SOROCABA E REGIÃO

Secretária de Educação deixa o cargo


Atualizado às 23h33
 
A secretária de Educação da Prefeitura de Sorocaba, Marta Cassar, entregou seu pedido de exoneração na tarde desta quarta-feira (14) ao prefeito José Crespo (DEM), alegando motivos pessoais. A saída da secretária foi confirmada pela administração municipal, que informou, por meio de nota, que o novo titular da pasta será definido nos próximos dias. Marta era uma das secretárias mais alinhadas com as ações do prefeito, porém enfrentou, nas últimas semanas, vários questionamentos em relação à atuação da pasta - dentre eles sobre o modelo proposto de gestão compartilhada em algumas unidades de educação e denúncias de atuação irregular de estagiários nas escolas. “A Sedu tem falta de recursos humanos e tenho certeza que o prefeito e o novo ou a nova secretária resolverão o problema”, disse Marta, ao Cruzeiro do Sul.
 
Marta Cassar é professora aposentada da rede municipal e estava à frente da Secretaria de Educação (Sedu) desde o início do governo Crespo. Ela foi uma das primeiras a entregar seu pedido de exoneração logo que Crespo foi afastado do cargo, em agosto do ano passado, e voltou assim que ele reassumiu. Informações de bastidores dão conta de que ela não vinha concordando com algumas medidas da administração municipal, como a gestão compartilhada - que será a destinação da administração dos serviços de educação, em algumas unidades, a uma Organização da Sociedade Civil (OSC).
 
Outro ponto de desgaste, nos últimos dias, foram as denúncias de atuação irregular de estagiários nas escolas da rede municipal - como noticiou o Cruzeiro em reportagem o último dia 4 de março, estudantes universitários estariam cuidando sozinhos das salas de aula. O caso chegou ao Ministério Público. A promotora de justiça Cristina Palma solicitou explicações à Prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais protocolou representação, no órgão, pedindo apuração do caso.
 
Questionada se esses pontos pesaram na decisão, Marta disse que “as pessoas falam muito.” Ela reforçou que foram motivos pessoais que a fizeram pedir para sair, pois tem “outros desafios pela frente” e que considera divergências, no cargo que ocupou, como naturais. “Numa gestão com um time como o nosso, se houvessem apenas convergências, não haveria avanço. Sempre há divergências, isso não é ruim. Também não é motivo para crise. Esse mundo de divergências ajuda a criar uma terceira proposta numa discussão. Essa sim é fruto da relação dialógica.”
 
Sobre os estagiários, Marta disse que “se há atuação irregular já está sendo apurado”. Já em relação à gestão compartilhada, Marta Cassar classificou a medida como “um meio legal muito interessante” para as prefeituras que se encontram com dificuldades relacionadas à Lei de Responsabilidade Fiscal e que acredita que um bom termo de referência pode dar segurança, às secretarias, de que só serão contratadas entidades competentes. “Enquanto secretária eu teria lutado para a implantação dessa gestão nas novas escolas e não nas já existentes. Para as já existentes entendo que é soberano que façamos reposições de servidores falecidos, exonerados e aposentados.”
 
Questionada se o prefeito José Crespo concorda com o modelo apenas para as novas unidades, Marta disse que “o prefeito deseja a gestão compartilhada como a solução para os problemas relacionados à queda nas arrecadações do município. Tem trabalhado dia e noite para oferecer ao povo parte maior da arrecadação. Serviços de qualidade ao munícipe é o que sempre nos cobrou em reuniões, por e-mails e pessoalmente também”.