SOROCABA E REGIÃO

Mercado Distrital aguarda por revitalização


Com apenas cinco comércios fixos em operação, o Mercado Distrital Tito Isquierdo, na Vila Fiori, aguarda por uma revitalização, que segundo a Prefeitura de Sorocaba, terá início ainda em 2018. A maior parte dos boxes está desocupada, com faixas de interdição -- alguns parcialmente demolidos e outros complemente removidos. Aos comerciantes restantes, a esperança é que uma revitalização dos espaços (e subsequente licitação que permita sua ocupação) dê novo fôlego ao mercado, que não pretendem abandonar.

A Secretaria de Abastecimento e Nutrição da Prefeitura (Seaban) afirma que a questão do Mercado Distrital "se arrasta há anos, e a atual gestão tem o compromisso de atender a uma solicitação de comerciantes e consumidores". A Seaban diz que está finalizando um estudo para viabilizar a revitalização do Mercado Distrital. Uma data exata para início da obra, assim como valores e detalhes, não foram informados. A pasta afirma que as possibilidades de que o Distrital venha a ser administrado por uma Central de Entrepostos ou até possível terceirização estão sendo analisadas. Enquanto isso, diz que vem realizando a manutenção periódica do espaço.


Orlei lamenta subutilização do Distrital - EMÍDIO MARQUES Orlei lamenta subutilização do Distrital - EMÍDIO MARQUES


Mantendo um açougue há 38 anos no local, Orlei Rodrigues, 68 anos, lamenta a subutilização do Mercado Distrital. "Falam em reformas, mas até agora não saiu nada. Aqui tem estacionamento, tem tudo, é só preencher essas bancas", afirma. Segundo os comerciantes, o movimento ao longo da semana é concentrado em clientes já fidelizados durante os anos. A exceção é a feira realizada aos domingos, que chega a atrair mais de 3 mil pessoas.

Proprietário de uma farmácia, José de Souza, 58 anos, conta que os comerciantes chegaram a se reunir com o antigo secretário da Seaban, Daniel Pólice. O gestor informou aos empresários sobre um projeto de revitalização, mas ocorreu uma troca de comando da pasta, e os comerciantes não obtiveram mais detalhes sobre a iniciativa.


A maior parte dos boxes está desocupada - EMÍDIO MARQUES A maior parte dos boxes está desocupada - EMÍDIO MARQUES


O empresário conta que o local carece de melhorias nos banheiros -- que estão com portas quebradas e mau estado de conservação -- e que a ocupação dos boxes vazios seria o ideal. Contudo, não desanima do mercado e recentemente investiu em uma reforma na farmácia, que existe há 33 anos. Ele destaca que os comerciantes não esperam apenas ajuda do poder público e se esforçam para melhorar os negócios. "Sou um entusiasta, uma pessoa cheia de esperança, que acredita nisso aqui", afirma.

Existe, porém, temor em relação ao novo modelo de gestão que será adotado, uma vez que os comerciantes ainda não conhecem detalhes do projeto. "Não sabemos como será, mas alguma coisa tem que ser feita", opina a comerciante, Maria Lucia Souza Moura, 62 anos, que atua há 25 anos no local.


Banheiro do local também está em situação precária - EMÍDIO MARQUES Banheiro do local também está em situação precária - EMÍDIO MARQUES


Frequentadores e comerciantes também reclamaram da situação da fiação elétrica do local -- que seria antiga -- e da presença de menores de idade, circulando desacompanhados durante as feiras de fim de semana. Alguns, inclusive, atuariam como guardadores de carros nas proximidades. Há aproximadamente dois meses, uma menina teria subido no teto de um box vazio, partindo o forro de gesso e caindo -- sem se machucar com gravidade. Depois desse episódio, a Prefeitura teria colocado as faixas impedindo a entrada nos boxes vazios.