Toyota lança o Yaris, o novo carro fabricado em Sorocaba
A Toyota lançou seu novo automóvel no mercado brasileiro, o Yaris, o segundo veículo fabricado pela marca japonesa na sua fábrica de Sorocaba, onde já é produzido o Etios. A Toyota surpreendeu ao lançar o carro com duas carrocerias de uma vez só: o hatch e o sedã. A informação inicial era que somente o hatch seria lançado pela marca e o sedã chegaria daqui alguns meses. Mas a marca resolveu lançar as duas configurações de uma só vez e começar a entrega-las para a rede de concessionários no início do mês de julho. A previsão inicial é produzir 5.800 Yaris por mês, quando a linha de montagem estiver trabalhando a toda carga.
O Yaris é um carro compacto, um pouco maior que o Etios, com quem divide a plataforma, e mais sofisticado, o que muitos chamam de compacto premium. Ele chega para concorrer com os conhecidos Honda Fit e City, há anos no mercado e os novatos Volkswagen Polo e Virtus e Fiat Argo e Chronos. Conforme a versão de acabamento, irá concorrer também com o Chevrolet Cobalt e até com o Renault Logan.
O Yaris, nas duas carrocerias, têm visual agradável e foi bem recebido pelos jornalistas durante o lançamento que ocorreu no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Os dois modelos, entretanto, não são muito fotogênicos. Ao vivo o visual é muito mais interessante. Nas fotos, a grade inferior na cor preta "pesa" muito. Ao contrário do que ocorre com os concorrentes da Volkswagen e da Fiat, as duas carrocerias têm o mesmo entre-eixos, o que confere ao hatch um satisfatório espaço interno. O hatch tem um design moderno, enquanto que o sedã ganhou um visual mais clássico, graças ao terceiro volume. Curiosamente as dimensões do sedã são muito parecidas com as de versões mais antigas do Corolla, de quem recebeu o DNA.
Carro completo
O carro, mesmo na versão mais básica, chega ao consumidor bem equipado. É evidente que os equipamentos aumentam conforme a versão do modelo, mas todos eles têm computador de bordo, comandos de volante, descansa-braços, controle de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa. O modelo possui direção assistida elétrica progressiva (EPS), ar-condicionado, vidros dianteiros e traseiros com acionamento elétrico por um toque, travas elétricas, faróis com regulagem elétrica, faróis de neblina, retrovisor interno eletrocrômico, banco traseiro rebatido 40/60 (sedã), entre outros itens, além dos obrigatórios airbag duplo dianteiro e freios com sistema ABS de última geração com distribuição eletrônica de frenagem (EBD).
A versão XL com câmbio CVT adiciona os seguintes itens: controle de velocidade de cruzeiro e função Eco Driving do computador de bordo. Já a versão XL Plus Tech passa a contar com descansa-braços traseiro, detalhes internos na cor prata, ar-condicionado automático e digital, chave inteligente presencial, Smart Entry e sistema de partida sem chave tipo Start Button, banco traseiro rebatido 40/60 na versão hatch e central multimídia com tela de 7" sensível ao toque com funções de rádio AM/FM, MP3, entrada USB, conexão auxiliar Bluetooth, Toyota Play+, sistema que permite espelhamento de aplicativos por meio da tecnologia SDL e com tecnologia Harman e navegador Tom Tom para sistemas operacionais IOS e Android e Waze para sistema IOS. A versão XS agrega todos os equipamentos da XL Plus Tech, e volante, manopla do câmbio e revestimento das portas em couro, grade com detalhes cromados, roda de liga leve de 15" Dual Tone (preto e prata), bancos de couro, retrovisor externo com rebatimento elétrico, câmera de ré, tapetes em carpete e computador de bordo com tela de 4.2" com tecnologia TFT.
Existem alguns detalhes que podem ser melhorados, entre eles a forração do painel, feito em plástico duro e muito pouco agradável ao tato. Outro pecadilho é o forro do porta-malas, mesmo das versões mais caras, composto por um pedaço de feltro sem fixação. Um acabamento muito pobre para um carro que custa R$ 80 mil.
Motores conhecidos
São duas motorizações para o Yaris hatch, ambas herdadas do Etios, mas os motores 1.3 e 1.5 litro Dual VVT-i de 16 válvulas, conhecidos pela sua confiabilidade e resistência, foram aprimorados. A versão sedã só recebe o motor 1.5. O motor 1.3 l flex VVT rende no Yaris 101 cv de potência a 5.600 rpm com etanol e 94 cv com gasolina. O torque máximo é de 12,9 kgfm (com etanol) e 12,5 kgfm (com gasolina) a 4.000 giros. O propulsor 1,5 l entrega até 110 cv com etanol e 105 cv com gasolina e o torque é de 14,9 kgfm e 14,3 kgfm com etanol e gasolina, respectivamente. A recalibração desses motores deixou-os 3 cv e 6 cv mais potentes que os do Etios. Eles são produzidos na fábrica de Porto Feliz e são construídos com bloco e cabeçote de alumínio. Ganharam o sistema ETCSi de abertura da borboleta do acelerador, que corrige acelerações desnecessárias, garantindo máxima eficiência na combustão com maior economia.
