BRASIL

Lula cumpre pena em cela especial na Polícia Federal de Curitiba


Confira cobertura dos acontecimentos de sábado (7) relacionados à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 
0h26 - Consolidada - Depois de dia tenso e tumultuado, Lula está preso em Curitiba
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal às 18h40 deste sábado (7), quase 26 horas após o prazo dado pelo juiz Sergio Moro.
 
Manifestantes impediram por mais de duas horas que Lula deixasse a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, onde estava desde quinta (5), quando teve a prisão decretada.
 
O cronograma previsto era que, após a missa em que discursou num carro de som, o petista almoçasse com familiares enquanto a militância se dispersasse para que sua saída não fosse tumultuada.
 
Apoiadores, no entanto, não deixaram o local. Às 17h, Lula chegou a entrar em um automóvel, mas foi impedido de sair do sindicato. Havia militantes do MTST, MST, CUT e Levante Popular.
 
Depois de alguns minutos, o ex-presidente saiu do carro e, abraçado e ouvindo gritos de seu nome, sorriu ao entrar de volta para o sindicato.
 
Em uma sala da diretoria, Lula aguardou até que dirigentes encontrassem uma saída. A cúpula do PT e os advogados de Lula temiam que o atraso complicasse a situação do ex-presidente inclusive em outros processos.
 
Do lado de fora do edifício, o carro de som foi levado para perto de um dos portões. Lá, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, apelou aos militantes que facilitassem a rendição. "A Polícia Federal deu meia hora para a gente resolver essa situação", afirmou.
 
"Não vim aqui pra induzir nenhuma decisão. Mas a consequência pode ser para nós que a polícia venha aqui dar paulada na gente", disse.
 
O presidente do PT paulista, Luiz Marinho, iniciou uma votação entre os apoiadores sobre a liberação da saída de Lula. O quarteirão já estava cercado por policiais e dentro do sindicato havia agentes da PF à paisana.
 
Enquanto militantes ainda estavam em assembleia, às 18h40, Lula deixou o sindicato a pé pelo portão do lado oposto ao que estava o carro de som. Dois cordões de seguranças possibilitaram que ele caminhasse por uma viela até chegar a viaturas da PF que o aguardavam.
 
Já sob custódia, Lula foi levado em um comboio de viaturas e chegou à sede da PF, em São Paulo, às 19h44. Às 20h11, voou de helicóptero até o aeroporto de Congonhas, de onde partiu para Curitiba.
 
Sua chegada de helicóptero à superintendência da PF em Curitiba, onde cumprirá pena em uma cela especial, às 22h29, causou tumulto entre apoiadores e opositores do ex-presidente, que o aguardavam. Policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
 
22h35 - Lula chega à PF em Curitiba
 
 O  helicóptero com Lula chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente começa a cumprir a pena de 12 anos e um mês a que foi condenado. Ele foi recebido com fogos de artifício e gritos de "Lula na cadeia".
 
Uma manifestação de apoiadores de Lula foi dispersada com bombas de gás lacrimogêneo em um dos acessos da PF na hora em que o helicóptero pousou.

O helicóptero da Polícia Federal decolou às 22h20 do aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, levando o petista a caminho da sede da Superintendência da Polícia Federal, na capital do Paraná.
 
21h49 - Lula cumprirá pena em cela especial da PF em Curitiba
 
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá cumprir pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula foi levado em um helicóptero do governo de São Paulo para o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, de onde partiu para Curitiba. O ex-presidente estava acompanhado de dois advogados, de acordo com a Polícia Federal. As informações são da Agência Brasil.
 
Antes de embarcar, ele passou por exame de corpo de delito na Superintendência da PF em São Paulo e foi atendido por médicos do Instituto Médico Legal.  Lula entregou-se à PF em São Bernardo do Campo (SP), por volta das 19h50, após resistência de apoiadores que chegaram a impedir a saída do ex-presidente da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde ele estava desde quinta-feira (5).
 
20h49 - Lula é o primeiro ex-presidente da República preso por crime comum no país
 
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o primeiro presidente da República do Brasil preso por crime comum. Condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro, ele ficará preso em uma sala especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. As informações são da Agência Brasil.
 
Antes de Lula, cinco ex-presidente da República foram detidos só que por motivações políticas. As prisões começaram com Hermes da Fonseca, no começo do século 20, depois, Washington Luís e Arthur Bernardes, nos anos de 1930, Café Filho, na década de 1950, e Juscelino kubitschek, durante a ditadura militar.
 
No caso de Lula, ele foi condenado após acusação de ter sido beneficiado com o repasse de R$ 3,7 milhões para a compra e reforma do triplex no Condomínio Solaris em Guarujá (SP). Deste valor, uma parte teria sido utilizada para o armazenamento, entre 2011 e 2016, de presentes que Lula recebeu durante os mandatos como presidente.
 
De acordo com a denúncia, as reformas feitas no imóvel pela construtora OAS, como a instalação de um elevador privativo, eram parte de pagamento de propina da empreiteira a Lula por supostamente tê-la favorecido em contratos com a Petrobras.
 
20h37 - Lula chega até Congonhas de helicóptero e segue para Curitiba
 
 Após se entregar na noite deste sábado (7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Superintendência da PF, em SP, para fazer exame de corpo de delito. Após o exame, Lula seguiu de helicóptero em direção ao aeroporto de Congonhas para seguir rumo a Curitiba.
 
Manifestantes a favor e contra Lula se reuniram em frente a sede da PF. Alguns entraram em confronto. A maioria dos manifestantes anti-Lula soltaram rojões, buzinam e alternam o Hino Nacional ao grito de guerra "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".
 
20h25 - Lula passa por exame de corpo de delito na sede da PF em São Paulo


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo, onde acreidta-se que passou por exame de corpo de delito. Lula entregou-se à PF em São Bernardo do Campo, após enfrentar a resistência de apoiadores que chegaram a impedir a saída do ex-presidente da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde ele estava desde quinta-feira (5). O trajeto entre São Bernardo e a sede da PF durou cerca de uma hora. As informações são da Agência Brasil.
 
A perícia é uma exigência legal para condenados antes do ingresso no sistema penitenciário, a fim de atestar a integridade física das pessoas e a não ocorrência de abuso de autoridade, mas geralmente é realizado no Instituto Médico Legal (IML).
 
Depois do exame, Lula deve ser transferido para Curitiba, para cumprir pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal. A expectativa é que ele parta do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. No local, já há apoiadores do ex-presidente protestando em sua defesa, entre eles parlamentares.


19h28 - Lula será levado para a PF em Curitiba


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi preso neste sábado (7), por volta de 18h40, em São Bernardo do Campo (SP), na Grande São Paulo. Ele entregou-se à Polícia Federal após a segunda tentativa de saída do sindicato. Na primeira vez, foi impedido pela militância que chegou a quebrar o portão para impedi-lo.
 
Durante o ato ecumênico realizado pela manhã no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, Lula anunciou que se entregaria. No evento, que se tornou um ato político, o ex-presidente disse que iria se entregar para "enfrentar" a Lava Jato.
 
O juiz federal Sergio Moro determinou que Lula deveria ter se apresentado à Polícia Federal em Curitiba até as 17h da última sexta (6), mas o prazo foi ignorado pelo petista. Desde quinta (5), quando Moro decretou sua prisão, o ex-presidente ficou alojado no sindicato, cercado por militantes e políticos de esquerda.
 
A defesa do petista negociava na sexta as condições para que ele se entregasse. A PF descartou enviar agentes ao sindicado para evitar conflitos. Lula foi condenado por Moro, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
 
Em janeiro deste ano, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) aumentou a pena para 12 anos e um mês de detenção.
 
Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, referia-se à cessão pela OAS de apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial. Moro, porém, absolveu o ex-presidente na acusação sobre o acervo.
 
A defesa do ex-presidente nega irregularidades e afirma que ele nunca foi dono do apartamento. Pedidos de habeas corpus para sustar a prisão foram negados no STJ e no STF. Lula é o primeiro presidente da história do Brasil a ser preso após condenação penal. Em 1980, então líder sindical, ele foi preso por motivos políticos, sob acusação de "incitação à desordem", no período final da ditadura militar.
 
Lula nasceu em Garanhuns, agreste pernambucano, em 1945. Migrou para São Paulo aos 7 anos, liderou o movimento sindical contra a ditadura no ABC paulista no final dos anos 1970 e fundou o Partido dos Trabalhadores em 1980, galvanizando a esquerda brasileira nas quatro décadas seguintes.
 
Elegeu-se presidente em 2002, na sua quarta candidatura, e reelegeu-se em 2006. Sob seu governo, o país acelerou o crescimento da renda e reduziu a pobreza e a desigualdade, acompanhando o que ocorria em outras nações emergentes.
 
Recordista de popularidade, ao deixar o cargo elegeu uma novata, Dilma Rousseff, como sucessora. Reeleita em 2014, ela sofreu impeachment em 2016.

Dois dos maiores escândalos de corrupção já registrados, o mensalão e o petrolão -este último revelado pela Operação Lava Jato-, arrebataram o governo durante o ciclo petista, bem como a mais profunda e extensa recessão em 34 anos.
 
19h02 - Lula deixa Sindicato dos Metalúrgicos e segue para aeroporto de Congonhas
 
 Pela segunda vez, só que a pé, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou deixar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Novamente, uma multidão de apoiadores tentou impedir que Lula deixasse o local. Por volta das 18h45, o ex-presidente conseguiu sair da sede do sindicato onde estava desde a última quinta-feira (5) e está se dirigindo ao aeroporto de Congonhas, mas antes pode passar pela Polícia Federal para fazer exame de corpo de delito. As informações são da Agência Brasil.
 
João Paulo, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pediu que a militância não "entrasse em provocação" e buscasse "manter a concentração". Referindo-se à presença de agentes das forças de segurança em meio à multidão, o representante do MST ressaltou: "Nós estamos em uma negociação séria com a nossa militância, é difícil, mas nós nao vamos topar qualquer tipo de repressão contra o nosso povo", afirmou. "Estamos em uma luta democrática".
 
Integrantes do PT se revezaram nos apelos à multidão para garantir a saída de Lula do sindicato. Manifestantes gritavam palavras de ordem e frases de incentivo para o ex-presidente.
 
Antes, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que a Polícia Federal havia concedido o tempo de 30 minutos para que o presidente se apresentasse.
 
19h02 - Lula se entrega à PF
 
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi preso neste sábado (7), às 18h40, em São Bernardo do Campo (SP), na Grande São Paulo. Ele entregou-se à Polícia Federal após a missa realizada pela manhã no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017.
 
No evento, que se tornou um ato político, o ex-presidente disse que iria se entregar para "enfrentar" a Lava Jato. O juiz federal Sergio Moro determinou que Lula deveria ter se apresentado à Polícia Federal em Curitiba até as 17h da última sexta (6), mas o prazo foi ignorado pelo petista.
 
Desde quinta (5), quando Moro decretou sua prisão, o ex-presidente ficou alojado no sindicato, cercado por militantes e políticos de esquerda. A defesa do petista negociava na sexta as condições para que ele se entregasse. A PF descartou enviar agentes ao sindicado para evitar conflitos.
 
Lula foi condenado por Moro, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).


18h45 - Lula deixa Sindicato dos Metalúrgicos 
 
 Lula deixou o Sindicato dos Metalúrgicos a pé, em meio aos militantes . O ex-presidente entrou em carro da Polícia Federal, que aguardava em uma rua próxima ao prédio. Os veículos da PF seguiram em comboio.
 
Mais cedo, o ex-presidente tentou deixar o prédio de carro e foi impedido por militantes.
 
18h20 - PF teria dado 30 minutos ao PT, diz Gleici
 
 Militantes e apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bloquearam, na tarde deste sábado (7), as passagens internas do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, em SP, para dificultar a saída do ex-presidente e da polícia. As lideranças sindicais tentam dialogar, mas há grande resistência em obedecer as orientações para que Lula se entregue sem problemas.
 
A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, subiu em um trio elétrico e pediu aos apoiadores que liberem a saída do ex-presidente Lula. Ela explicou o risco da resistência gerar um pedido de prisão preventiva e dificultar os recursos, além do risco da polícia chegar e retirar os manifestantes com violência.
 
Lula disse durante pronunciamento em frente ao sindicado, na manhã desta sábado, que se entregaria. A fala do ex-presidente aconteceu foi no final de ato em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia.


