SOROCABA E REGIÃO

Parque Ives Ota será inaugurado nesta sexta-feira em Sorocaba


Com área de aproximadamente 70 mil metros quadrados será inaugurado hoje, às 16h, o Parque Ives Ota. O empreendimento é resultado de convênio com o Ministério dos Esportes e demandou investimentos da ordem de R$ 250 mil para ser viabilizado.

O espaço foi batizado com o nome do garoto Ives Ota, que morreu assassinado há 20 anos. A mãe de Ives, a deputada federal Keiko Ota, e o pai, Masataka, além de autoridades, deverão estar presentes à solenidade, também a primeira de que a prefeita Jaqueline Coutinho (PTB) participa desde que assumiu o cargo em substituição a José Crespo (DEM), que teve o mandato cassado pela Câmara Municipal.

As obras do parque, que fica entre as ruas Ibiúna e Aristides de Carvalho, entre os jardins Leocádia, Morumbi e Iguatemi, começaram em novembro do ano passado. O equipamento contará com pista de caminhada, academia ao ar livre (que será instalada hoje), além de pista de skate. O que será entregue hoje à população consiste na primeira etapa do empreendimento; numa próxima, será implantada a iluminação do local, além de outras melhorias.

O caso Ives Ota

O garoto Ives Yoshiaki Ota foi sequestrado em 29 de agosto de 1997 em sua casa, na Vila Carrão, bairro da zona leste de São Paulo. Segundo consta, ele brincava na sala com seu primo quando três homens invadiram a residência e o levaram. Na madrugada do dia 30 foi morto com dois tiros porque reconheceu um dos sequestradores.

Ambos trabalhavam como segurança nas lojas de seu pai. Um dos acusados pertencia aos quadros da Polícia Militar. No mês seguinte, foi fundado o Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, uma ONG sem sectarismo religioso cujo objetivo é estender-se a todos os interessados numa sociedade pacífica.

A entidade prega que somente pelo perdão, a verdadeira paz se instala em sua vida. O pai de Ives, Masataka Ota, disse à revista "Veja" em setembro de 2001: "Acho que perdoar não é dizer: soltem os assassinos de meu filho. Perdoar é tirar o ódio de dentro de você. Então, perdão é uma coisa e justiça é outra. A justiça tem de ser cumprida".

Hoje o Instituto Ives Ota, inspirado nos princípios fundamentais preconizados pelo menino, promove o respeito, defende a vida humana e tem por finalidade amparar, assistir e orientar, crianças, jovens e famílias vítimas da violência e carência social, necessitados e desprotegidos, sem distinção de raça, cor, credo, sexo, nacionalidade ou condição social.

Depois do sequestro e assassinato do garoto, Masataka Ota começou uma caminhada pelo Brasil, a fim de coletar apoio para aprovação da lei pela prisão perpétua agrícola, conseguindo mais de 2 milhões de assinaturas que foram entregues ao Congresso Nacional no dia 13 de Maio de 1999.

Hoje, a família Ota tem como objetivo filantrópico, por meio do Movimento Paz e Justiça Ives Ota, contribuir com os menos favorecidos materialmente e espiritualmente e dar apoio às famílias vitimas da violência. A entidade realiza uma série de ações sociais como palestras semanais na sua sede, organiza atividades em escolas públicas, além de atividades ligadas ao esporte e à reeducação das pessoas e reestruturação das famílias.