O novo produto da Toyota é equipado com dois tipos de transmissão. Uma manual de seis velocidades e o automático CVT, batizado de Multidrive. O câmbio manual é derivado do usado pelo Etios. Já a transmissão Multidrive CVT, semelhante à utilizada no Corolla, privilegia o desempenho sem abrir mão do baixo consumo. Ele simula sete marchas quando o motorista conduz o veículo no modo Drive. Essa transmissão oferece, em todas as versões, a possibilidade de trocas manuais sequenciais, que podem ser feitas exclusivamente na alavanca de câmbio, nas versões XL e XL Plus Tech. Nas versões superiores, XS e XLS, as trocas podem ser feitas também por meio de borboletas localizadas atrás do volante.
A Toyota quer fazer do novo modelo uma referência em segurança. Todas as versões têm controle de tração (TRC), estabilidade (VSC), assistente de subida (HAC), freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (BAS), cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, airbag duplo, faróis de neblina dianteiros e traseiros, faróis com regulagem elétrica, Isofix para ancoragem de cadeirinhas, alarme volumétrico com monitoramento dos vidros e janelas. A versão XS agrega câmera de ré e a XLS conta com sensor de chuva e dois airbags laterais, dois de cortina e um de joelho.
No test drive realizado durante o lançamento, com trajeto que começava no bairro do Morumbi e seguia até o kartódromo da Granja Viana e volta por caminho diferente, mostrou que o Yaris é um carro bem construído. A avaliação foi prejudicada pelos congestionamentos, mas foi possível perceber também que o isolamento acústico é competente e o motor 1.5 dá conta do recado e conversa bem com a nova transmissão CVT.
Preços
O Toyota Yaris hatchback de entrada, versão XL 1.3l 16V manual custa R$ 59.590, O mesmo XL com câmbio automático CVT, R$ 65.590. A versão XL Plus Tech 1.5l CVT sai por R$ 69.590; a XS CVT 1.5l sai por R$ 74.590 e a XLS 1.5 l CVT, por R$ 77.590. O Yaris sedã de entrada, versão XL 1.5 l manual custa R$ 63.990; a XL CVT R$ 68.690; XL Plus Tech 1.5l R$ 73.990; XS 1.5l CVT R$ 76.990 e a topo da linha, a XLS 1.5l CVT, R$ 79.990.
Não é um carro barato. Ele se posiciona entre o Etios, que perdeu algumas versões mais sofisticadas, e o Corolla. Os preços também estão próximos do que pede a concorrência pelos modelos similares.
Fábrica local poderá se tornar uma das maiores da Toyota
A fábrica da Toyota em Sorocaba, onde já é produzido o compacto Etios desde 2012 e agora começa a fabricar o Yaris, já é a unidade que mais produz veículos da marca no Brasil e está no rumo de se tornar uma das maiores do grupo. A unidade vai inaugurar o terceiro turno de produção e começará a produzir 165 mil carros por ano. A fábrica, mais especificamente seus operários de linha de montagem, ganharam um admirador importante. Trata-se do CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St.Angelo, um norte-americano que nasceu em Detroit, terra do automóvel, e tem décadas de experiência no setor, boa parte desse tempo acompanhando o chão de fábrica.
St.Angelo vê grande futuro para a fábrica de Sorocaba. "Estou nesse negócio há 45 anos, a maior parte na manufatura e a fábrica de Sorocaba é a melhor em que já trabalhei."
De acordo com o executivo, se a unidade continuar produzindo com a qualidade atual e o sindicato continuar colaborando, a marca continuará investindo na fábrica.
Steve St.Angelo já foi diretor de uma grande fábrica da Toyota no Kentucky (EUA) que produzia 570 mil veículos mais 650 mil motores e, para ele, a unidade local pode chegar a esse tamanho. "Acredito que Sorocaba pode ser uma mega planta e o segredo é que o trabalhador da unidade trabalha com o coração". Surpreendeu o executivo a habilidade e o comprometimento dos trabalhadores, e a cooperação entre empresa, funcionários e o sindicato.
Trajetória de sucesso
Steve nasceu em Detroit, berço da indústria automobilística dos EUA e formou-se em engenharia da computação na Maddona University. Graduou-se também em gestão industrial e tecnologia elétrica pela Henry Ford College, e fez mestrado em gestão de produção pela General Motors Institute. Sua carreira na Toyota começou em 1995 na New United Motor Manufacturing, uma joint-venture entre Toyota e a GM na Califórnia. Em 2005, Steve se tournou executivo da marca japonesa e assumiu a vice-presidência de produção em uma fábrica da Toyota, em Kentucky (EUA), uma das maiores fábricas do grupo no mundo. Em março de 2013, St. Angelo foi indicado pela Toyota como CEO da América Latina e Caribe.