Agenda econômica

Dia das mães aponta retomada ainda gradual do consumo


 

Por Yan Cattani, Economista do Blog Agenda Econômica

 

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Já sabemos que a economia vem apontando melhorias bastante graduais neste ano. Para o consumo não tem sido diferente. Uma das principais maneiras de se monitorar essas tendências é através da análise das notícias e estudos das vendas em datas comemorativas do comércio.

 

De acordo com pesquisa recente divulgada pela Boa Vista SCPC, o dia das mães deste ano deverá ser mais movimentado que em 2016. De acordo com o bureau de crédito, passaram de 65% para 72% a intenção do consumidor em comprar presentes a data comemorativa, segundo a pesquisa de Hábitos de Consumo para o Dia das Mães.

 

Realizada ao longo do mês de abril, com mais de 1200 respondentes de todo o país, a apuração também constatou que aproximadamente 1/3 dos consumidores pretendem gastar mais em relação ao valor gasto em 2017, sendo que 47% gastarão o mesmo valor e 33% pretendem gastar mais este ano.

 

A divulgação ainda aponta que itens como eletrodomésticos registraram um crescimento na intenção de compra neste ano, passando de 11% para 16%. Já itens relacionados a entretenimento, passaram de 8% para 12%, respectivamente. Contudo, a preferência da maioria continua sendo os itens de uso pessoal para presentear as mães, como vestuário, calçados e cosméticos, que correspondem a 57% do total das intenções de compra.

 

Na comparação ao ano anterior, permanece inalterado o valor médio pretendido para gastar com os presentes para o Dia das Mães, de R$ 196. Quando comparada a faixa de valores pretendidas, 54% pretendem gastar no máximo R$ 100. Outros 21% entre R$ 101 a R$ 200, 15% entre R$ 201 a R$ 600, e apenas 10% acima destes valores.

 

Apesar do aumento de intenções registradas neste ano, cerca de 28% dos consumidores afirmaram que não irão às compras nesta data em 2018. 47% deles alegam endividamento excessivo ou estar sem condições financeiras para compras de presentes. Outros 19% afirmaram estarem desempregados (5p.p. acima em relação ao ano passado), 17% por falta de hábito de presentear na data e 17% por outros motivos.

 

Ou seja, apesar de certa melhoria e da disposição do consumidor em retomar o consumo em 2018, os indicadores do mercado de trabalho ainda têm sido bastante incisivos nos efeitos práticos para a economia, uma vez que não há aumento real dos valores a serem gastos para os presentes e o aumento da parcela de respondentes que afirmaram que não terão condições de comprar por conta de estarem desempregados.