Segundo a assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal do Paraná, o ex-presidente Lula não pode ser considerado foragido e também não terá descumprido ordem judicial ao não se apresentar conforme o proposto por Moro. Lula foi condenado por Moro no caso do tríplex de Guarujá em julho de 2017. Em janeiro, os juízes do TRF-4 confirmaram a condenação e votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão.
 
18h08 - Ex-presidente segue em prédio do sindicato no ABC
 
Por volta das 18h10, Lula permanecia dentro do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleise Hoffmann e outros líderes discursam em carro de som.
 
Viaturas da Polícia Militar (PM) se aproximam do prédio.



17h29 - Lula pode deixar sede do sindicato a qualquer momento


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode deixar, a qualquer momento, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), rumo a Curitiba (PR). Segundo informações, ele chegou a entrar em um carro com o advogado Cristiano Zanin, mas saiu.

Um grupo de pessoas formou um cordão de isolamento na tentativa de impedir a saída do ex-presidente. Lula está na sede do sindicato desde quinta-feira (5) à noite, quando foi expedida a ordem de prisão pelo juiz Sergio Moro. De mãos dadas, os manifestantes cercaram o prédio do sindicato. Helicópteros sobrevoam o prédio.

Por enquanto, não há confirmação sobre o horário e a forma como Lula deixará o prédio. As negociações ocorrem desde ontem (6). As informações são da Agência Brasil.


17h12 -  Lula fez tentativa de deixar o Sindicato dos Metalúgicos no ABC

O ex-presidente chegou a tentar deixar o prédio dentro de um carro, sendo impedido por manifestantes que aguardam no entorno. Após o tumulto, Lula deixou o veículo e voltou para o interior do imóvel.

Comboios da Polícia Federal estão nas proximidades.



15h11 - Lula afirma que se entrega para enfrentar a Lava Jato


Em seu primeiro discurso desde que teve a ordem de prisão expedida pelo juiz Sergio Moro e última fala antes de se apresentar à Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na frente de milhares de apoiadores em São Bernardo do Campo (SP), que decidiu se entregar para "enfrentar" os que o condenaram.


"Vou atender o mandado deles [de prisão]. Vou atender porque quero fazer a transferência de responsabilidade", afirmou, do alto de um carro de som colocado em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde ele iniciou sua carreira política, nos anos 70.


Até as 14h, Lula não havia se entregado à PF, para ser levado a Curitiba. O petista, condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em razão do caso do tríplex em Guarujá (SP), falou ao final de uma missa aberta em homenagem a sua mulher, Marisa, morta em 2017. Seu discurso foi antecedido por um coro de "não se entrega!", mas ele disse que à multidão que não iria fugir, mesmo tendo tido oportunidade para isso.


"Eu tive chance agora, porque estava no Uruguai, e as pessoas diziam que era só atravessar a rua, fingir que ia comprar um uisquezinho. Eu falei que não tenho mais idade, na minha idade é enfrentar olho no olho", afirmou. Diversas vezes durante o discurso de 55 minutos, Lula procurou caracterizar sua apresentação à PF como uma vitória de suas ideias e a preservação de seu legado político e o do PT.


"Quantos mais dias eles me deixarem lá, mais Lulas vão nascer nesse país. Estou fazendo uma coisa muito consciente. Se dependesse da minha vontade, eu não iria, mas eu vou. Eu não estou escondido, eu vou lá nas barbas deles, para eles saberem que eu não tenho medo, que eu não vou correr", declarou.


LIMINAR


A última esperança de evitar a prisão de Lula ruiu pela manhã, quando o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, negou pedido de liminar dele. Ao subir no palanque improvisado no caminhão, portanto, o ex-presidente já sabia que não era mais possível evitar a prisão. Por isso, pontuou seu discurso com chamados a que a militância não esmoreça em sua ausência.


"Não adianta evitar que eu ande por esse país, porque tem milhões de Lulas. Minhas ideias já estão pairando no ar", declarou. "Vocês vão ter que virar Lula, andar por esse país fazendo o que têm de fazer. Eles têm que saber que a morte de um combatente não para a revolução", afirmou.

O ex-presidente fez questão de citar com elogios as principais figuras da esquerda ali presentes, incluindo os presidenciáveis do PSOL, Guilherme Boulos, e do PC do B, Manuela Dávila, além do petista Fernando Haddad, que poderá assumir a candidatura do partido. Em diversos momentos, houve ataques a dois de seus alvos preferenciais, a imprensa e a Lava Jato.


Sobre os veículos de comunicação, disse que fica imaginando "o tesão da Veja e da Globo colocando a minha foto preso".
Contra o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, reservou as passagens mais cáusticas, dizendo que não perdoa os que passaram ao país a imagem de que ele é um ladrão. Apesar disso, disse que não é contra a investigação em si.

"Não pense que eu sou contra a Lava Jato. A Lava Jato tem que pegar bandido mesmo e prender. Todos nós dizíamos que no Brasil só se prende pobre, não rico. O problema é que você não pode fazer julgamento subordinado à imprensa", declarou.
Num único momento, se emocionou: ao dizer que ali estava junto de seus amigos de verdade.

"Eu dizia: 'quando sair da Presidência, saberei quem são meus amigos'. Os de gravatinha que iam atrás de mim agora desapareceram", afirmou, embargando a voz. Após o discurso, Lula desceu do caminhão e foi carregado no ombro de um militante até a parte interna do sindicato, onde almoçou antes de se entregar.
 
13h50 - Lula vai almoçar com a família antes de se entregar à PF
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai almoçar com sua família antes de se entregar à Polícia Federal, na tarde deste sábado (7).
O petista deve fazer sua última refeição em liberdade na companhia dos filhos e netos na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

A PF já está com o esquema preparado e ajustando detalhes de acordo com o horário estimado para o fim do almoço.
Um carro descaracterizado da polícia deve buscar o ex-presidente e conduzi-lo ao aeroporto de Congonhas. De lá, segue para Curitiba em um jato da PF.

O Sindicato dos Metalúrgicos, onde ele se encontra, está cercado por militantes e há uma grande preocupação com a integridade física de todos os personagens do cenário: Lula, os seus apoiadores e os próprios agentes que vão conduzi-lo.
 
13h - Lula disse em discurso que vai se entregar
 
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (7) que vai se entregar. "Eu não estou escondido. Eu vou lá para eles saberem que eu não tenho medo", afirmou. "Os poderosos podem matar uma rosa, mas jamais poderão deter a chegada da primavera", disse.
 
Lula criticou a imprensa por ter publicado acusações contra ele e seus filhos e fez referência à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017. "Eu talvez viva um momento de maior indignação que um ser humano vive", disse. "Não é fácil o que sofreu a Marisa. A antecipação da morte da Marisa foi a maior safadeza e sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram", disse.
 
"Há muito tempo atrás eu sonhei que era possível um metalúrgico sem diploma na universidade cuidar mais da educação do que os diplomados e concursados que governaram esse país", afirmou. "Se foi esse o crime que eu cometi, eu vou continuar sendo criminoso."
O discurso foi realizado durante a missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia.
 
12h - Lula discursa no Sindicato dos Metalúrgicos no ABC


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um discurso neste momento para militantes. É a primeira manifestação dele desde que o juiz Sérgio Moro expediu a ordem de prisão. 
 
Lula deixou o prédio por volta das 10h40 deste sábado (7) para subir em um caminhão de som, onde ocorreu nesta manhã, uma missa em homenagem ao aniversário de Marisa Letícia, que completaria 68 anos hoje, e que morreu no ano passado. Durante a missa, acompanhada por muitas pessoas, foi feito um histórico de dona Marisa Letícia, contando por exemplo, como ela ajudou Lula em suas campanhas políticas. Enquanto a missa ocorre, pessoas gritam "Lula livre", "Não se entrega", "Resistir".
 
Após a missa, Lula iniciou um discurso, logo após às 12h e neste momento fala aos presentes, e fez agradecimentos aos políticos de seu prório partido e de outros partidos de esquerda, sendo que vários o acompanham no caminhão. Entre eles, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).


11h30 - Lula deixa prédio do sindicato para participar de missa em memória de Marisa
 
Após dois dias no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernasrdo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu hoje (7) do prédio. Por volta das 10h40, Lula deixou a sede do Sindicato dos Metálurgicos do ABC pela primeira vez desde que chegou ao local, na quinta-feira (5) à noite.
 
Lula deixou o prédio para subir em um caminhão de som, onde ocorre neste momento uma missa em homenagem ao aniversário de Marisa Letícia, que completaria 68 anos hoje, e que morreu no ano passado. Durante a missa, acompanhada por muitas pessoas, foi feito um histórico de dona Marisa Letícia, contando por exemplo, como ela ajudou Lula em suas campanhas políticas.
 
Uma grade de segurança que liga uma das entradas do prédio do Sindicato dos Metálurgicos do ABC até um caminho de som estacionado na frente da sede do sindicato foi instalada para permitir a passagem de Lula por entre as milhares de pessoas que estão no local. Até este momento, Lula não fez qualquer pronunciamento. Apenas acenou para as pessoas. A ex-presidente Dilma Rousseff está ao lado de Lula no caminhão.
 
Ainda não está confirmado se Lula se entregará ou se será preso hoje. Um membro do partido disse à reportagem que Lula não vai se entregar hoje, mas que será preso.
 
10h05 - Movimento tranquilo em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba
 
Após a grande mobilização de manifestantes contrários ao ex-presidente Lula na noite desta sexta-feira, o dia hoje (7) amanheceu tranquilo na porta da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Apenas jornalistas e vendedores ambulantes marcam presença. A polícia ainda não está mobilizada e não há bloqueios nas vias próximas.
 
Como não há expediente neste sábado, o acesso ao interior do prédio e ao estacionamento está fechado. Trata-se de um complexo inaugurado em fevereiro de 2007, quando Lula era o presidente da República e Márcio Thomaz Bastos, o ministro da Justiça.
 
A carceragem da PF na capital paranaense abriga presos da Lava Jato, como o ex-ministro Antônio Pallocci e o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, que revelou a relação entre o ex-presidente da República e o triplex do Guarujá.
 
O esquema de segurança montado pela Polícia Federal e pelas forças de segurança do Paraná está pronto e envolve homens do Batalhão de Choque da PM e do Grupo de Pronta Intervenção da PF, com munições não letais e bombas de efeito moral, como equipamentos.
 
Um helicóptero deve ser utilizado para trazer Lula do aeroporto ao heliponto do prédio da PF, evitando a exposição do ex-presidente e os riscos do deslocamento pelas ruas da capital paranaense.
 
Lula vai ficar em uma sala com cerca de 15 metros quadrados, com uma cama, mesa, cadeira, banheiro e janela interna, para o corredor. Ela fica no quarto andar do prédio e era usada como alojamento dos agentes.
 
O ex-presidente não terá contato com os demais presos. Lula terá ainda direito a banho de sol de duas horas e uma visita semanal, além dos advogados.
 
09h45 - Lula passa segunda noite no Sindicato dos Metalúrgicos


É grande a expectativa em frente a do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, permanece desde que o juiz federal Sérgio Moro determinou a prisão dele na última quinta-feira (5). 
 
Lula, que passou a segunda noite no local, acompanhado de amigos, apoiadores e familiares, ainda não se pronunciou e nem apareceu hoje (7) para a militância, que está em vigília no local.
 
A expectativa é de que Lula se entregue à Polícia Federal neste sábado (7), após a missa, marcada para as 9h30, em homenagem à ex-primeira dama, Marisa Letícia, que faria 68 anos hoje.


Curitiba


Assim que se entregar, o ex-presidente será conduzido a Curitiba onde ficará em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal. O local está isolado para vistantes externos e a movimentação nas imediações é só de profissionais da imprensa.
 
 
Também estão presos em Curitiba os ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Pallocci e Léo Pinheiro, dono da Construtura OAS , que em depoimento ao Juiz Sérgio Moro confirmou que o petista é o dono do triplex em Guarujá (SP).
 
09h05 - Cela destinada a Lula não tem frigobar, TV e grades
 
A sala destinada na PF do Paraná para o início do cumprimento da pena do ex-presidente Lula foi reformada, mas não conta com confortos como televisão ou frigobar.
O chuveiro foi trocado e a cama beliche, substituída por uma de solteiro. A janela dá vista para a parte interna do prédio, localizado no bairro Santa Cândida, ao norte da capital paranaense.
 
