ECONOMIA

Coca-cola muda sabor da versão zero


A Coca-Cola pretende investir R$ 3,2 bilhões no Brasil em 2017 e terá como foco a ampliação da oferta de produtos com menos ou zero açúcar. Completando 75 anos no País, a marca anunciou ontem a jornalistas, em São Paulo, uma estratégia de marketing unificada para as três versões da bebida: original, zero açúcar e stevia. Novas embalagens evidenciarão esse reposicionamento.

O novo presidente da Coca-Cola Brasil, Henrique Braun, explicou que a marca aumentará em 50% a distribuição, nos pontos de venda, das versões zero açúcar e stevia (que possui 50% menos açúcar). Diante da crescente preocupação com a alimentação, a empresa quer oferecer opções, se adequando ao novo estilo de vida dos consumidores. A estratégia é em nível global e já foi implantada em 14 países.

As novas embalagens da bebida, que chegam a todo País até fevereiro, destacarão o vermelho icônico da marca. A original será simples e completamente vermelha, enquanto a zero (antes toda preta) e a stevia ( verde na versão anterior) ganham um círculo vermelho que toma a maior parte da embalagem. De acordo com Marcos de Quinto, vice-presidente executivo global e líder global de marketing da Coca-Cola Company não haverá mais propagandas distintas para cada versão.

Os executivos não quiseram informaram que porcentagem do total de vendas representa a comercialização das versões menos açucaradas no Brasil. Porém, destacaram que na Inglaterra, por exemplo, já chega a 50%, evidenciando o potencial dessa tendência.

Nova zero açúcar

A Coca-Cola Zero está com novo sabor e passa a se chamar Coca-Cola zero açúcar. Desta forma, o "zero" se refere ao açúcar e não às calorias ou sódio, por exemplo. A nova fórmula busca se aproximar mais do sabor original da bebida. De acordo com a empresa "sem adicionar ou alterar qualquer ingrediente, apenas com um novo equilíbrio de aromas, chegou-se a um sabor ainda mais atraente para as pessoas que desejam opções sem calorias".

Braun descreve que todo o portfólio da marca -- que inclui água, café, chás, refrigerantes, néctares, sucos e bebidas esportivas -- passa por um processo de reformulação para diminuir a quantidade de açúcar. "Já reformulamos mais de 30% de nosso portfólio que possui 141 produtos."

A redução do açúcar da versão original da Coca definitivamente não está nos planos da empresa, que se restringirá a agradar quem quer menos açúcar por meio das versões "irmãs". Quinto revela que não teria coragem de alterar a versão clássica da bebida e que acredita que todos devem ter o "direito" de provar o sabor original, que é o mesmo em todo o mundo.

Os R$ 3,2 bilhões em investimentos para 2017 seriam 10% superiores a média de anos anteriores, segundo Braun. Os valores seriam divididos em marketing, infraestrutura e equipamentos. O otimismo da marca surpreende em meio às turbulências econômicas do País. "Essas variações e esses períodos de crise e bonança acontecem, mas nós temos uma visão a longo prazo. Por isso, os investimentos estão com esse apetite", afirma o presidente da Coca-cola Brasil.

Nos últimos cinco anos foram R$ 14,1 bilhões investidos no Brasil -- que é o quarto maior mercado da Coca-cola. No País, a marca possui 69 mil funcionários diretos e 45 fábricas de nove fabricantes.

Sorocaba Refrescos

A Sorocaba Refrescos é uma das fabricantes dos produtos The Coca-Cola Company no País, produzindo todos os refrigerantes da companhia e distribuindo diversos produtos do portfólio -- com exceção da recém adquirida Verde Campo, primeira marca de laticínios da Coca. A empresa sorocabana completou 45 anos em 2015 e gera 1.200 empregos diretos e indiretos, segundo o gerente geral da Sorocaba Refrescos, Cláudio Rodrigues.

Para ele, as novas embalagens terão um destaque maior nos pontos de venda e a estratégia se adequa aos novos clientes, que querem informações sobre o que consomem para escolhas conscientes. Rodrigues adiantou as novidades da marca em evento realizado em Sorocaba na última sexta-feira.