Ruas de Sorocaba amanhecem sujas de propaganda política
Carolina Santana
[email protected]
Leandro Nogueira
[email protected]
A cidade amanheceu com várias ruas tomadas de santinhos, jornais publicitários de candidatos e até adesivos daqueles que disputavam uma vaga nas eleições majoritárias. O material publicitário acumulava-se principalmente próximo aos locais de votação e, conforme afirmou o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) o cronograma da limpeza pública foi mantido com os garis da cidade trabalhando na retirada da sujeira a partir da manhã de hoje.
Os panfletos dos candidatos causaram muitas reclamações de eleitores e vizinhos, já que com o vento os "santinhos" eram levados para dentro das escolas ou para dentro das residências dos vizinhos. Como os panfletos no interior das escolas são proibidos, em ao menos três delas havia gente que os varriam para fora. "Os políticos obrigam o povo brasileiro a conviver com a sujeira deles tanto dentro como fora do Congresso", reclamou a técnica em patologia clínica, Elaine dos Santos Silva, 49 anos, quando saia da escola em que votou na manhã de ontem, em frente à Escola Estadual Francisco Camargo César, na Vila Helena.
Noemia Campos, 82, aproveitou as primeiras horas da manhã para votar. Como aconteceu em anos anteriores, a aposentada encontrou as ruas próxima ao seu local de votação, no bairro Barcelona, repletas de santinhos e material publicitário dos candidatos. Para chegar e ir embora da escola em que vota, porém, teve de segurar-se nos muros para ter mais segurança ao andar. "Nas últimas eleições, em 2012, eu quase caí. Tive que me segurar porque escorreguei e isso, na minha idade é muito perigoso", relembra.
Na Vila Nova Sorocaba, na Escola Municipal Ciambelli Gianini, enquanto o diretor do estabelecimento varria os papéis da entrada um delegado do PT nas eleições, Carlos Peper, responsabilizava os próprios eleitores pelos "santinhos" despejados nas portas das escolas. Peper dizia que só naquele local, observava que de 10% a 20% dos eleitores estavam recolhendo os papéis no chão para conseguir votar. "Os candidatos ficam três meses fazendo propagando, gravam música para os eleitores decorarem, mas no dia da eleição, ao invés de entrar com a cabeça erguida, chegam olhando para o chão, procurando em quem votar", reclamou Peper, alegando que os candidatos preferiam deixar de gastar recursos com os "santinhos" nas portas das escolas.
Outra fiscal da coligação PT, PCdoB e PR, Alvadete Luiza Gomes, com a vassoura em mãos, estava mais preocupada em varrer os santinhos de diversos candidatos que estavam entrando com o vento para o interior da escola estadual Joaquim Izidoro Marins, na Vila Angélica. Ressaltando que as propagandas não poderiam chegar aos corredores ela se empenhava para deixar o local limpo.
Em frente à escola estadual Francisco Camargo César, na Vila Helena, muitos reclamavam de um amontoado de "santinhos". "Acho que não pode, é uma falta de higiene, a propaganda devia ser feita de boca em boca", declarou o aposentado Antonio Camargo, 64 anos. "Acho ridículo, já tiveram o horário político", declarou o profissional de almoxarife, José Antonio de Moraes Filho, 34 anos.
Até mesmo quem ainda não tem idade para votar revoltou-se com a quantidade de papéis que voavam pelas ruas. "Nossa, quanta sujeira", exclamou o pequeno Guilherme Silva, 7 anos, que acompanhou a mãe, Camila Silva Santos, 40, por um passeio nas proximidades da escola municipal Getúlio Vargas. A mãe concordou com a criança e acrescentou: quem faz isso são porcos, meu filho.