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Livro conta a história do pai de Gatãozinho, ídolo do XV


Eric Mantuan
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A história de Vicente Naval Filho, o atacante Gatão, maior artilheiro da história do XV de Piracicaba e pai do também atacante José Fernando Naval, o Gatãozinho, do São Bento, virou livro. A obra "Gatão, do XV ao Corinthians, tributo à trajetória de um vencedor", do professor universitário Adolpho Queiroz e do estudante de publicidade Pedro Sakr, conta detalhes e passagens curiosas do jogador, além de reunir depoimentos de familiares, amigos e companheiros de XV, Corinthians e Ponte Preta -- como o ex-jogador e treinador Candinho, os jogadores Zé Maria e Vladimir, entre outros.

As carreiras de Gatão e Gatãozinho exibem currículos invejáveis. O pai é lembrado pela torcida de Piracicaba pelo título da Lei do Acesso, por mais de 200 gols marcados e também por suas exibições com a camisa do Corinthians -- como na primeira excursão alvinegra à Europa, em 1952, ou na conquista do título do IV Centenário, em 1954. Já em Sorocaba, o filho tem o nome ligado à história do São Bento por ser o atleta que vestiu mais vezes a camisa alviceleste -- foram 367 jogos em oito anos. "A emoção é muito grande, pois vivi isso, lá atrás. Todas as pessoas que participaram se interessaram pela obra e pude ajudar na escolha de fotos, teve a minha mão", festeja Gatãozinho.

Dos cinco filhos do quinzista, dois seguiram a carreira futebolística: Gatãozinho e Tatau. "Meu pai queria, além de tudo, que os filhos fossem jogadores de futebol. Éramos cinco e queríamos que saísse pelo menos um", brinca o ex-são-bentista, que precisava "andar na linha" perto do pai. "Ele pegava no nosso pé. Ajudou muito a gente, ensinando o que era certo e errado, e principalmente a disciplina. Eu achava que jogava bem, mas ele sempre achava defeito".

Gatão morreu em 1995, aos 67 anos. Pôde realizar o sonho de ver um dos filhos se tornar um dos principais nomes do futebol do interior paulista. "Em 1986, quando estava no Juventus, ganhamos da Internacional -- que depois seria campeã paulista -- por 4 a 0. Mesmo assim ele não deu o braço a torcer, e falou: "ganhou, mas tem que melhorar." No final da minha carreira, ele explicou que tinha de ser firme para eu não me acomodar. Foi um alívio, era o que eu queria ouvir. Me corrigia, mas era para o meu bem", recorda-se o artilheiro do Azulão.

Além dos depoimentos, a obra ainda reúne também fotos da infância, do início da carreira e dos principais títulos conquistados por Gatão. O livro tem prefácio do jornalista esportivo Milton Neves, foi editado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, com apoio da Secretaria de Ação Cultural do município, e tem distribuição gratuita. Os exemplares podem ser obtidos com o instituto, pelo email [email protected]ou pelo telefone (19) 3434-8811.