CULTURA

"Ao vivo": o novo agrado de Céu para os fãs





Maíra Fernandes
maira.fernandes @jcruzeiro.com.br

2014 foi um ano cheio para Céu. Na estrada percorrendo o Brasil divulgando o álbum Caravana Sereia Bloom, ainda achou um tempo para fazer shows do projeto Catch a fire - no qual interpreta as músicas do clássico álbum de Bob Marley & The Wailers. Não bastasse, montou um show cheio de referências tropicais e incluiu uma trilha que mistura releituras de trabalhos anteriores e interpretações de sucessos de Pepeu Gomes, Nelson Cavaquinho, que registrou em DVD e, no fim de 2014, lançou com o nome de Ao vivo, para a alegria de uma leva de fãs que tampouco imaginariam que Céu fizesse esse agrado às vésperas do Natal.
A obra tem sucessos dos álbuns anteriores: Céu (Lenda e Malemolência); do álbum Vagarosa (Cangote e Bubuia); uma versão de Concrete Jungle. De compositores brasileiros, Céu interpreta O palhaço, de Nelson Cavaquinho, que abre o DVD, e Mil e uma noites de amor, sucesso da década de 1980 de Pepeu Gomes. "Eu sempre gravei músicas de outros artistas, é um bom exercício de intérprete, uma outra leitura", comenta em entrevista, feita por telefone.
Céu reforça que, bem acompanhada nessa empreitada, todos os trâmites, desde a escolha do repertório, aconteceu de maneira natural e, por isso, o resultado final tem sua aprovação.
O trabalho, gravado em apresentação única no Centro Cultural Rio Verde e lançado pelo selo Slap em CD e DVD é uma comemoração ao tempo de estrada e aos três trabalhos anteriores da artista, sempre aclamados dentro e fora do Brasil. "2014 foi um ano bem movimentado, super bom, rodei bastante o Brasil, que era mesmo o meu plano. Achei que era um tempo bom para gravar esse DVD, depois de três discos na bagagem é uma boa comemoração, pois dá para fazer um apanhado geral da obra", defende a artista, que agora tem três projetos de shows para se dividir em 2015, enquanto já pensa no próximo álbum, gestado em meio a essas turnês e esperado por Céu para vingar ainda este ano, mas sem detalhes. "Começo a encerrar um ciclo, uma fase, mas não devo parar não. Quero lançar alguma coisa para este ano, mas acho que é cedo ainda para dizer."
Quando lançou o Caravana Sereia Bloom, um álbum que trazia na essência toda sua experiência de estradas nacionais e internacionais, rodar os recantos mais remotos do Brasil era o desejo da artista. Desde quando apareceu na mídia, a sua carreira mais internacional era um assunto constante quando a conversa era o talento da jovem, até hoje assediada por produtores estrangeiros para se apresentar por outras terras. No entanto, a longa temporada em solos tupiniquins, que tanto agradou os brasileiros, também foi positiva para a artista, que viu e foi vista em seu país, e deverá agregar essa vivência no seu próximo trabalho. "Tocar no Brasil é uma coisa muito boa, eu fico muito feliz. O país é sempre tão carente de cultura em geral, então é sempre muito gostoso a gente levar o nosso show, a nossa cultura para quem está afim de ouvir", comemora ela.

Céu

Maria do Céu Whitaker Poças, ou somente Céu, mantém o equilíbrio entre produção, público e crítica desde que lançou seu primeiro trabalho Céu, em 2005, e depois com o elogiado Vagarosa, de 2009, e em 2011 com o Caravana Sereia Bloom. A cantora e compositora paulistana, mãe da Rosa e de voz suave, coleciona feitos históricos: no ano do seu début, a brasileira foi considerada pela revista francesa Les Inrockuptibles como uma das cinco revelações do ano; apareceu na primeira posição nos rankings Heatseekers (new artist) e World Music e na posição 57 do Hot 100, todos da respeitada publicação Billboard. Vale ressaltar que essa foi a mais alta posição de um brasileiro nas paradas dos americanas, desde Astrud Gilberto com Garota de Ipanema, em 1963.

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