SOROCABA E REGIÃO

Cancelamento do Saresp rende queixas à políca


 
Professores de pelo menos três escolas estaduais de Sorocaba que foram ocupadas pelos alunos registraram boletim de ocorrência no plantão policial na manhã de ontem, por causa do cancelamento das provas do Saresp. Nas escolas que foram ocupadas, a aplicação dos exames foi cancelada pela Secretaria Estadual da Educação, e com isso eles temem que vão perder o bônus que é pago pelo governo estadual para as escolas com melhor desempenho no Estado.
 
As notas obtidas com o Saresp compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) e servem como parâmetro ao cálculo do bônus de professores e funcionários.
 
Um professor da EE Roque Conceição Martins, que não quis ter seu nome revelado, disse que em uma rede social muito utilizada pelos alunos há mensagens ensinando como anular a prova do Saresp. Ele fez boletim de ocorrência porque foi impedido de aplicar as provas na escola. E um grupo de três professores da EE João Rodrigues Bueno, que também fizeram o registro no plantão policial, disseram que os estudantes da escola perderam uma ótima oportunidade de mostrar o bom desempenho da unidade, já que com a ocupação o exame também foi cancelado.
 
 
Secretaria
 
 
A Secretaria Estadual da Educação informou que os aspectos relacionados ao pagamento do bônus por resultado, que tem no Saresp elemento central para fins de cálculo, serão estudados do ponto de vista legal e comunicados posteriormente. A Pasta informou ainda que protocolou junto ao Tribunal de Justiça propostas de negociação com estudantes para desocupação das escolas, mas mais uma vez, não obteve acordo.
 
A orientação do governo estadual é que as escolas ocupadas façam boletim de ocorrência somente para registrar a ocupação, principalmente no caso de ocorrer depredação ou atos de vandalismos. De acordo com a Pasta, também é comum uma viatura da ronda escolar ou da Polícia Militar acompanhar as ocupações, como forma de garantir a segurança.
 
 
Dois filhos
 
 
O contador Marcelo Rodrigues Machado, 42 anos, tem dois filhos que estudam na EE Guiomar Camolesi Souza e disse que é a favor da ocupação da escola. "Um dos meus filhos está participando do protesto e acho que é um direito dos alunos que estão descontentes com a reorganização, mas tudo tem que ser feito de forma organizada e sem bagunça ou vandalismo", afirma.