Inverno aumenta casos de hemorragia nasal
Larissa Pessoa
[email protected]
programa estágio
A hemorragia nasal, também chamada epistaxe, é a perda de sangue pelo nariz, que geralmente ocorre em apenas uma das narinas. Segundo o otorrinolaringologista, Gustavo Haruo Passerotti, o problema, em geral, é o rompimento de algum vaso sanguíneo do nariz e se torna mais comum em dias de tempo seco, como no inverno. O médico explica que esses são mais comuns em alérgicos, sejam eles crianças ou adultos. "O nariz é uma região muito vascularizado e o rompimento de qualquer vaso provoca esse sangramento, que normalmente acontece próximo ao septo", afirma.
A maioria dos casos acontecem por causas banais, como uma irritação da mucosa nasal por um agente agressor ou um resfriado comum. "Cuidados simples previnem a hemorragia e é essencial procurar por um médico", alerta Passerotti. Ele destaca que embora não seja motivo de preocupação na maioria das vezes, o sangramento nasal deve receber atenção, pois pode também ser denunciador de problemas mais graves, como uma pressão arterial muito elevada, tumores ou transtornos da coagulação do sangue, por exemplo. "Às vezes esse problema simples pode ser o sintoma de algo que exija um tratamento mais complexo, por isso é importante o acompanhamento", explica.
Os sangramentos nasais são mais frequentes no inverno, quando os fatores ambientais predisponentes são mais comuns e a médica Mônica Húngaro destaca que o tempo seco é o principal agravante. "O frio piora a reação vasomotora e exacerba o quadro", destaca. Segundo ela, o acompanhamento médico é fundamental, mas orienta que até conseguir marcar uma consulta com o otorrinolaringologista, o paciente deve usar soro nasal muitas vezes ao dia "sempre aquecendo entre as mãos por uns cinco minutos". A médica alerta que esse aquecimento é necessário, pois o soro nunca deve ser utilizado frio.
Passerotti orienta também que a primeira ação após o início de um sangramento nasal é fazer compressa gelada e tampar a narina inclinando a cabeça para baixo. "Muitos acham que é para colocar a cabeça para cima, mas isso está errado." Seguindo a orientação do médico o paciente não engole o sangue e evita que ele escorra para as vias aéreas. Em pessoas saudáveis, como explica o médico, o sangramento deve ser contido rapidamente, pois "o corpo reage imediatamente ao sangramento e se encarrega da coagulação", porém em alguns casos a ida ao consultório é inevitável, pois para algumas pessoas é necessário o procedimento de cauterização.
Problema constante
Muitas vezes o sangramento ocorre pelo simples ato de assoar o nariz ou acontece por causa da baixa umidade ou de alguma outra infecção nasal simples, como alergias ou resfriados, por exemplo. Esse é o caso de Caroline Pires Seno Gomes, 23, que desde os 18 anos, após seu quadro de sinusite piorar, passou a conviver com as hemorragias nasais de forma mais constante. "Toda vez que tenho, eu vou no médico para resolver o problema", relata. Ela lembra que algumas vezes o sangramento é muito intenso e apenas com uma intervenção médica a hemorragia é sanada.
Caroline explica que mesmo com a sinusite, ela tenta evitar assoar o nariz muitas vezes seguidas justamente para não causar irritação e o posterior sangramento. "Com o tempo seco fica mais comum e normalmente acontece logo de manhã, assim que eu acordo." A jovem explica que seu principal aliado é o soro nasal.
Assim como Caroline, a jornalista Adriane Cacielle Souza, 31, frequentemente tem hemorragias nasais e agora conta que já se acostumou com o problema e já consegue resolver sem precisar ir ao médico. "Nas primeiras vezes eu fui ao otorrino, mas depois vi que não era nada grave e agora me viro em casa", explica. Segundo ela, a compressa gelada, tampar a narina e pressionar já bastam para resolver o problema. (Supervisão: Carolina Santana)