Segundo a avaliação de funcionários da PF, o cômodo de 15m² é rústico, mas digno. Além da cama e do banheiro, há uma mesa.
Localizada no NIP (Núcleo de Inteligência Policial), a sala fica na cobertura, no quarto andar, isolada do resto do edifício. Os elevadores vão apenas até o 3° andar -é preciso subir um lance de escada para chegar ao núcleo. Os próprios servidores do órgão têm pouco acesso ao local. Lula não poderá circular pelos corredores. O cômodo não tem grades, mas será vigiado 24 horas por dia por equipes da polícia.
 
No mandado de prisão, o juiz Sergio Moro afirmou que, "em razão da dignidade do cargo ocupado", foi preparada uma sala reservada, "espécie de Sala de Estado Maior", na qual Lula ficará separado dos demais presos.
A sala de Estado Maior é prevista no Estatuto dos Advogados. Segundo o texto, os advogados têm o direito de não serem presos antes do trânsito em julgado, salvo nesta sala, "com instalações e comodidades condignas".
 
No julgamento de um habeas corpus em 2007, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ayres Britto definiu a sala de Estado Maior "por sua qualidade mesma de sala e não de cela ou cadeia".
"Sala, essa, instalada no Comando das Forças Armadas ou de outras instituições militares (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros) e que em si mesma constitui tipo heterodoxo de prisão, porque destituída de portas ou janelas com essa específica finalidade de encarceramento."
 
Segundo fontes na PF, o cômodo onde Lula ficará não é tratado por este nome entre servidores do órgão. Moro utilizou uma metáfora para descrever a sala, que até então servia para o descanso de agentes em missão.
No quarto andar, o ex-presidente ficará fora da custódia, onde estão detentos como o ex-ministro Antonio Palocci e o sócio da OAS Léo Pinheiro.
 
Tanto as visitas como o banho de sol de Lula serão realizados separadamente dos demais presidiários.
Apesar disso, o ex-presidente deve seguir regras similares às aplicadas aos outros presos: visitas às quartas e duas horas de banho de sol por dia.
 
A sala fica na Superintendência da Polícia Federal, prédio de grande movimentação popular, já que o trâmite para obtenção de passaportes é realizado ali. Para entrar nos elevadores ou subir pelas escadas, no entanto, é necessário se identificar e ter a passagem pelas catracas liberada por funcionários da recepção.
 
08h17 - Missa deverá começar às 9h30
 
Citando o Instituto Lula, a assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou que a missa em homenagem às ex-primeira-dama Marisa Letícia vai começar às 9h30, do lado de fora do edifício.
Funcionários do sindicato pediram para os simpatizantes do ex-presidente Lula desocuparem os andares do prédio para limpeza e se dirigirem ao térreo.
 
Após vigília com luau, cochilo e samba, começa preparação para missa


Era pouco antes da 1h da madrugada quando o samba no carro de som deu lugar aos apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os gritos de "Lula Livre", "Lula Guerreiro, do Povo Brasileiro" e "Olê, Olê Olá, Lula, Lula!".
Mas, por volta de 1h15, os gritos de ordem deram lugar novamente ao samba no carro de som.
 
Em clima pacífico, a vigília se estendeu por toda a madrugada deste sábado (7).
Às 2h30, era pequena a concentração de apoiadores em frente ao prédio. Boa parte aproveita os espaços disponíveis dentro do edifício para dormir.
Mas, logo ao amanhecer, por volta das 6h, apoiadores do ex-presidente que permaneceram acordados durante a madrugada faziam um luau na escadaria do Sindicato dos Metalúrgicos. Outros simpatizantes continuavam dentro do prédio.
 
08h05 - Lula fecha negociação com PF e decide se entregar neste sábado


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu se entregar à Polícia Federal neste sábado (7), após a missa que será realizada pela manhã em São Bernardo do Campo (SP) em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia. O petista se reuniu no fim da noite com aliados e advogados para acertar os detalhes da apresentação. Lula tentava negociar com a PF para que a ordem de prisão fosse cumprida apenas na segunda-feira (9), mas houve acordo para que o petista se entregasse no sábado.
 
O ex-presidente quer se apresentar aos policiais no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC de maneira voluntária, mas ainda há dúvidas sobre a maneira como ele deixará o prédio em que está desde a última quinta (5). Ele pretende evitar enfrentamentos entre militantes e os agentes que serão enviados para prendê-lo. A PF enviará um carro descaracterizado para buscar o ex-presidente, em acordo com os advogados do petista.
 
22h38 - Advogados de Lula costuram acordo para que ele seja preso neste sábado
 
Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociam com a Polícia Federal para que ele seja preso neste sábado (7), após missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ela  completaria 67 anos na data.
 
Pelo acordo em elaboração, Lula faria um pronunciamento durante a celebração, a ser realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e poderia ser preso depois da missa.
 
Segundo aliados do ex-presidente, Lula, petistas e movimentos de esquerda só admitiam, até a tarde desta sexta (6), uma hipótese: que a polícia fosse obrigada a buscá-lo na sede do sindicato.
 
Um dos mais fervorosos defensores dessa saída, o líder do MTST Guilherme Boulos, repetia que Lula deveria se preocupar com a imagem que passaria para a História.
 
Uma reunião com advogados provocou o recuo. Os juristas alegaram que Lula seria punido juridicamente caso desrespeitasse uma ordem judicial. A intervenção do ex-ministro José Eduardo Cardozo foi incisiva contra o descumprimento da ordem: "Quem vai pagar pelos prejuízos legais que sofreremos?", perguntou.
 
Aliados do ex-presidente também alertaram para o risco de incidentes caso a polícia tivesse de entrar na sede do sindicato. Qualquer conflito poderia levar a um isolamento do ex-presidente e dos partidos que o apoiam. "Agora, precisamos ampliar com outras forças da sociedade", diz o ex-ministro Orlando Silva, para quem seria temerário que a resistência se limitasse ao PT, PSOL e PCdoB.
 
Petistas lembram que Lula já deu uma demonstração de força ao não seguir o roteiro do juiz Sergio Moro. (Catia Seabra / Folhapress)
 
 
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22h22 - Combate à impunidade é avanço, dizem empresários
 
Um dia depois de decretada a prisão do ex-presidente Lula, empresários influentes no Brasil elogiaram nos Estados Unidos mudanças agora em curso na política do País. Falando na Brazil Conference, evento organizado por alunos das universidades Harvard e MIT em Boston, David Neeleman, fundador da Azul e um dos donos da TAP, disse que o "Brasil precisa de transparência na política", criticou as leis trabalhistas atuais, defendeu a reforma da Previdência e um "Estado menor para melhorar o ambiente na economia".
 
"Estamos num momento em que as coisas estão mudando", disse o empresário, sem mencionar a prisão de Lula. Ele fez ainda uma comparação entre os cenários políticos brasileiro e americano, lembrando que os empresários dos EUA tendem a buscar uma carreira política, enquanto no Brasil fogem dela.
 
O presidente-executivo da AB InBev, Carlos Brito, disse no encontro que "o Judiciário está mudando o Brasil", que o Estado "é maior que deveria ser" e que "faz coisas erradas porque a sociedade estimula". Na visão dele, um caminho possível para mudar a situação é regulamentar a atividade dos lobistas.
 
"Essa profissão precisa ser regulamentada, porque no Brasil isso ainda é feito na sombra", afirmou Brito, acrescentando que seria "uma maneira de a sociedade poder ajudar o governo". Questionado depois do debate sobre sua reação ao decreto de prisão do ex-presidente Lula, Brito disse esperar que a "página possa ser virada" e que só quer o melhor para o consumidor brasileiro, que merece um ambiente mais estável". "Queremos um ambiente em que o governo funcione", afirmou.
 
André Street, dono da Stone, empresa de sistemas de pagamento, disse que o país ainda está "aprisionado no sistema político" e elogiou o que chamou de patriotismo em manifestações recentes. "Temos uma tendência de ter pessoas de cada vez mais qualidade se interessando pela política, sendo mais patriotas", disse. "Quando olharmos para a história, vamos ver que as pessoas foram para a rua com bandeiras para serem patriotas. No Brasil, não se levanta a bandeira como aqui nos Estados Unidos."
 
No encontro, os empresários ainda brincaram sobre possíveis candidaturas ao Planalto. Brito disse que não tem pretensões políticas, mas que vai "tomar uma cerveja com quem ganhar" a eleição.
 
Alex Behring, cofundador da 3G Capital, brincou que Street "tem cara de Luciano Huck" e poderia se candidatar. O dono da Stone também negou querer alçar esse voo.
 
Mais tarde, depois de participar de outro debate, o economista Gustavo Franco, estrategista-chefe e presidente do conselho de administração da gestora Rio Bravo Investimentos, disse que a expectativa do mercado é eleger um candidato liberal, lembrando que o país acaba de passar por "dois maus governos" -ele falava sobre as gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer.
 
Franco disse, no entanto, que investidores ainda estão cautelosos e avaliam quais candidatos teriam, de fato, uma visão econômica liberal. "Há candidatos que a gente não sabe bem se são liberais de verdade ou se são oportunistas", afirma Franco. "Os eleitores brasileiros não gostam de estelionatos."
 
Na visão dele, o pré-candidato Jair Bolsonaro, por exemplo, é um desses que despertam dúvidas, já que não se sabe ainda como seria o plano econômico de uma eventual gestão do ex-militar.
 
Corrupção
 
Empresários ouvidos pela reportagem no Brasil têm uma avaliação semelhante. Consideram que a prisão de um ex-presidente, ainda que dolorosa no aspecto institucional, tem o fator positivo de reforçar a percepção de que o Brasil vai atuar de maneira mais efetiva no combate à corrupção, abrindo espaço para o fim de relações viciadas entre o público e o privado.
 
Cristopher Vlavianos, fundador da comercializadora de energia Comerc, uma das maiores do setor, vê na prisão de um ex-presidente um reforço à mensagem de que a impunidade não impera mais no país, o que pode criar um ambiente mais propício ao investimento.
 
"Não é só prisão de Lula ou Marcelo Odebrecht. Ver um presidente popular como Lula condenado depois de usar todos os recursos mostra que qualquer um pode ser condenado também. Isso cria ambiente propício ao investimento. Investidor estrangeiro não gosta de entrar em mercados em que a competição é viciada por corrupção."
 
Setor elétrico
 
Vlavianos diz que a mudança é especialmente positiva para o setor elétrico, que é muito vulnerável à corrupção porque concentra grandes obras. "Além de o setor ter sofrido com decisões erradas do governo do PT, ele acabou também arcando com esse impacto da corrupção. Muito da corrupção estava concentrado em Petrobras, grandes obras, como Belo Monte."
 
Para o empresário Ricardo Nunes, presidente da empresa de varejo Máquina de Vendas, existe hoje um descolamento entre os acontecimentos políticos e a economia. A prisão de Lula não vai provocar turbulências ou inseguranças no ambiente de negócios, ao contrário do que ocorreu na ocasião do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "O nosso setor de varejo está mais conectado à evolução dos juros, do emprego, da indústria. O povo se acostumou."
 
Ricardo Nunes conta que se reuniu com executivos de um fundo americano na tarde desta sexta (6), enquanto vencia o prazo para Lula se apresentar à Polícia Federal, e o clima era de otimismo. "Eles consideram que o país está se consertando, e traz estabilidade ver que já não há impunidade. Faz muito bem para a imagem do país entre investidores estrangeiros." (Silas Martí, enviado especial, e Joana Cunha / Folhapress)
 
 
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22h11 - Dono do Bahamas distribui cerveja para festejar prisão de Lula
 
Na frente do Bahamas Club, em Moema (zona sul), o empresário Oscar Maroni distribui latas de cerveja de graça na noite desta sexta-feira (6) para comemorar a iminente prisão de Lula.
 
A rua da boate e hotel foi fechada pela CET. Centenas de pessoas, a imensa maioria homens, pegaram latas de Brahma e beberam no local. "E viva o Lula!!!", gritava um deles, com a bebida na mão.
 
Desde 2016, Maroni, que é crítico do PT e do ex-presidente, prometia doar bebida no local caso Lula fosse preso. Nesta tarde, o MBL (Movimento Brasil Livre) também convocou seguidores para se concentrarem em frente ao Bahamas e comemorarem a decisão do juiz Sergio Moro.
 
Maroni, que pendurou na fachada do prédio fotos de Moro e da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, perguntou à multidão: "Tudo certo aí? Não quero nenhum Gilmar Mendes aí no meio roubando cerveja não".
 
