SOROCABA E REGIÃO

Greve geral interromperá a coleta de lixo em Sorocaba nesta sexta


A greve geral, marcada para amanhã, deixará Sorocaba sem coleta de lixo. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região, que além dos motoristas do transporte público, também representa os condutores que trabalham na coleta. O sindicato já havia informado no início da semana que o transporte público na cidade e na região sofrerá paralisação de 100% da sua frota nesta sexta-feira, apesar da Prefeitura tentar na Justiça garantir um mínimo de ônibus em circulação.

+Em ação, Urbes pede operação de 70% da frota de ônibus amanhã
+Prefeitura afirma que cortará o ponto de quem aderir à greve
+Várias categorias prometem aderir à greve geral

A adesão dos motoristas da coleta de lixo, segundo o sindicato, também será de 100%, ou seja, o serviço não será realizado amanhã. A Prefeitura de Sorocaba, em nota da Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom), reconheceu que a manifestação pode realmente prejudicar a coleta. Por essa razão, a Secom informou que a Secretaria de Conservação, Serviços e Obras orienta a população a manter os sacos de lixo dentro de casa e aguardar o dia da próxima coleta.

Outros serviços -- públicos e privados -- também devem ser afetados nesta sexta-feira, como atendimento bancário e comércio. Dezenas de sindicatos com sede em Sorocaba se organizam para a greve geral, marcada para acontecer em todo o País, convocada por oito centrais sindicais -- CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB contra os projetos de reforma trabalhista, previdência e terceirizações, propostos pelo governo federal e em tramitação no Congresso Nacional. Na semana passada, um encontro organizado pela Frente Brasil Popular e pelo Fórum Sindical reuniu representantes de mais de 60 categorias, na sede do Sindicato dos Rodoviários, para traçar detalhes do movimento na cidade.

Policiamento

A Polícia Militar intensifica a partir das 18h de hoje o esquema de segurança visando a greve geral de amanhã. De acordo com o capitão André Menezes, coordenador operacional do 7º Batalhão da Polícia Militar do Interior (7º BPM/I) e porta-voz do Comando de Policiamento do Interior (CPI/7), no início desta noite o reforço será nas ruas e, a partir das 5h de amanhã, o policiamento também se fará presente nos terminais de ônibus, portas de garagens e indústrias, a fim de garantir o livre acesso do trabalhador que não quiser aderir ao movimento.

Ainda segundo o capitão PM, não há nenhuma informação oficial sobre o fechamento de acessos a importantes vias da cidade. Em nota, o comandante do CPI/7, coronel Antonio Valdir Gonçalves Filho, salientou que a Polícia Militar se fará presente "não para reprimir um direito legal e assegurado ao cidadão, mas para evitar a prática de crimes por aqueles que, aproveitando-se da situação e oportunidade, praticam atos contrários à democracia, à cidadania e aos bens jurídicos tutelados pelo Estado".

Boatos

Integrante da subsede regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), secretário geral e presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos, Leandro Soares disse ontem se preocupar com possíveis infiltrações de pessoas mal-intencionadas nos atos da greve geral e que tal responsabilidade não pode ser repassada aos organizadores do evento. Mas assegurou que "a orientação do comando de greve nacional e regional é o de instruir e orientar sobre a mobilização de suas categorias e que jamais se cogitou agir pela força".

O coordenador regional da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Químicos de Sorocaba e região, Carlos Alberto dos Santos, também reforça que a greve será pacífica e que "os boatos surgidos são de pessoas interessadas em provocar conflitos". Paulo João Estausia, presidente do Sindicato dos Rodoviários, disse em nota tratar como maldosos os boatos "que têm a intenção de criminalizar e desmobilizar a greve geral, veiculados por pessoas que têm interesses em acabar com os direitos trabalhistas e com a aposentadoria pública".