SOROCABA E REGIÃO

Greve de caminhoneiros impacta restaurantes


Nos restaurantes da cidade a paralisação dos caminhoneiros reflete na falta de opções em verduras e legumes e também na queda da clientela, que para poupar combustível, evita comer fora de casa. Em Sorocaba, o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares representa cerca de 2.300 estabelecimentos e segundo o presidente da entidade, Antonio Francisco Gonçalves, por conta do desabastecimento na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo em Sorocaba (Ceagesp), os produtos usados pelo setor devem ter uma alta desproporcional nos próximos dias.
 
O estoque de carnes utilizadas no restaurante Tropical Grill, na região central de Sorocaba, ainda está controlado, segundo o gerente Jorge Luiz Munhos. Ele conta que o restaurante tem parceria com açougues da cidade e, por isso, conseguiu adquirir as mercadorias sem dificuldades. Para não deixar faltar as saladas no cardápio, a administração do restaurante fez contato direto com produtores da região e está comprando verduras e legumes direto desses locais. "O custo é um pouco mais alto mas pretendemos não repassar para o consumidor", afirma Munhos.
 
Já o movimento no estabelecimento, conta o gerente, teve uma queda considerável desde segunda-feira. "No fim de semana teve bastante procura, normal aos outros dias, mas com a manutenção da paralisação e esse problema com combustível deu para sentir a queda." A dentista Camila Souza Braga, 32, almoçou no restaurante que fica próximo ao seu consultório e assim, afirma, economizou combustível e também o gás de cozinha em sua casa. "Normalmente eu faço marmita, mas como o gás também está acabando eu prefiro poupar para o feriado", contou a profissional, que tem mantido os atendimentos normalmente, mas conta que alguns pacientes cancelaram as consultas por conta da dificuldade para chegar ao local.
 
Proprietário do Chimarrão Grill, Vanderlei Dossena, conta que em 32 anos de existência do estabelecimento, nunca presenciou uma situação como a atual e segundo ele, o estoque de carne garante atendimento para mais uma semana. "Verdura e legume eu pego do Ceagesp, mas na segunda-feira estava bem ruim, então não tenho muita coisa", disse. Embora o movimento no restaurante, localizado na zona leste, tenha caído bastante, o disk marmitex, afirma Dossena, aumentou nos últimos dias. "Sei que bastante gente também está sem gás ou está economizando o que tem, então o delivery está bem procurado."
 
O disk entrega é também o que movimenta o restaurante Caçarola, situado na zona norte da cidade. A proprietária do estabelecimento, Elizabeth Cristina Silveira relata que o consumo no próprio local caiu em mais de 50% desde sexta-feira, mas o delivery continua sendo procurado. O que preocupa a empresária, porém, é que seu botijão de gás está em 40%, o que garante o preparo das refeições para até sexta-feira (1º).
 
Ainda não há falta de produtos para o preparo das refeições, porém, a falta de combustível também pode causar transtornos para a proprietária do restaurante, que faz entregas somente na zona norte. "Os motoboys ficaram horas para conseguir abastecer as motos e eu tirei o que tinha de combustível do meu carro para que eles possam fazer as entregas também", relata. Como pequena empresária, Elizabeth fica apreensiva com os prejuízos que a paralisação dos caminhoneiros possa acarretar. "Eu já não sei como vou pagar o aluguel e como vou pagar os funcionários, porque o movimento caiu e logo não vou conseguir nem entregar as refeições", disse ela, que emprega nove pessoas.