 
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21h52 - Suspeito de agredir homem no Instituto Lula foi vereador do PT 
 
A polícia identificou dois suspeitos de agredirem um homem próximo ao Instituto Lula, em São Paulo, em uma confusão na noite desta quinta-feira (5), após a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
A vítima, o administrador Carlos Alberto Bettoni, de 56 anos, teve traumatismo craniano e foi levado ao Hospital São Camilo, no Ipiranga (zona sul), onde passou por cirurgia e segue internado.
 
Segundo o delegado titular da 17º DP, Wilson Roberto Zampieri, o principal suspeito de agredir Bettoni é o político Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, que foi vereador e candidato a prefeito de Diadema pelo partido. O segundo suspeito identificado é o filho do político, Leandro Eduardo Marinho.
 
Na noite de quinta, Bettoni teria aguardado a saída de petistas do instituto e interrompido uma entrevista do líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), aos gritos de "viado e filho da puta". "Vem apanhar aqui seu filho da puta. Vai ser reeleito aqui, seu viado?", disse o manifestante, contrário ao ex-presidente. Irritado, Lindbergh se dirigiu ao homem de forma desafiadora. Apoiadores de Lula afastaram o manifestante com empurrões e chutes.
 
Segundo a polícia, Manoel Eduardo Marinho teria dado o último empurrão, que derrubou o manifestante. Na queda, Bettoni bateu a cabeça no para-choque de um caminhão e caiu na rua, ensanguentado. Após um período desacordado, foi levado até o hospital para atendimento.
 
A polícia investiga a participação de um terceiro agressor, ainda não identificado. Os três vão ser indiciados por lesão corporal dolosa. "O último empurrão foi desferido pelo Maninho do PT, isso fez com que a vítima batesse a cabeça no caminhão, o que demonstra a intenção de agredir mesmo", afirmou o delegado. "Dependendo da gravidade da lesão, a pena pode variar de um a oito anos de prisão", diz.
 
A reportagem procurou a Câmara de Diadema e o PT, mas não teve resposta. (Marina Estaque / Folhapress)
 
 
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20h59 - Lula deve se entregar neste sábado depois da missa de Marisa Letícia
 
A Polícia Federal decidiu que não há mais condições para cumprir o mandado de prisão contra o ex-presidente Lula na noite desta sexta-feira (6). A PF considera que a operação, se deflagrada, colocaria em risco tanto partidários do ex-presidente quanto os próprios policiais. A negociação será retomada neste sábado (7) após a missa em memória da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu no ano passado. A cerimônia deve acontecer em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
 
O senador Lindbergh Farias subiu no carro de som para, a pedido de Lula, convidar a militância a participar da missa. O ato será em frente ao sindicato, em homenagem aos 67 anos que sua mulher, morta em 2017, completaria no dia.
 
A PF decidiu que, caso o ex-presidente se entregue no sábado, será transportado para Curitiba por avião da polícia. A negociação, nos lados da polícia, é conduzida pelos superintendentes da PF em São Paulo e Curitiba, que mantêm informado o diretor-geral da corporação, Rogério Galloro.
 
Os advogados José Eduardo Cardozo e Sigmaringa Seixas capitaneiam a negociação para que a prisão ocorra após a missa.
 
 
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20h28 - Curitiba vive clima de suspense, decepção e 'fim de caso'


Manifestantes comemoram, em Curitiba, a ordem de prisão a Lula - MAURO PIMENTEL / AFP Manifestantes comemoram, em Curitiba, a ordem de prisão a Lula - MAURO PIMENTEL / AFP

 
A decisão de prender o ex-presidente Lula em Curitiba e a demora em sua chegada trouxeram, além do suspense, um clima misto de "fim de caso" e de desilusão entre os que se beneficiaram das políticas do petista. "Roubou, mas fez", resumiram juntas Benedita Alves, 66, e Jandira da Silva, 56, que hoje têm imóveis próprios graças ao Minha Casa, Minha Vida, pelos quais pagam R$ 80 por mês. 
 
Diaristas, elas vivem com cerca de R$ 800 por mês, votaram em Lula e Dilma e escolheriam de novo o petista. "Tem um lado de coisas erradas, mas os outros nunca fizeram nada", diz Jandira. Desde o lançamento em 2009, o programa entregou cerca de 3,5 milhões de moradias, 1/3 delas altamente subsidiadas, embora o Brasil siga com um déficit de 6 milhões de habitações.
 
Em 2013, o programa chegou a atingir R$ 14,3 bilhões do Orçamento, segundo a ONG Contas Abertas, e auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou problemas em construções e falta de escolas e postos de saúde no entorno.
 
Antes de Dilma Rousseff cair em 2016, o financiamento do Minha Casa, Minha Vida envolveu "pedaladas fiscais": o fundo do FGTS que o financia aportou um dinheiro a mais que seria da responsabilidade do Tesouro, que atrasou o reembolso.
 
Na educação, programas criados por Lula também tiveram problemas de financiamento e rombos, que acabaram agravando o atual quadro fiscal do País. 
 
Mas eles também beneficiaram milhões de pessoas, o que ajuda a explicar o apoio ao ex-presidente, não necessariamente nos processos em que é acusado. Casos de Jenifer Ribeiro, 17, e Lucas Emanuel, 18, que estudam em universidades privadas de Curitiba que custam R$ 1.500 por mês com bolsas integrais do ProUni. "Não me lembro bem do governo dele, mas sei que a vida parecia melhor naquele período", diz Lucas, cujos pais trabalham e têm renda de R$ 2.800 por mês. Ele considera o processo contra Lula justo. "Mas acabou polarizando a corrupção em um lado só, o do PT."
 
Já a mãe de Jenifer está desempregada e vive de seguro-desemprego. "Se o STF tivesse dado o habeas corpus a Lula nesta semana, haveria um precedente para os demais condenados por corrupção", diz a estudante de jornalismo com a bolsa do ProUni. 
 
Impostos
 
Nos 10 anos desde a criação do programa, o governo deixou de arrecadar em impostos das instituições privadas de ensino que oferecem as vagas estimados R$ 8 bilhões, com a oferta de cerca de 2,5 milhões de bolsas, a maioria integral.
 
Outro programa para universitários, o Fies, de 2010, entrou em xeque depois que uma auditoria do TCU sustentou que o governo Dilma havia "escondido" uma dívida de R$ 3,1 bilhões com as faculdades, numa espécie de "pedalada" na educação. 
 
O tribunal indicou que o rombo poderia chegar a R$ 20 bilhões no início da próxima década. Para além dos programas de seu governo, como Bolsa Família (que atende 14 milhões de famílias ao custo de R$ 29 bi/ano) e o Luz Para Todos (15,5 milhões de novas eletrificações), Lula também foi lembrado em Curitiba por conta de uma melhora no ambiente econômico em seu governo.
 
"Lula começou com uma boa base deixada pelo governo FHC. Mas conseguiu aumentar as oportunidades de emprego e o acesso a bens, principalmente por causa do crediário", diz o taxista Orlando Soares, 61, que comprou carro zero em 60 prestações em 2009. "Mas isso não desculpa o fato de que o Lula não só roubou como facilitou para que outros roubassem também." (Fernando Canzian / Folhapress)
 
 
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19h56 - Militância vai resistir, diz presidente do PT de Sorocaba
 
O presidente do diretório do PT de Sorocaba, vereador Francisco França, afirmou na noite desta sexta-feira (6) que a militância do partido vai resistir e não deixará a Polícia Federal efetuar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. França está em São Bernardo do Campo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde Lula se encontra desde quinta-feira (5), logo após ser expedida a ordem de prisão.
 
"Não vamos deixar levar o presidente. Vai ter que invadir e matar muita gente. Toda a militância está preparada para aguardar e resistir à prisão do presidente Lula", diz o vereador, se referindo à Polícia Federal. "Vamos resistir até quando for possível. Lula não será preso. Se a polícia quiser prender, vai ter passar por cima de todo mundo. Não vai levar o Lula ou leva todo mundo que está aqui junto", acrescenta França, que citou, durante entrevista ao Cruzeiro do Sul, que pode ocorrer um massacre no local.
 
Conforme ele, o clima em São Bernardo é de indignação contra toda a situação. "É um processo em que todos os grandes juristas dizem que não tem prova", reclama. "Não vamos nos render a uma situação fascista e inconstitucional. A estratégia é essa. Vamos resistir. Querem prender ele apenas para tirá-lo do processo eleitoral. Não vamos abaixar a cabeça", explana. 
 
França não soube dizer ou mesmo estimar quantas pessoas de Sorocaba estão no local no momento. Conforme ele, seis ônibus se deslocaram da cidade para a Grande São Paulo. (Marcel Scinocca)
 
 
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19h40 - Defesa de Lula pede ao STF liminar contra prisão
 
A defesa do ex-presidente Lula entrou com uma reclamação no STF (Supremo Tribunal Federal), no início da noite desta sexta-feira (6), em que pede uma liminar para suspender sua prisão. Os advogados argumentaram que a ordem de prisão não esperou o esgotamento dos recursos no TRF-4 (Tribunal Regional Federal).
 


Lula acena, da janela, a militantes que cercam o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP Lula acena, da janela, a militantes que cercam o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

 
Os advogados pedem a suspensão da execução provisória da pena imposta a Lula até o julgamento de mérito de duas ADCs (ações declaratórias de constitucionalidade) que discutem no STF a constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância.
 
As duas ADCs estão sob relatoria do ministro Marco Aurélio. Por essa razão, os advogados de Lula direcionaram o pedido a ele. No entanto, a reclamação foi distribuída eletronicamente pelo Supremo e o ministro sorteado para ser o relator foi Edson Fachin, informou a assessoria do tribunal.
 
Caso o primeiro pedido não seja acolhido, os advogados pedem uma liminar para suspender a prisão até que o TRF-4 examine a admissibilidade dos recursos extraordinários, que são direcionados ao STF.
 
Por último, se os pedidos anteriores forem negados, a defesa de Lula quer que ele aguarde em liberdade o julgamento dos embargos de declaração que serão apresentados ao próprio TRF-4 até a próxima terça-feira (10). (Reynaldo Turollo Jr. / Folhapress)
 
 
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18h59 - Recém-empossado, França diz que tropa de choque está a postos para agir em sindicato
 
Recém-empossado governador de São Paulo, Márcio França (PSB) disse que a Polícia Militar seguirá a determinação do Judiciário se precisar agir nas manifestações no sindicato onde o ex-presidente Lula aguarda para ser preso. "Quando as pessoas estão exaltadas, a tendência é sempre ter uma confusão inesperada. A Polícia Militar e as demais polícias seguem a determinação do Poder Judiciário. Mas naturalmente vamos fazer até o limite para que possa ser feito tudo em paz", disse França nesta sexta (6) no Palácio dos Bandeirantes.
 
Questionado se o secretário Magino Aves havia orientado a atuação da tropa de choque, França disse que não tinha recebido essa informação. "Em função do clima no Brasil, a tropa de choque tem que evidentemente ficar preparada. Mas não é por conta da determinação. É por conta dos tumultos que podem acontecer. A nossa tarefa é evitá-los." "Ninguém quer transformar o Brasil em um caldeirão de violência desnecessária", disse. (Thais Bilenki / Folhapress)
 
 
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18h47 - Entidades rechaçam violência contra jornalistas em protestos a favor de Lula
 
As agressões a jornalistas registradas nas últimas horas durante a cobertura de protestos em São Paulo e Brasília geraram reações de entidades de imprensa. Em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ) ressaltam que não há justificativa para a violência nem para atentados à liberdade de imprensa.
 
Em outra nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiou os atos de agressão. "A Fenaj reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania. Não há verdadeira democracia sem jornalismo e não há jornalismo sem jornalistas."
 
O tom da nota conjunta da Abert, Aner e ANJ é semelhante ao da Fenaj: "Toda essa violência injustificável e covarde [é] decorrente da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada."
 
Nesta quinta (5) durante protesto em frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), no centro de Brasília, uma equipe do jornal Correio Braziliense ¿ uma repórter, uma fotógrafa e um motorista ¿ teve o carro em que estava depredado. Uma equipe do SBT e um repórter fotográfico da Agência Reuters também foram atacados.
 
Na manhã de sexta (6), em São Bernardo do Campo (SP), o jornalista Nilton Fukuda, repórter da Agência Estadão Conteúdo, e a jornalista Sônia Blota, da Band, foram agredidos ao registrarem manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ambos foram atingidos por ovos jogados pelos manifestantes.
 
Na nota, Abert, Aner e ANJ reiteram: "A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos na sociedade democráticas e estão sendo desrespeitados pelo autoritarismo dos agressores. Todos aqueles que prezam a democracia precisam se colocar contra esses lamentáveis episódios e se mobilizar para que não voltem a ocorrer. Sem jornalismo, não há democracia."
 
