SOROCABA E REGIÃO

Parte da tropa não desfila por causa da chuva e do cansaço



Maíra Fernandes
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Com desfalque de parte da tropa que veio de Itararé, foram os cavaleiros de Sorocaba e região que contribuíram para manter a tradição do Desfile dos Tropeiros de Sorocaba, evento que encerrou neste domingo as atividades da 48ª Semana do Tropeiro. Por conta do cansaço de homens e animais, somado à chuva que caiu no sábado e se estendeu até o domingo, muitos dos cerca de 150 muladeiros que percorreram mais de 400 quilômetros para participar da Tropeada Itararé-Sorocaba, acabaram indo embora antes do desfile. Mas, de acordo com o diretor de área da Secretaria de Cultura de Sorocaba (Secult), Osmir Antônio da Silva, a retirada dos homens e dos animais não prejudicou o evento, que contou com mais de 400 cavaleiros entre locais e vindos de outras cidades próximas. "O importante é que conseguimos manter a tradição", pontuou o diretor.

Foi por conta dessa tradição que o gestor de qualidade, Maximiliano Garcia, acordou cedo neste domingo para participar do evento, uma prática que mantém há anos. Acompanhado da estudante Bianca Pries, que também participa há tempos do evento, ele reforçou que o companheirismo e as amizades que conquista a cada ano são uma das partes mais importantes desse encontro, porém, reforça o caráter histórico do desfile. "Importante mesmo é manter a tradição, nunca deixas isso morrer", falou ele, fazendo coro com a estudante.

O engenheiro Synésio Pinheiro, apaixonado por animais, também é um entusiasta da tradição e, por isso, sempre que pode, participa de eventos similares, até em diferentes cidades. Para o sorocabano, estar no meio dos cavaleiros é uma satisfação, por isso enfrentou o frio e os chuviscos da manhã deste domingo, para participar do desfile.

Já o funileiro Márcio de Oliveira queria mesmo é ter acompanhado a tropa que saiu de Itararé, mas estava sem animal para enfrentar os muitos quilômetros de distância. O jeito, contou ele, foi se contentar em participar do desfile, que é uma parte importante da tradição tropeira.

O desfile da tropa, que sairia às 9h da frente do Parque Natural Chico Mendes, acabou atrasando em mais de 1 hora e, durante todo o percurso, os cavaleiros tiveram que enfrentar momentos de chuviscos, mas nenhum evento de chuva forte.

No caminho, que seguiu pela avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, rua Mário Thame, avenida Dom Aguirre e rua Souza Pereira. No centro da cidade, passa pelas ruas 7 de Setembro, Professor Toledo, Cesário Mota e São Bento, voltando pela XV de Novembro até a avenida São Paulo, os cavaleiros também foram saudados pelos populares, que acompanhavam de suas casa e calçadas a passagem da tropa. Em frente à Santa Casa de Misericórdia, nos altos da avenida São Paulo, junto à praça do Tropeiro, os homens foram novamente abençoados durante a passagem pelo Monumento ao Tropeiro, na volta ao Parque Natural.