ECONOMIA

Academias de bairro fidelizam clientes


Esdras Felipe Pereira
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programa de estágio
Com preços mais acessíveis e próximas de seus clientes, as academias menores têm atraído cada vez mais pessoas em Sorocaba. Geralmente distantes da região central da cidade, e sem contar com todo o aparelhamento luxuoso daquelas localizadas em shopping centers, algumas delas buscam se manter ativas tendo como princípio o bom atendimento aliado ao acompanhamento na rotina de exercícios de seus alunos que, por sua vez, querem melhor qualidade de vida.
Funcionando há nove anos, a academia R1 Fitness, localizada no bairro do Éden, surgiu como uma oportunidade para a família de Maria Rosa Jorge Fonseca, 52. Além de ser proprietária, ela também recebe apoio de seu filho Diego Willian Fonseca e de seu marido no negócio. Atualmente, conforme Diego, a academia já conta com aproximadamente 300 alunos, que podem utilizar os aparelhos de musculação, participar das aulas de dança e dos circuitos funcionais, entre outros exercícios. Para desfrutarem dos aparelhos e de todas as outras atividades, são disponibilizados três tipos de planos aos clientes: mensal (R$ 60), trimestral (R$ 165) e semestral (R$ 300).
Segundo Maria Rosa, antes de iniciarem os treinos, todos os frequentadores da academia precisam apresentar exames médicos. Em seguida, cada aluno recebe sua ficha com atividades específicas para serem executadas. "Aqui buscamos como diferencial oferecer um ambiente familiar aos nossos alunos", diz. O filho Diego explica ainda que a academia da família também é procurada por alguns atletas da cidade. "Já tivemos jogadores do São Bento que vieram treinar conosco. Agora temos uma skatista, que a patrocinamos e ela treina de graça", conta.
Longe de ser atleta profissional, mas com muita determinação, o estudante Willian Eduardo de Sales, 17, insatisfeito por estar acima de seu peso ideal, alterou sua rotina desde julho do ano passado, quando passou a frequentar a academia e mudou seus hábitos alimentares. "Depois disso perdi 40 quilos, e agora me sinto muito melhor", declara ele, que vai a pé à academia, já que mora a dez minutos do local. Companheiro de Willian nos exercícios, o assistente de planejamento e controle de produção, José Rezende, 23, também usou a proximidade de sua casa como pontapé inicial para começar as atividades físicas. "E também porque quero manter minha saúde em dia, já que minha família tem histórico de problemas cardíacos", acrescenta.
De funcionário a proprietário
Há seis anos a academia New Fitness, no bairro São Guilherme, estava prestes a fechar as portas. Foi quando Diego Henrique Oliveira, 29, então funcionário e recém-formado em Educação Física decidiu negociar com a antiga proprietária e conseguiu arrendar o negócio. Ele afirma que grande parte de seus alunos - hoje 365 - vem da própria zona norte, cativados pelo bom atendimento, bem como pelos valores oferecidos nos pacotes: mensal (R$ 50), trimestral (R$ 135) e anual (R$ 450). "Apesar de aqui não ser tão grande, temos seis profissionais formados para acompanhar os alunos", completa.
Na academia de Diego, além da musculação, os chamados circuitos funcionais - aqueles que não necessitam de aparelhos - são muito procurados pelos frequentadores. A enfermeira Selma André Vieira, 49, moradora do bairro, disse que leva cinco minutos para chegar à academia e, após as aulas, corre direto para o trabalho, numa clínica também situada na zona norte de Sorocaba. "Esse é o principal motivo para vir aqui, é pertinho de casa e do meu serviço", destaca. Outra que mostrava empolgação com o exercício funcional era a doméstica Geilda Gouveia de Lima, 35. "Já faço academia há dois anos e foi muito bom, pois tinha um problema na coluna, e agora estou 100%", afirma.
Complemento de renda
O dono da academia The Fight - no Jardim Magnólias -, destinada principalmente às artes marciais, é um empreendedor nato. Proprietário de um pet shop há nove anos junto da esposa, Tiago Elias Rachid, 34, encontrou no segundo negócio a oportunidade de complementar sua renda familiar, assim como realizar um sonho pessoal. "Estou com o espaço aberto desde junho do ano passado, aqui faço o que gosto de verdade", comenta. No local, são oferecidas aulas de muay thai, jiu jitsu, boxe, além das cobiçadas atividades funcionais.
Desde que abriu a academia, Rachid acredita que por lá já tenham passado quase 100 alunos. Ele atribui a boa quantidade de pessoas num curto período ao velho e conhecido "boca a boca". "Por ser um negócio de bairro, se um gosta, passa adiante a boa recomendação, e isso atrai mais frequentadores", enaltece.
Ainda de acordo Rachid, o horário de funcionamento, das 14h às 22h, também é importante para conseguir mais alunos. "Assim a pessoa pode sair sossegada do trabalho, tomar um banho, um café, e depois vir para a academia", indica. Lá, apenas planos mensais são disponibilizados, variando de R$ 50 R$ a R$ 150, conforme as atividades escolhidas. "Assim, caso a pessoa veja que não é bem aquilo que quer, não precisa se sentir obrigada a completar um plano maior, como os de três ou seis meses, geralmente oferecidos por outras academias", explica. (Supervisão: Aldo Fogaça)