Mais cedo, a Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos também reagiu às agressões contra os profissionais de imprensa. "A Abraji repudia as agressões e hostilidades às equipes do Correio Braziliense e do SBT, ao fotógrafo da Reuters e a Nilton Fukuda. A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades", diz a associação. (Renata Giraldi / Agência Brasil)
 
 
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18h18 - MST e Levante Popular realizam protesto em frente à casa de Cármen Lúcia
 
O MST e o Levante Popular da Juventude divulgaram um escracho em frente a casa da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, em Belo Horizonte. Imagens mostram que a fachada do edifício foi pintada de vermelho, com bombas de tinta. Segundo os militantes, o ato foi durante a tarde e reuniu cerca de 450 pessoas.
 
Ainda na capital mineira, manifestantes favoráveis a Lula começaram a se concentrar durante a tarde na Praça Sete, no centro. A Frente Brasil Popular e o PT convocaram atos na praça ao longo desta sexta (6). A multidão já ocupa a avenida Afonso Pena.
 
Mais cedo, militantes de esquerda acompanharam a ida da ex-presidente Dilma Rousseff ao Tribunal Regional Eleitoral para transferir seu título de eleitor de Porto Alegre para BH. A assessoria do STF confirmou que um grupo de militantes do MST jogou tinta vermelha na fachada do prédio.
 
No momento do protesto não havia ninguém no apartamento, que a ministra frequenta a cada 15 ou 20 dias porque dá aulas numa universidade na capital mineira. A assessoria do STF informou que a ministra não irá se manifestar sobre o protesto. (Carolina Linhares, Rubens Valente e Reynaldo Turollo Jr. / Folhapress)
 
 
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18h07 - Momento da ordem de prisão de Lula surpreende policiais
 
A ordem de prisão do ex-presidente Lula nesta semana surpreendeu policiais federais, segundo Luis Boudens, presidente da federação nacional da categoria. Boudens disse em Curitiba que surpreendeu a celeridade da decisão, que era aguardada para as próximas semanas.
 
O policial lembra que um dos motivos foi a iniciativa ter partido do relator substituto da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Nivaldo Brunoni. O titular, João Pedro Gebran, que dirige o caso de Lula na corte, está de férias. "Para as providências policiais, o ideal seria que [a prisão] fosse no tempo que a gente estava prevendo. Aguardar o relator original e todas as providências que a gente vinha analisando", diz Boudens.
 
O policial, porém, falou que o planejamento já vinha sendo feito, uma vez que "a Operação Lava Jato tem quatro anos". Ele se reuniu na tarde desta sexta-feira com a Superintendência da PF no Paraná para discutir como será a custódia do ex-presidente no local. Uma das preocupações da categoria é com as atividades cotidianas da corporação no local, como o atendimento de cidadãos que providenciam passaportes. Ele diz que foi discutida a "longevidade" da permanência do ex-presidente. "Os policiais federais tem que estar com disposição permanente, com equipes preparadas para todo tipo de situação."
 
Durante todo o dia, o movimento na superintendência da PF foi normal. Cidadãos que buscavam os passaportes entraram no prédio da PF passando em meio a manifestantes que comemoravam a ordem de prisão de Lula. Há outros presos da Lava Jato no local, como o ex-ministro Antonio Palocci.
 
Um dos motivos da reunião, falou, foi estabelecer um "efetivo adequado" para a situação, segundo o policial. Sobre o esgotamento do prazo dado para Lula se apresentar, o policial disse que a ideia não é "dar o cumprimento de mandado a qualquer custo" e que não haverá "atitude açodada". "Se houver multidão [impedindo a prisão de Lula], há várias formas de fazer tratativas, sem confronto, sem que haja imediatismo." (Felipe Bächtold / Folhapress)
 
 
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17h54 - Lula não irá para o matadouro de cabeça baixa, diz advogado do ex-presidente
 
Os advogados que atuam na defesa do ex-presidente Lula estavam resistentes com o plano de ele não se entregar à Polícia Federal até as 17h desta sexta (6), mas mudaram de ideia a passaram a apoiá-lo. A estratégia de Lula é ficar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o marco zero da vida política de Lula, e esperar que a PF venha prendê-lo.
 
"Não haverá resistência, mas ele não irá para o matadouro de cabeça baixa, por livre e espontânea vontade", disse à reportagem José Roberto Batochio, que cuida da defesa de Lula junto com Cristiano Zanin Martins. "Não é rebelião", prossegue Batochio. "É um direito da pessoa preservar a sua liberdade e não contribuir para qualquer ato que possa suprimi-la. Sem violência, é claro".
 
A defesa do ex-presidente afirma que há uma doutrina prevendo que não pode ser aplicada uma punição extra a quem está defendendo seus princípios de liberdade. Um dos temores dos advogados de Lula era de que o juiz federal Sergio Moro decretasse uma segunda prisão caso ele não cumpra as ordens do juiz de se apresentar à Polícia Federal em Curitiba.
 


Lula é abraçado por militante petista dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - RICARDO STUCKERT Lula é abraçado por militante petista dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - RICARDO STUCKERT

 
O temor foi ultrapassado com o argumento de que tanto faz se Lula tiver uma ou três prisões decretadas pela Justiça. Batochio e Zanin decidiram ingressar com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal contra a ordem do juiz Moro. A peça será apresentada ainda nesta sexta (6) com o argumento de que Moro determinou a prisão sem que todos os recursos da defesa de Lula no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
 
O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, negou nesta sexta (6) um pedido de habeas corpus com teor semelhante à reclamação que será apresentada ao Supremo. O juiz Moro classificou esse tipo de recurso ao TRF-4 de "patologia protelatória" e defendeu que ele deveria ser "eliminado do mundo jurídico".
 
A reclamação contra Moro vai defender a tese de que o juiz desrespeitou decisões do Supremo Tribunal Federal ao decretar a prisão. Segundo os advogados de Lula, o Supremo negou o habeas corpus que foi impetrado para impedir a sua prisão, mas manteve o princípio de que ele só poderia ir para a prisão depois de julgados todos os recursos apresentados ao TRF-4.
 
"O juiz desrespeitou a Constituição e o Supremo com o mandado de prisão", afirma Batochio. Segundo ele, ainda há recursos a serem julgados pelo TRF-4. Moro escreveu no mandado de prisão que esses recursos jamais poderiam mudar a condenação do ex-presidente. (Mario Cesar Carvalho e Catia Seabra / Folhapress)
 
 
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17h34 - Marco Aurélio, do STF, reitera que levará ao plenário liminar sobre prisões em 2ª instância
 
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio reafirmou à reportagem na tarde desta sexta-feira (6) que levará para votação do plenário, composto pelos 11 ministros da corte, um pedido de liminar que visa suspender prisões de condenados em segunda instância. A próxima sessão do plenário será na quarta (11).
 


O ministro Marco Aurelio Melo - VICTORIA SILVA / AFP (4/4/2018) O ministro Marco Aurelio Melo - VICTORIA SILVA / AFP (4/4/2018)

 
Marco Aurélio tem descartado a possibilidade de dar uma decisão monocrática (individual) nesse caso. Eventual concessão de liminar poderia beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja prisão foi ordenada pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba.
 
O pedido de liminar foi feito por advogados no âmbito de uma das duas ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade) que tramitam no Supremo desde 2016 para discutir a chamada execução provisória da pena. As ações estão sob relatoria de Marco Aurélio.
 
Nesta sexta, a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, decidiu incluir na pauta de julgamentos da próxima quarta dois habeas corpus, pedidos pelas defesas do ex-ministro Antonio Palocci, que está preso no Paraná, e do deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP), que está em prisão domiciliar em São Paulo.
 
A inserção desses casos na pauta do plenário foi vista como um impeditivo para que o colegiado julgue a liminar de Marco Aurélio, conforme antecipou a Folha de S.Paulo. Isso porque habeas corpus teriam prioridade na ordem de votação.
 
O ministro disse que vai apresentar o pedido de liminar em mesa -no jargão do STF, colocá-lo em votação. Por se tratar de pedido de medida cautelar, segundo Marco Aurélio, ele independe da pauta elaborada por Cármen Lúcia.
 
Questionado sobre a possibilidade de a votação dos habeas corpus de Maluf e Palocci inviabilizar a apreciação da liminar, Marco Aurélio disse que não encara assim.
 
No caso de Palocci, que ainda não foi julgado em segunda instância, a defesa critica o tempo alongado da prisão, que já dura um ano e meio. No de Maluf, o plenário poderá manter ou derrubar decisão liminar do ministro Dias Toffoli que enviou o deputado para prisão domiciliar por razões humanitárias (saúde frágil).
 
Liminar
 
O pedido cautelar no âmbito da ação que questiona de forma abstrata as prisões em segunda instância chegou ao Supremo na quinta (5) e é assinado por Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, Cláudio Pereira de Souza Neto e Ademar Borges de Sousa Filho, advogados que em 2016 ajuizaram uma das ADCs em nome do PEN (Partido Ecológico Nacional).
 
Inicialmente, os advogados pediam para o Supremo reconhecer a constitucionalidade de um artigo do Código de Processo Penal que diz que ninguém pode ser preso antes do trânsito em julgado (o esgotamento dos recursos nos tribunais superiores).
 
Agora, eles pedem uma saída intermediária: que a pena possa ser executada não mais após o trânsito em julgado, mas depois da análise dos recursos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), a terceira instância da Justiça. (Reynaldo Turollo Jr. / Folhapress)
 
 
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17h19 - Prazo dado por Moro se encerra e PF é avisada que Lula não resistirá
 
O juiz Sergio Moro deu até as 17h desta sexta-feira (6) para o ex-presidente Lula se entregar na sede da PF em Curitiba. O petista continua na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo.
 
A Polícia Federal foi avisada por interlocutores de Lula que ele está à disposição e não resistirá à prisão. O ex-presidente não pretende, no entanto, sair do sindicato para ir à sede da corporação. Os policiais teriam que buscá-lo.
 


Em vários momentos nas últimas horas, Lula foi à janela acenar para os militantes - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP Em vários momentos nas últimas horas, Lula foi à janela acenar para os militantes - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

 
A PF, no entanto, teme pela segurança já que o local está cercado por militantes. As negociações continuam. Segundo a assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal do Paraná, o ex-presidente Lula não pode ser considerado foragido após as 17h e também não terá descumprido ordem judicial se não se apresentar depois deste horário.
 
No despacho desta quinta (5), o juiz Sergio Moro concedeu "em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17:00" desta sexta.
 
Após o horário determinado pela Justiça, segundo a assessoria, cabe a Polícia Federal definir como vai prender. A PF já tem em mãos o mandado de prisão. Militantes reunidos no sindicato fizeram contagem regressiva para às 17h. Assim que o prazo chegou, estourou o coro de "não tem arrego". No carro, movimentos sociais e políticos continuam declarando apoio a Lula e acenderam sinalizadores vermelhos no carro.
 
"Todos aqueles que veem uma injustiça tem que se indignar", disse o deputado Ivan Valente, citando Che Guevara. Em nome do Psol, afirmou que aqueles que não querem a prisão de Lula são lutadores e que todos sabem que as decisões do judiciário privilegiam criminalizar os movimentos sociais e a esquerda. (Camila Mattoso, Anna Virigina Balloussier e Géssica Brandino / Folhapress)
 
 
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17h10 - MBL muda comemoração para a frente do Bahamas
 
Depois de cancelar o ato na avenida Paulista nesta sexta-feira (6) para festejar a prisão de Lula, o MBL (Movimento Brasil Livre) remarcou a comemoração para a frente do Bahamas Club, em Moema (zona sul) caso o ex-presidente seja de fato preso. O dono da boate e hotel, Oscar Maroni, promete desde 2016 que distribuirá cerveja de graça nos arredores do seu estabelecimento quando o petista for preso.
 
Sob a expressão "#sextou", o convite espalhado por líderes do MBL em redes sociais convoca a manifestação para a noite desta sexta. O CarnaLula, ato que ocorreria em frente ao Masp, foi suspenso mais cedo por recomendação da Polícia Militar de São Paulo, segundo o movimento.
 
"Pedimos que nossos apoiadores também evitem a região [da Paulista], devido à mobilização local de grupos e entidades sindicais ligadas ao Partido dos Trabalhadores que devem provocar confrontos violentos a fim de desrespeitar a lei e a ordem democrática", afirmou o MBL em uma rede social. (Joelmir Tavares / Folhapress)
 
 
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17h00 - Lula não será foragido e não terá descumprido ordem, diz assessoria de Moro
 
Segundo a assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal do Paraná, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser considerado foragido após as 17h e também não teria descumprido ordem judicial se não se apresentar depois deste horário.
 
