontos perdidos na avaliação."

Dicas

A receita para se fazer um bom currículo, conforme as dicas dadas pelo consultor Toni Coelho, é simples. Iniciar o documento com os dados pessoais de fácil acesso, como nome, endereço e telefone. "Tem gente que dá telefone, mas, depois, não se consegue falar com a pessoa. Tem de ser telefone que atenda", reforça. O mesmo é recomendado para o e-mail, ele diz. "Fizemos um teste recente com candidatos do nosso cadastro e tem gente que demorou dois meses para responder. E se fosse uma vaga?"
Segundo ele, não é preciso colocar o número de nenhum documento no currículo. "É interessante colocar a idade", comenta. No objetivo, colocar apenas a área ou vaga que pretende trabalhar ou tem experiência. Em seguida, descrever as qualificações profissionais. "Aquilo que você faz ou que sabe fazer, independente se foi na última empresa ou na primeira", explica Coelho. Depois, na informação sobre as empresas em que trabalhou, o candidato não precisa repetir o que já colocou anteriormente. "O currículo não deve passar de duas páginas", conclui.