No despacho desta quinta (5), o juiz Sergio Moro concedeu "em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17:00" desta sexta.
 
Após o horário determinado pela Justiça, segundo a assessoria, cabe a Polícia Federal definir como vai prender. A PF já tem em mãos o mandado de prisão. (Camila Mattoso / Folhapress)
 
 
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16h52 - Lula deve sugerir que o busquem no sindicato
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava reunido com advogados para definir sua estratégia por volta das 16h desta sexta-feira (6). Mas a tendência é sugerir que o busquem em São Bernardo do Campo. Petistas afirmam que ele não está recusando a se entregar. Só vai esperar o cumprimento da ordem de prisão.
 


Ruas no entorno do sindicato estão tomadas de apoiadores de Lula - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP Ruas no entorno do sindicato estão tomadas de apoiadores de Lula - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

 
No carro de som diante do sindicato, políticos e sindicalistas se revesam com falas em defesa de Lula, contra Moro e a decisão do Supremo de negar habeas corpus a Lula. Vicentinho do PT disse que estão questionando o que farão diante da decisão do Supremo, que ele chamou de Supremo de frango, e afirmou que haverá resistência.
 
"Quando o Estado é opressor, os oprimidos têm direito à desobediência civil e é por isso que estamos com Lula", disse. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) afirmou que Lula está sendo vítima de uma perseguição política por ser nordestino, ter coragem, ousadia, disputar o poder e fazer o melhor governo que o país já teve. "Pensam que o Lula é um só, mas ele está em cada um de nós. Quem aqui é, Lula?", perguntou sendo aplaudida pelos manifestantes.
 
O deputado Marco Maia (RS) falou a militantes que as elites do país "estão mexendo com fogo, com perigo" e declarou que quem mexer com Lula, terá que aguentar a militância do partido. "A força não está na avenida Paulista, nas elites, mas na rua com o povo." Os manifestantes agora acompanham um ato inter-religioso, com término previsto para as 17h. (Catia Seabra e Géssica Brandino / Folhapress)
 
 
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16h38 - Ministro do STJ nega habeas corpus a Lula
 


Ex-presidente não conseguiu o habeas corpus - NELSON ALMEIDA / AFP (16/3/2018) Ex-presidente não conseguiu o habeas corpus - NELSON ALMEIDA / AFP (16/3/2018)

 
 
O ministro Felix Fischer, do  STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou  nesta sexta-feira (6) o pedido de habeas corpus feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em janeiro, Lula foi condenado a mais de 12 anos em regime fechado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em segunda instância, pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Ele já havia sido condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro, do Paraná, pelo caso do tríplex no Guarujá (SP).
 
Em 2016, o STF decidiu que o juiz pode determinar a prisão depois que da condenação em segunda instancia.  Com isso, nesta quinta (5), Moro determinou a prisão de Lula. O petista deve se apresentar até às 17h à Polícia Federal. 
 
Durante a madrugada, a defesa do ex-presidente fez um pedido ao STJ para que ele possa esperar em liberdade pelo julgamento de um novo recurso no TRF-4. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo. 
 
O argumento central dos advogados no habeas corpus é que o TRF-4 antecipou a prisão de Lula por ter determinado a detenção antes que fosse publicado o resultado do julgamento de um recurso e antes do prazo final para recorrer novamente. Assim, ainda seria possível apresentar novos recursos e por isso, a prisão de Lula ainda não poderia ocorrer, segundo seus advogados.
 
Eles alegam que há 61 pontos a serem esclarecidos, sendo 39 omissões, 16 contradições e 6 obscuridades na decisão do TRF-4 ao negar o recurso. Fischer, que é o relator da Lava Jato no STJ, negou o habeas corpus. 
 
Com  a negativa, a defesa pode recorrer à Quinta Turma do STJ. O colegiado, formado por 5 ministros, já negou vários pedidos de réus da Lava Jato. Ou seja, as chances de Lula de conseguir um HC são baixas.
 
Além disso, a defesa pode ainda ingressar com HC no STF. Esse é o caminho usual, para evitar supressão de instância (quando o caso ainda não foi analisado em outras instâncias do Judiciário, como, por exemplo, a Turma de ministros do STJ).
 
Às 8h30 da manhã desta sexta-feira (6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse à reportagem que sua decisão era não ir a Curitiba para se entregar à Polícia Federal.
 
Lula passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), em companhia dos filhos, amigos e dirigentes do partido, e lá pretende ficar durante o dia. (Folhapress)
 
 
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16h31 - No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula volta a seu berço sindical e político
 
Ao buscar abrigo no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta ao seu berço sindical e, sobretudo, político. A sede da entidade se entrelaça com a história do petista e a permanência no local representa um ato simbólico de negação à ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sergio Moro.
 
Condenado na Lava Jato a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex no Guarujá (SP), Lula volta à sede do sindicato cuja atuação como presidente e líder de greves causou sua prisão em 1980. Na ocasião, Lula foi preso em casa e levado ao Dops (Departamento da Ordem Política e Social). Naquele ano, ficou detido por 31 dias.
 
"O sindicalismo do ABC está estampado nas fábricas e no prédio do sindicato. Em 1979 e 1980, aquele prédio sofreu cerco policial", diz Ricardo Antunes, professor titular de Sociologia do Trabalho da Unicamp. "O prédio é a expressão arquitetônica e simbólica de lutas sindicais importantes do Brasil", afirma.
 
A história do sindicato remonta a 1933, quando foi fundado na região. Em 1959, a entidade foi desmembrada, dando origem aos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Bernardo e de Diadema. Nesse período, chegaram à região as montadoras. O atual edifício, na Rua João Basso, foi entregue em 6 de outubro de 1973 para "o bem-estar político e social da família metalúrgica", como estampava a placa de seu canteiro de obras. Na inauguração, estava presente o então governador Laudo Natel.
 
Operário da Villares, Lula sentou na cadeira de presidente da entidade pela primeira vez em 1975. Foi à frente da entidade que ele se projetou nacionalmente durante o regime militar. A primeira grande greve, deflagrada na Scania, foi iniciada em 12 de maio de 1978. "No ABC ressurgiu o movimento sindical de massa depois de dez anos sufocado pela ditadura", afirma Armando Boito Jr., professor de Ciência Política da Unicamp.
 
Nos corredores e nas salas do sindicato, discutiram-se também as ideias de criação do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores). O PT foi fundado em 1980 e a CUT, em 1983. Nessas mesmas salas, corredores e salão de eventos, no último andar, nesta sexta-feira (6), Lula se reúne com petistas para traçar sua estratégia diante da prisão.
 
Do lado de fora, estão seus apoiadores. "Precisamos pensar no movimento social real. Hoje, ele recebe apoio dos metalúrgicos do ABC, mas o apoio maior é dos movimentos populares, sem-teto, sem-terra, atingidos por barragens", diz Boito Jr. (William Castanho / Folhapress)
 
 
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16h15 - Nos EUA, Ciro chama de bobão homem que comemorou prisão de Lula
 
O decreto de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão dele de não se entregar à polícia em Curitiba dominaram os ânimos de um encontro de políticos e empresários brasileiros em Harvard, nos Estados Unidos.
 
Enquanto Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo PDT, e Alexandre Padilha, vice-presidente do PT, falavam, manifestantes a favor e contra Lula, a maioria estudantes, orquestraram protestos na universidade americana.
 
Dentro do auditório, Padilha foi vaiado ao fazer uma defesa apaixonada de Lula. "Mesmo se cometerem a violência de tentar prender um homem inocente como o Lula, mesmo se tentarem cometer a violência de cortar as pernas do Lula, milhões de brasileiros vão caminhar pelo Lula", ele afirmou. "Se  tentarem calar o presidente Lula, milhões de brasileiros vão falar pelo presidente Lula. Não se prendem as ideias."
 
Na sequência, Ciro chamou de "bobão" um homem na plateia que comemorava a iminente prisão de Lula, pedindo que "guardasse seu fígado, porque estamos discutindo coisas mais altas aqui".
 
Questionado sobre sua reação à prisão do ex-presidente, Ciro chamou de trágica a situação e lembrou o caso de um manifestante ferido diante do Instituto Lula. "Espero que não surja um cadáver entre inocentes", disse. "A lei é para todos, mas cumprir a lei não precisa ser com grosseria, descuido e muito menos ferir inocentes."
 
O pré-candidato disse também que considera arbitrária a resistência de Lula em se entregar, mas que um homem que "fez tanto por tanta gente" merece "mais dignidade". (Silas Martí / Folhapress)
 
 
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14h57 - Julgamento de HC de Maluf pode impedir análise de liminar favorável a Lula 


A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, indicou a ministros que pautará na próxima sessão da corte, na quarta-feira (11), o habeas corpus do ex-ministro Antônio Palocci e o do deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP), submetido aos colegas por Dias Toffoli. Segundo integrantes da corte, a análise desses casos pode minar a pretensão do ministro Marco Aurélio Mello em levar para análise do plenário do STF na quarta uma liminar que visa evitar prisões de condenados em segunda instância. 


Como Cármen Lúcia tem se mostrado resistente a pautar as ações que podem reverter o entendimento atual do Supremo sobre as prisões em segundo grau, o pedido de Toffoli pode ser usado como pretexto para não dar espaço a Marco Aurélio, sob o argumento de que há o entendimento de que habeas corpus são prioridade. 


Toffoli concedeu prisão domiciliar a Maluf na semana passada. O deputado estava preso desde dezembro na Papuda, em Brasília. A decisão, em caráter liminar, precisa passar pelo plenário da corte. A defesa pediu ao Supremo a libertação ou que o deputado, de 86 anos, ficasse preso em casa devido às condições de saúde. (Thais Arbex / Folhapress)
 
14h57 - Contra ou a favor, celebridades repercutem decreto de prisão de Lula

Celebridades também mergulharam no fervente caldo político que toma os noticiários do País desde que o juiz Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula, nesta quinta (5). O petista tem até as 17h desta sexta (6) para se entregar à sede da Polícia Federal em Curitiba.

Contra ou a favor, nomes como Mônica Iozzi, Roberto Justus, Regina Duarte, Patrícia Pillar e Suzana Vieria repercutiram a decisão do magistrado de prender o ex-presidente do país. "Parabéns a todo brasileiro de bem que fez valer sua voz, sua presença crítica neste momento tão importante", escreveu Duarte na legenda de uma foto publicada no Instagram. "Me vê um combo McGolpe com supremo, com tudo?", disse Clarice Falcão no Twitter. "Já desisti de não rolar uma ditadura, agora minha missão é que a ditadura seja péssima pra todo mundo e que eu diga 'eu avisei", completou a cantora em outro post.

Túlio Gadelha, advogado pernambucano alçado à fama após assumir namoro com a apresentadora da Globo Fátima Bernardes, inclusive, esteve no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, em apoio ao político do PT. Já o empresário Oscar Maroni, dono do Bahamas Club e conhecido como "magnata do sexo", prometeu distribuir cerveja grátis nos arredores do seu estabelecimento em comemoração, o que agitou as redes sociais.
Contrário a Lula, Maroni afirmou, no Instagram, que cumprirá a promessa assim que o petista for, de fato, preso. E o combinado é que que a bebida seja distribuída até a meia-noite da data em questão. (Folhapress)
 
14h54 - Protestos em Pernambuco param BR-101 e destacam lado apartidário

Manifestantes bloqueiam desde as 6h a principal estrada entre Recife e Garanhuns, município onde nasceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O motivo do protesto era a ordem de prisão de Lula. Os manifestantes se diziam apenas um grupo improvisado de moradores dos bairros de Mangueira e Nova Escada, sem ligação com movimentos sociais organizados ou com o PT.

Cerca de 50 pessoas interditavam a rodovia BR-101 com um barreira de pneus e troncos incendiados, na altura da cidade de Escada, a 70 km da capital pernambucana. De tarde, haverá manifestação de apoio a Lula em Garanhuns. "Somos do Lula, de organização nenhuma, não. Querem prender o homem e querem acabar com nossos direitos, não tem mais aumento de salário mínimo", explicava-se Agnaldo Mariano da Silva, 47, trabalhador temporário e ora sem emprego de uma usina de açúcar. Silva ganha um salário mínimo por mês, tem quatro filhos e é casado. A mulher é "doente" e não pode trabalhar.

Como os demais manifestantes, Silva diz que "Lula pode ter roubado um pouquinho, mas todo mundo rouba muito e ele foi o melhor presidente da história do povo. Votaria nele de novo, até presidiário. Esse Temer tira o nosso salário mínimo para beneficiar rico banqueiro", argumenta. O mototaxista Paulo (não quis dar o sobrenome) organizava uma das barreiras, frequentes, segundo ele. "Quando é coisa com nossos direitos, a gente toca fogo. Pode ser o Lula ou o povo atropelado na estrada. Só tem aquela passarela ali porque a gente tocou fogo na estrada", conta.

Paulo nega que os manifestantes tenham ligação com o MST ou qualquer outro movimento social ou político. "Mas um pessoal daqui quer entrar para o MST, para invadir aquela terra ali [aponta um barranco] e fazer casa", afirma.

Os manifestantes dizem que a Polícia Rodoviária Federal concordou com o protesto. Por volta do meio-dia, a fila de carros parados se estendia por pelo menos três quilômetros. A fim de ultrapassar as barreiras, era preciso atravessar de carro o canteiro central da rodovia, rodar por mais de um quilômetro na contramão e cortar caminho pelo miolo da cidade de Escada. Mototaxistas cobravam R$ 10 para guiar os motoristas pelas ruas, estreitas, tortuosas, formigando de motos e muito congestionadas da cidade. "Isso de parar estrada eu detesto, não resolve nada", dizia Robson da Silva, parado com seu caminhão carregado de borracha. Mas o caminhoneiro é lulista, votaria no ex-presidente "tantas vezes fosse".
 

Sobre a justiça da condenação de Lula, o caminhoneiro Silva não sabe opinar. "Se fez coisa errada, não sei, mas votaria nele até morrer". Argumenta que importante foi "o tanto de empregos que Lula fez. Dessa Dilma não gosto não, votei nulo e tive razão, porque ela acabou trazendo esse desgraçado do Temer". Robson perdeu o emprego de motorista em usina de açúcar no começo de 2016. Só conseguiu largar os bicos em meados do ano passado. (Vinicius Torres Freire e Avener Prado / Folhapress)
 
13h58 - Manifestações em apoio a Lula têm agressões contra imprensa

Manifestantes contrários à ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agrediram e hostilizaram profissionais da imprensa durante a cobertura de atos em São Bernardo do Campo, Brasília e Belo Horizonte na noite desta quinta-feira (5) e na manhã desta sexta (6). Apoiadores do ex-presidente quebraram vidros de carros de reportagem, ameaçaram e jogaram ovos em jornalistas.

No Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, onde Lula passou a noite de quinta e está em reuniões, manifestantes fizeram vídeos e fotos dos jornalistas e gritaram palavras de ordem como "mídia golpista", "mídia fascista" e contra redes de televisão. Por volta das 5h da manhã, manifestantes ameaçaram fotógrafos e repórteres na rua e foram contidos por sindicalistas e outros militantes, após alguns minutos de confusão.

Quando os jornalistas foram conduzidos para dentro do prédio pela assessoria do sindicato, houve tentativa de invasão. As portas de vidro foram fechadas e uma delas foi quebrada. Os jornalistas foram transferidos para um salão do terceiro andar do prédio.

Também durante a manhã, manifestantes quebraram os vidros de um carro de reportagem da BandNews, perto do sindicato. O fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo Nilton Fukuda foi atingido por ovos arremessados por um homem que vestia camiseta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Brasília e Belo Horizonte

Em Brasília, pelo menos 30 manifestantes atacaram e quebraram vidros de um carro do Correio Braziliense, com a equipe de reportagem e o motorista dentro, na noite de quinta. A repórter e a fotógrafa cobriam uma manifestação em defesa de Lula perto da sede da CUT do Distrito Federal.

No local, uma equipe do SBT também foi cercada e ameaçada. Segundo nota da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), os manifestantes disseram aos jornalistas: "Vocês vão sair daqui pro bem de vocês". Um fotógrafo da Reuters também foi hostilizado e teve de deixar o local, de acordo com a associação.

Em Belo Horizonte, profissionais da imprensa que aguardavam a ex-presidente Dilma Rousseff no TRE foram hostilizados por militantes petistas e houve bate-boca. Deputados estaduais do partido tiveram que interferir para acalmar os ânimos. A ex-presidente Dilma Rousseff transferiu seu domicílio eleitoral para Minas Gerais para concorrer ao Senado.
Associações condenam

Entidades de jornalismo condenaram as agressões contra os profissionais. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota repudiando os ataques. "Toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada", diz o comunicado conjunto.

As entidades pediram que os incidentes sejam apurados, e os responsáveis, punidos. A Abraji também condenou os ataques. "A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades", diz a nota, assinada pela diretoria da entidade. (Folhapress)
 
13h44 - Pedido de prisão de Lula foi precipitado, diz Gilmar Mendes em Lisboa

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes considerou precipitado o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que o cenário de instabilidade atual é culpa do próprio PT. "O único consolo que eu tenho é que é o PT que está sofrendo com essa desinstitucionalização", afirmou. "O PT encorajou movimentos pouco democráticos em muitas práticas. O PT manipulava procuradores. Curitiba, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, juiz Moro: eles são filhos de Luiz Francisco [de Souza, procurador com mais de 40 ações na corregedoria do Ministério Público] com o PT. Que deu nessa confusão geral", disse. 

Segundo o magistrado, o juiz Sergio Moro não obedeceu o devido rito judicial da questão da prisão de Lula. "É fundamental que as regras estabelecidas sejam bem observadas, muito mais num caso como este, de grande repercussão e grande simbolismo. Por isso me parece extremamente lamentável que tenha havido estas precipitações [pedido de prisão]", afirmou.

"Juiz que quiser legislar está no lugar errado. Há um pequeno requisito que nós não conseguimos suprir, que é o voto. É preciso obter o voto popular para isso, para legislar", completou. As declarações foram feitas em Lisboa, onde Mendes foi o convidado de honra de um evento jurídico na Universidade Nova de Lisboa na tarde desta sexta (6). 

O ministro voltou a criticar o resultado do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo, em especial o voto decisivo da ministra Rosa Weber. "Continuamos no mesmo estágio no Supremo Tribunal Federal, cada grupo decidindo a sua maneira", disse. "Todos os setores da sociedade tentam agora decifrar o voto da ministra Rosa Weber. Acho que até macumbeiros se incumbem disso. Nós estamos realmente perplexos", afirmou o ministro. 

Gilmar Mendes criticou ainda as indicações feitas para o STF pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "A própria composição do Supremo Tribunal Federal, os critérios que usaram. 'Ah, este deve ir para o supremo por ser afrodescendente. Este outro deve ir para o Supremo porque representa o grupo LGBT, ou a facção que defende o aborto", completou. (Giuliana Miranda / Folhapress)
 
13h39 - Maria do Rosário defende resistência pacífica de Lula

A ex-ministra e deputada Maria do Rosário (PT-RS) defendeu, nesta sexta-feira (6), que o ex-presidente Lula permaneça no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e não se entregue à Polícia Federal . Ela disse que a militância está pronta para defendê-lo de forma pacífica.

"O presidente não quer nenhuma violência. Não aceitaria nenhuma violência, ninguém em risco. É uma preocupação permanente. Nós não somos pessoas agressivas e jamais vamos incentivar qualquer agressividade. Ao contrário, temos sido vítimas, tanto que a caravana dele acabou de ser atacada a tiros."

Rosário classificou a decisão do juiz Sergio Moro de expedir o mandado de prisão contra o ex-presidente como arbitrária e política. "Moro faz uma manobra no Judiciário de acordo com seu interesse político. Parece que não é tucano porque veste uma toga de juiz, mas cada vez mais aparece um bico de tucano ali, que mostra que lado ele tem. O lado golpista." Segundo a deputada, Lula está acompanhado por familiares e a bisneta. (Géssica Brandino)
 
13h19 - Movimentos favoráveis e contrários a Lula convocam atos pelo País

Protestos contrários e favoráveis à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), determinada pelo juiz Sergio Moro, movimentam a sexta-feira (6) em todo o País. A Frente Brasil Popular, formada por sindicatos e entidades da sociedade civil alinhadas ao PT, convocou atos para 44 cidades contra a prisão do petista.

Os manifestantes prometem fazer vigílias, passeatas e bloqueios de ruas e estradas, marcando o "Dia Nacional de Luta em Defesa da Liberdade de Lula". Haverá protestos em pelo menos 20 capitais. Em São Paulo, militantes se reúnem na avenida Paulista a partir das 17h. No Rio, o protesto acontece a partir das 16h na Cinelândia. Em Salvador, a manifestação será às 15h na avenida Antônio Carlos Magalhães.

Em Curitiba, militantes de esquerda preparam ato na praça Santos Andrade, no centro, às 14h. O protesto é organizado pelo PT, movimentos sociais e estudantis. A sede do PT-PR, próxima ao centro, está bastante movimentada. Por lá, a militância prepara cartazes com os dizeres "Somos milhões de Lulas", "Lula livre" e "Lula vale luta".

Caravanas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e interior do Paraná estão a caminho de Curitiba para reforçar as manifestações. Em nota, a Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná) informou que às 14h haverá uma reunião com as polícias Federal, Militar e Civil, o Departamento de Inteligência do Paraná e a Polícia Rodoviária Federal para tratar do esquema de segurança na cidade.

Já movimentos de direita como o Curitiba Contra Corrupção, UFPR Livre e Libra marcaram um ato para às 13h, em frente à sede da PF em Curitiba, no bairro de Santa Cândida, ao norte da cidade. "Estamos esperando esse momento há muito tempo, venha celebrar conosco essa data histórica para a República de Curitiba!", diz o evento no Facebook. O MBL (Movimento Brasil Livre) ainda decide se organizará uma manifestação própria ou se acompanhará os demais na PF. (João Pedro Pitombo e Ana Luiza Albuquerque)
 
13h12 - PF vê risco de segurança para prisão de Lula em sindicato

A Polícia Federal descarta, por ora, o envio de agentes ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para prender o ex-presidente Lula. A avaliação dos delegados é de que uma ação desse tipo poderia acabar em confronto e colocar em risco a vida de pessoas.
 


Lula segue na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo - DANILO M. YOSHIOKA / FUTURA PRESS / FOLHAPRESS Lula segue na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo - DANILO M. YOSHIOKA / FUTURA PRESS / FOLHAPRESS



O petista disse à Folha de S.Paulo que não vai se apresentar em Curitiba nesta sexta (6) e que não sairá da entidade, que fica no ABC paulista. O juiz Sergio Moro deu o prazo de até 17h para o ex-presidente se entregar e começar a cumprir sua pena.

De acordo com apuração da reportagem, a cúpula da polícia tem defendido internamente que é preciso de "tranquilidade" e "juízo" para a situação. Delegados afirmam que se Lula de fato não se apresentar, haverá uma avaliação constante para definir o melhor momento de realizar a prisão. (Camila Mattoso e Marina Dias / Folhapress)


12h32 - Polícia Federal mantém avião e helicóptero de prontidão para levar Lula ao Paraná
 

A Polícia Federal tem um avião em São Paulo e um helicóptero prontos para levar o ex-presidente Lula à Superintendência da PF no Paraná, caso ele não se entregue em Curitiba. Esse tipo de deslocamento evita tumulto na entrada do prédio da corporação, na zona norte da capital paranaense, já que grupos contrários e favoráveis ao petista articulam manifestações no local.

Segundo o chefe de escolta e custódia da polícia no Paraná, Jorge Chastalo Filho, Lula iria de helicóptero desde o aeroporto da capital paranaense. O policial diz que Lula pode ser preso a qualquer momento a partir das 17h, prazo dado pelo juiz Sergio Moro para que o petista se entregue, desde que não esteja em sua residência no período da noite. O sindicato dos metalúrgicos não é considerado domicílio do ex-presidente.
Na superintendência estão presos outros alvos da Lava Jato, como o ex-ministro Antonio Palocci e o empreiteiro da OAS Léo Pinheiro, que negociam delação. Os detidos recebem visita uma vez por semana. Lula ficará em um local classificado por Moro como"sala do Estado-maior. Trata-se de um dormitório de agentes, com janela e banheiro, adaptado. Um beliche foi retirado e uma cama de solteiro colocada no local. Há câmeras fora dessa sala. (Felipe Bächtold / Folhapress)
 
12h16 - Não há impedimento legal para Lula se apresentar à PF em São Paulo

Se desejar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode se apresentar à PF (Polícia Federal) em São Paulo sem ser penalizado. Em despacho publicado nesta quinta-feira (5), o juiz Sergio Moro determinou que Lula se entregue à PF em Curitiba (PR), onde ficará preso inicialmente, até às 17h desta sexta (6).

Na capital paranaense, a PF afirma que ainda não houve contato da defesa de Lula para tratar de sua apresentação. Segundo fontes do meio jurídico consultadas pela Folha, o petista não deve sofrer consequências caso espere a polícia buscá-lo. Nesta situação, o procedimento é comum: os agentes serão obrigados a cumprir o mandado de prisão normalmente.


Sede da Polícia Federal em Curitiba - MAURO PIMENTEL / AFP Sede da Polícia Federal em Curitiba - MAURO PIMENTEL / AFP

No caso da Polícia Federal de São Paulo, a equipe do SPO (Setor de Planejamento Operacional) fica encarregada do cumprimento. Em determinados casos de maior sensibilidade, equipes de outras delegacias também já foram acionadas. Geralmente, a defesa entra com uma petição no processo para que o cliente possa se apresentar em outra unidade da PF, invocando o princípio de que cabe à polícia realizar o deslocamento do réu.
O ex-presidente já decidiu que não irá a Curitiba por conta própria. O petista não sabe, no entanto, se aguardará os agentes cumprirem o mandado ou se irá ao encontro deles na PF. Lula está no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), onde passou a noite, na companhia da família e da militância.

A Polícia Federal de Curitiba (PR) afirmou que, se o ex-presidente não se apresentar até o horário estabelecido por Moro, o mandado será considerado em aberto e a prisão poderá ser cumprida a qualquer momento. Neste caso, não existiria impedimento para a detenção ocorrer no período noturno, como há em ordens de prisão preventiva em operações, desde que Lula não esteja em sua residência.

A Polícia Federal tem um avião próprio em São Paulo e um helicóptero prontos para levar o ex-presidente à Superintendência da PF no Paraná, caso ele não se entregue em Curitiba. Esse tipo de deslocamento evita tumulto na entrada do prédio da corporação, na zona norte da capital paranaense, já que grupos contrários e favoráveis ao petista articulam manifestações no local.

Segundo o chefe de escolta e custódia da polícia no Paraná, Jorge Chastalo Filho, Lula iria de helicóptero desde o aeroporto da capital paranaense. Oficialmente, a polícia não se manifesta sobre a hipótese de ele não se entregar. Afirma que apenas que monitora a situação e que aguardará o prazo estabelecido. (Ana Luiza Albuquerque, Felipe Bächtold e Flávio Ferreira / Folhapress)
 


Lula é abraçado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - RICARDO STUCKERT Lula é abraçado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - RICARDO STUCKERT

 
11h16 - Defesa de Lula vai à ONU para evitar prisão de ex-presidente

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentaram um pedido de medida cautelar à ONU (Organização das Nações Unidas) denunciando o que definem como "prisão arbitrária" do petista. Eles argumentam que ainda não foram esgotados todos os recursos à que a defesa tem direito e que a decretação da prisão é irregular. A defesa do petista espera que a entidade se manifeste pedindo a suspensão da medida.

Despacho


Na quinta (5), o juiz Sergio Moro mandou o ex-presidente Lula se apresentar à Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira (6). A decisão foi tomada após o magistrado receber ofício do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), autorizando a prisão.

Lula foi condenado por Moro no caso do tríplex de Guarujá em julho de 2017. Em janeiro, os juízes do TRF-4 confirmaram a condenação e votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão.

Em seu despacho, Moro afirmou que está "vedada a utilização de algemas em qualquer hipótese". O juiz informou que foi preparada uma sala reservada para o início do cumprimento da pena do ex-presidente, "em razão da dignidade do cargo ocupado".

'Patologia protelatória'


Em sua decisão, o juiz de Curitiba criticou a possibilidade do uso de recursos judiciais para adiar o cumprimento de pena. "Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico", afirmou. (Mônica Bergamo / Folhapress)
 
11h10 - Movimentos favoráveis e contrários a Lula convocam atos pelo País

A sexta-feira (6) será marcada por protestos contrários e favoráveis à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), determinada pelo juiz Sergio Moro. A Frente Brasil Popular, formada por sindicatos e entidades da sociedade civil alinhadas ao PT, convocou atos para 44 cidades contra a prisão do petista.

Os manifestantes prometem fazer vigílias, passeatas e bloqueios de ruas e estradas, marcando o "Dia Nacional de Luta em Defesa da Liberdade de Lula". Haverá protestos em pelo menos 20 capitais. Em São Paulo, militantes se reúnem na avenida Paulista a partir das 17h. No Rio, o protesto acontece a partir das 16h na Cinelândia. Em Salvador, a manifestação será às 15h na avenida Antônio Carlos Magalhães.

Em Curitiba, onde Lula deve se apresentar à Polícia Federal até às 17h, a militância petista se concentra desde quinta (5) à noite na sede do PT-PR, no bairro do São Francisco, próximo ao Centro. Eles esperam orientações da executiva nacional para definir os próximos passos. Por enquanto, não marcaram protestos.

Já movimentos de direita como o Curitiba Contra Corrupção, UFPR Livre e Libra marcaram um ato para às 13h, em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), no bairro de Santa Cândida, ao norte da cidade. "Estamos esperando esse momento há muito tempo, venha celebrar conosco essa data histórica para a República de Curitiba!", diz o evento no Facebook. O MBL (Movimento Brasil Livre) ainda decide se organizará uma manifestação própria ou se acompanhará os demais na PF. (João Pedro Pitombo e Ana Luiza Albuquerque / Folhapress)


Policiais em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba - MAURO PIMENTEL / AFP Policiais em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba - MAURO PIMENTEL / AFP

10h41 - Lula avalia se apresentar à PF em São Paulo

Às 8h30 da manhã desta sexta-feira (6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse à reportagem que sua decisão era não ir a Curitiba para se entregar à Polícia Federal, como determinou o juiz Sergio Moro. Lula passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), em companhia dos filhos, amigos e dirigentes do partido, e lá pretende ficar durante o dia, em reunião. A dúvida agora é entre se apresentar em São Paulo ou não se apresentar.

Em rápida conversa telefônica, o petista disse que estava tranquilo, bem disposto, e que já tinha feito seus exercícios matinais como faz todos os dias. Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, uma viagem do ex-presidente a Curitiba teria dificuldades de logística e de segurança, especialmente depois da decisão de Moro de bloquear as contas do petista.

O ex-presidente aguarda também o resultado de um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa, dessa vez ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O argumento central é que o TRF-4 antecipou a execução da pena ao determiná-la antes da publicação do acórdão do julgamento dos embargos de declaração apresentados pelos advogados.
Ainda seria possível apresentar novos embargos e por isso, segundo a defesa, a prisão de Lula não poderia ocorrer tão rápido. Segundo a ordem de Moro, decretada na tarde de quinta (5), o petista deve se apresentar à sede da Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta (6).

A decisão foi tomada após o magistrado receber ofício do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), pouco antes, autorizando o início do cumprimento da pena de Lula, de 12 anos e 1 mês, com início em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá. A ordem de prisão expedida por Moro foi a mais rápida entre condenados da Lava Jato que estavam soltos. O ex-presidente será preso nove meses após sentença, enquanto os outros casos duraram de 18 a 30 meses. (Ricardo Kotscho e Cátia Seabra)



Lula passou a noite na sede do sindicato - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP Lula passou a noite na sede do sindicato - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

 
10h01 - Ex-presidente decide não ir para Curitiba 


Às 8h30 da manhã desta sexta-feira (6), a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era não ir a Curitiba para se entregar à Polícia Federal. Lula passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), em companhia dos filhos, amigos e dirigentes do partido, e lá pretende ficar durante o dia.

Em rápida conversa telefônica, Lula disse à reportagem que estava tranquilo, bem disposto, e que já tinha feito seus exercícios matinais como faz todos os dias. O juiz Sergio Moro ordenou, na tarde desta quinta (5), que o petista se apresente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira (6).

A decisão de Moro foi tomada após o magistrado receber ofício do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), na tarde desta quinta (5), autorizando a prisão de Lula. A ordem de prisão foi a mais rápida entre condenados da Lava Jato que estavam soltos. O ex-presidente será preso nove meses após sentença, enquanto os outros casos duraram de 18 a 30 meses.

A pena definida pela 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) é de 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá. (Ricardo Kotscho - Folhapress)


09h22 - MST bloqueia estradas em cinco estados contra prisão de Lula

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) bloqueou rodovias em pelo menos cinco estados na manhã desta sexta-feira (6) em protesto contra a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretada pelo juiz Sergio Moro. Coordenador do MST, João Paulo Rodrigues afirmou que o movimento fechará 85 rodovias nesta sexta.

Agricultores fecharam um dos principais corredores rodoviários da Bahia, a BR-116, próximo ao município de Lamarão, norte do Estado. Os manifestantes puseram fogo em pneus e galhos para fechar a rodovia. No Paraná, foram bloqueadas a rodovia estadual PR-043, em Quedas do Iguaçu e a BR-158, em Rio Bonito do Iguaçu. As rodovias ficam próximas a assentamentos do MST.

No Pará, foi bloqueada a rodovia BR-155. Em Sergipe, foi fechada a rodovia estadual SE-270, na altura do povoado Taboca, em Itaporanga. Os manifestantes também bloquearam na Paraíba a BR-230, principal via de ligação entre a capital e o interior do Estado. (João Pedro Pitombo / Folhapress)
 
07h58 - Na madrugada no sindicato, militantes esperam Lula em vão


Pouco depois das 2h, dezenas de militantes que ainda faziam vigília dentro do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, puxaram as cadeiras de plástico pretas que estavam espalhadas para perto do palco localizado no terceiro andar. Na sequência puxaram também o coro de "Olê olá, Lula", à espera do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava no segundo andar e não apareceu.

Após mais de 40 minutos de espera, o bochicho começou: "Acho que ele não vem mais", disse uma militante. "Acho que ele deu um golpe na gente", completou outra, arrancando risadas no avançado da hora pela escolha do termo usado pelo próprio Lula para referir-se ao processo judicial contra ele.

Desde que chegara ao sindicato, pouco antes das 20h de quinta (5), até aquele momento -mais de seis horas depois-, o ex-presidente só teve contato com uma parte restrita dos militantes nos dez minutos em que saiu da sala da presidência para abraçar os apoiadores por cima de um cercadinho.

No restante do tempo, o ex-presidente ficou entrincheirado na sala, onde só entravam políticos, integrantes do instituto Lula e membros de sua equipe - ou quem tivesse a sorte de estar acompanhado de algum deles. Entre uma visita e outra, o ex-presidente, que tinha a aparência bastante abatida na noite de quinta, discutia com advogados as alternativas restantes após o juiz Sergio Moro decretar sua prisão. 

A decisão judicial diz que Lula precisa se entregar, em Curitiba, até as 17h desta sexta (6). Questionado pela Folha enquanto abraçava seus apoiadores, o ex-presidente não respondeu se iria para Curitiba.

Também não havia definição sobre onde o petista passaria a noite. Já tinha era mais de 1h da manhã quando o deputado Paulo Pimenta (PT) confessou à reportagem que estavam tentando convencer o ex-presidente a permanecer no sindicato durante a noite. Um sindicalista afirmou que Lula teria um lugar mais reservado, com uma cama e um banheiro. E teria sido para lá que o petista seguiu depois das 2h, quando as dezenas de apoiadores foram orientados a se organizar para ouvi-lo no terceiro andar.

Diante da decepção, parte do grupo decidiu ir embora, e uma outra optou por arranjar um canto para dormir por ali mesmo: em cadeiras ou no chão. Uma parcela manteve o clima de confraternização, que, no seu auge, se expressou em uma roda de samba no terraço. Ao lado, na lanchonete no quarto andar, que passou a madrugada aberta, o cardápio disponível tinha linguiça calabresa com pão. Era possível comprar ainda cerveja, caipirinha ou mais de cinco tipos de cachaça.

A aparente animação tentava ignorar o destino traçado para Lula nesta sexta. Os gritos de guerra mantinham o foco sobre "Lula presidente". O nome de Moro se limitava às conversas em pares. A poucas horas do prazo final dado pelo juiz, perguntas sobre a prisão decretada geravam respostas com a palavra obrigatória "resistir". E com variantes de "Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo". (Isabel Fleck / Folhapress)